Nova Iorque estava coberta por um pano branco e de luzes de Natal que brilhavam não redor das casas e das árvores. Eu olhava para todo o lado como uma criança hiperativa e só me apetecia sair dali a correr e ir brincar com a neve. Infelizmente, o carro que o Paul contratou para nos ir buscar, não parava nem um milésimo de segundo e só me restava apreciar a vista.
O Louis ia à frente com um senhor conhecido pela banda, enquanto eu, o Harry e a Eleanor íamos nos bancos de trás. Os rapazes cantavam uma música que passou na rádio e eu estava vidrada na Estátua da Liberdade. Eu já tinha vindo a Nova Iorque, sendo que foi o meu último destino antes de voltar para Londres, mas nós nunca temos muito tempo para visitar a cidade e os seus momentos. É chegar ao local, ensaiar, fazer o espetáculo, dormir e ir embora no dia seguinte. Às vezes dá para sair um pouco, quando o ensaio corre bem ou não me apetece dormir, mas cá, não foi o caso porque parece que tudo em NY é uma correria. As mulheres, todas bem vestidas, atravessam as estradas segurando as suas malas caríssimas e tentando não se desequilibrarem nos sapatos de saltos altos. Os homens de fato e com uma espécie de mala mais formal que arquiva os papéis importantes da empresa ou dos pacientes. Olham impacientemente para o relógio e passam a mão pela gravata bem apertada pela mulher dedicada ou pela amante sedutora, pensando que só tem de trabalhar de manhã e depois podem ir desfrutar do último dia do ano.
Antes do carro preto de vidros fumados em que eu me encontrava sentada, entrar no parque de estacionamento do hotel 5 estrelas recomendado pelo Simon, vimos um casal na casa dos 50 anos a ser transportado por uma carroçaria vermelha e preta puxada por um cavalo branco que era comandado por um senhor trajado e sorridente. Realmente, esta altura do ano transformava as pessoas e todas era muito mais simpáticas e generosas.
Assim como o recepcionista asiático que nos recebeu à entrada do hotel. Fomos atrás daquele corpo elegante e musculado tapado por uma camisa branca impecavelmente posta por dentro de umas calças de ganga, em direção ao nosso quarto.
Abriu-nos a porta e piscou-me o olho antes de ir embora. Eu pressionei os lábios um contra o outro tentando controlar o impulso de ser mal educada.- Vamos dormir no mesmo quarto? -eu perguntei ao Harry depois de fechar a porta de alumínio e ver duas camas de solteiro.
- Sim, -ele respondeu secamente antes de se atirar para cima da cama perto do armário e deixar os seus pertences espalhados por todo o quarto- o teu irmão disse que não se importava de dormir contigo, mas para isso, eu tinha de dormir com a Perrie e ele não queria isso. Outra solução, era eu ficar com o Zayn e tu com a Perrie, mas ambos sabemos que é má ideia. E, Emma, é Ano Novo! Achas que os casais não vão querer começa-lo de uma excelente forma? -ele disse de forma maliciosa, eu sabia do que ele estava a falar.
O que ele disse fazia sentido, por isso eu limitei-me a suspirar. Coloquei a minha mala em cima da cama e abri-a com dificuldade pois estava um bocado cheia. Antes de começar a minha rotina organizada de arrumar a roupa, peguei no meu telemóvel e pus a música em aleatório. O Harry cantarolava suavemente enquanto me via a levar a roupa quente para o armário acomodando-a da melhor forma possível.
- Porquê que estas a fazer isto? -ele perguntou depois de eu passar por cima dele, que estava deitado em na cama, com duas camisolas na mão.
- É mais rápido, se não tinha de ir à volta. -eu respondi justificando o porquê de ter passado por cima dele. Ele fez uma cara séria, como se tivesse levado a mal- Mas desculpa, pensava que não havia problema.
Virei-me para a mala, assim ele não conseguia ver a minha cara de atrapalhada por ter feito asneira. Fico meia corada e completamente sem jeito, mal disposta por não ser perfeita como sempre quis. Fico ainda pior porque não consigo evitar ficar assim. É algo que me ultrapassa...
- Não é isso. -ele responde de forma meio rude eu sinto que fiz figura de idiota- Porque que estas a desfazer a mala toda? Só vamos ficar aqui até amanhã de manhã. -ele clarificou-me sentando-se direito.
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I hate myself because I love you
Fanfiction"Destruiste o meu sonho. Aquele que eu lutei a minha vida toda. Mentiste-me e enganaste-me. Achas isso uma prova de amor? Afinal tinha razões para não gostar de ti quando te conheci... E é isso, eu odeio-me porque mesmo assim ainda te amo."