I hate myself because I love you

Capítulo 49

Quando eu era uma pequena criança inocente e doce, os meus pais achavam que eu me transformava numa criança hiperativa quando ouvia qualquer tipo de música porque desatava a dançar. Podia ser a pior música de todos os tempos mas mesmo assim, eu mexia as pernas e os braços como uma louca. Com o avançar da idade, a minha vontade não diminuiu mas agora tento fazê-lo de uma maneira mais controlada. O problema é que isso torna-se impossível com um rapaz super sedutor, que só por acaso acabara de me dizer que tinha um fraquinho mim, agarrado ao meu corpo.

- Há alguma música que tu não querias dançar? -ele riu por ser a sétima música que eu insistia para que ele ficasse comigo.

- Há alguma música que tu não queiras cantar? -eu perguntei trocando simplesmente o verbo para se aplicar a ele.

- Last thing I remember is our
Beautiful bodies grinding off in that club -ele cantou ao meu ouvido fazendo-me arrepiar.

- Drunk in love -cantamos os dois e depois continuámos a dançar ao som dum remix da música da Queen B.

Mal a música acabou, eu avisei o Harry que ia à casa de banho e ele pediu para eu me despachar, que íamos para o hotel. Dei de ombros e beijei o seu rosto delicadamente, quando, na verdade, me apetecia beijar os seus lábios rosados.

Sentada no compartimento, estive a pensar em como descrever o que sentia quando nos beijávamos, mas cheguei à conclusão que ainda não existe nenhuma palavra neste mundo que descreva o que eu sinto sempre que nos tocávamos daquela forma. Abri a porta vermelha e passei para a frente do lavatório, pousei a minha mala e lavei as mãos.

- Gostava de saber o quê que o Harry viu em ti. Quer dizer, não és alta, nem bonita, nem loira o suficiente para ele. -disse a ex-namorada do Harry quando também ela saiu de uma cabine.

- Tu não tens de gostar, nem de compreender. Só tens de respeitar. -eu disse enquanto secava as mãos a uma toalha branca com uns simples bordados vermelhos.

- Emmalinne, nota-se que és nova neste mundo, por isso vou-te dar um conselho de amiga. -ela tocou no meu ombro que eu afastei como se fosse uma mosca- Prepara-te para ouvir coisas que nunca pensaste, para te sentires a pior pessoa do mundo e para depois me dares razão.

Ela falava para mim como se o que ela dizia fossem pérolas que eu tinha de apanhar com cuidado e guarda-las. Eu estava de facto a guarda-las, mas para depois lhes dar com uma marreta em cima. O que saia daquela boca mal pintada de vermelho, eu já sabia. desde o primeiro dia em que andei com o Harry na rua que sabia que aquilo era certo que acontecesse.

- E não te esqueças que há um ano, era eu que estava no teu lugar. -Ela sorriu mas aquilo pareceu-me a filha da puta de uma ameaça a acasalar com uma provocação. Quem é que ela pensava que era para me dizer algo assim? Por favor, não há comparação possível entre mim e a Taylor.

- Foi um prazer conhecer-te. -ela disse e saiu da casa de banho quase a desfilar dando-me vontade de lhe dar um pontapé no rabo flácido da merda.

Levei as mãos ao lavatório e fiz força nas mãos como se tivesse a libertar dos os nervos e a raiva que estavam acumulados. Sentia-me mal porque estava a ser controlada pela parte má da minha personalidade, aquela que eu queria esconder a todo o custo e que normalmente só era exteriorizada quando falava com o Harry, à uns tempos, ou pensava no John. Sai da casa de banho em passo apressado e passei pela pista de dança. Ele viu-me e seguiu-me até à mesa onde cada um tinha deixado a mala ou o casaco.

- Que se passou? -o Harry perguntou-me mostrando que já começava a conhecer-me bem.

Eu, sem me sentir acanhada, peguei no seu copo de champanhe e bebi tudo de golada. Toda a gente na mesa olhou para mim, mas eu não lhes tinha de dar explicações. Tinha estado controlada durante a festa toda mas há momentos em que eu não penso antes dos atos.