I hate myself because I love you

Capítulo 26

*POV ON HARRY*

-Harry. -senti algo a abanar-me enquanto me chamava.

Estava uma manhã de outono fria, sentia os meus dedos congelados. Abri os olhos, com muito custo, espreguicei-me e reparei que estava deitado no sofá preto. Estava tão cansado, na noite anterior, que adormeci na sala assim como a Emma que estava deitada no sofá ao lado do meu, ainda a dormir.

- Harry, vou comprar o carro dela. Até já -informou-me a réplica masculina da Emma que saiu de casa a correr.

Levantei-me do sofá e senti as minhas costas a estalar como consequência de ter dormido numa posição estranha. Fui até ao outro sofá preto e ajoelhei-me em frente a rapariga que lá se encontrava. A Emma tinha expressão serena e dormia com as duas mãos debaixo da cara, como uma criança. A manta deliniava as suas curvas. Até a dormir é incrivelmente sedutora.

Senti-me contente por poder mexer nos cachos do seu cabelo castanho espalhados pela almofada do sofá. Ela abriu os olhos lentamente e formou um sorriso nos seus lábios. Eu poderia habitar-me a isto.

- Bom dia. -disse ela sentando-se comodamente e coçando os olhos. - Adormecemos no sofá?

- Sim -repondi calmamente- Estavas cansada, deve ser por isso que não te lembras. -supus pois o cansaço prega partidas destas

- Sim, deve ter sido isso. Já tomaste o pequeno almoço? -perguntou penteando o seu cabelo com os dedos

- Não, acordei à pouco tempo. - informei-a e ela acenou com a cabeça.

Tirou a manta roxa de cima dela, forçou as suas costas e o pescoço a estalar e foi aos saltinhos até à cozinha. Como será que ela tem tanta energia logo de manhã?

- Precisas de ajuda? -perguntei. Quando estamos sem discutir, todas as minhas frases saem o mais simpáticas possível.

- Sim, por favor, anda cá. -dirigi-me para a cozinha seguinto o caminho anteriormente percorrido por ela e fiquei parvo com o que vi.

Ela estava apoiada na bancada da cozinha e lançar a perna direita, como um chuto em futebol, com uma pequena diferença. Um chuto de 180°!! Sem exagero, a perna dela tocou no seu ombro direito e o meu queixo caiu.

- Como é que tu  consegues fazer isso? -perguntei incrédulo. Ela apenas riu e deu meia volta virando-se para mim

-Gostas de panquecas, certo? -acenei com a cabeça afirmativamente. Quem não gosta?- Nesse armário tem a farinha e os ovos. Tira-os por favor.

A arrastar os pés de sono, fui em direcção ao armário cinzento e frio. Abri-o e estiquei-me todo para conseguir pegar nos pequenos ovos e no saco de farinha. Pousei-os na banca onde a Emma tinha o leite, o açúcar e o chocolate negro. Ela pegou numa taça com as suas mãos delicadas e pôs-la junto de nós

- Podes partir os ovos por favor?

Bati com o pequeno ovo na borda da taça e vi a clara escorrer lentamente. Depositei o resto dos ovos e limpei as mãos. A Emma pôs os grãos de açúcar misturando-os com o conjunto cor de laranja. Ela estava demasiado concentrada, por isso decidi meter-me com ela. Não sei se me vou arrepender.

- Achas que esta farinha chega Emma? -perguntei com um sorriso nos lábios preparando o que ia fazer. Ela olhou de lado e acho que suspeitou de algo. Não sou bom a esconder o que sinto.

Peguei no saco de papel e cheguei-o para a beira do campo de visão dela. Quando vi que ela ia falar, apertei o saco e o pó espalhou-se por todo o lado incluindo para a cara dela. A boca dela abriu por espanto mas rapidamente foi substituída por uma expressão de raiva. Por favor que ela não fique demasiado chateada.