– Guilherme, você jura para mim que ninguém da sua família estará quando descermos deste elevador? – eu questionei, encarando a muralha de músculos tensos que estava recostada à parede espelhada do elevador, logo à minha frente.
Ele não havia conseguido deixar suas mãos longe de mim desde o momento em que retornamos para dentro do carro de sua mãe. Seus dedos faziam um carinho gostoso na parte interna da minha coxa enquanto dirigia em silêncio, parecendo estar ainda mais tenso e absorto em seus pensamentos do que estava antes do nosso sexo ao ar livre. Ao menos, ali, ele estava mantendo algum tipo de contato comigo e eu já considerava isso uma vitória, visto que desde o primeiro instante em que entrara em meu quarto, Guilherme estava comedido e exalava uma tensão que não condizia com seu normal.
Apesar de ter dito que gostava quando ele estava tenso, enquanto transávamos como dois pervertidos no capô do carro de sua mãe, a realidade era que eu não gostava e nada de tê-lo daquela forma. Pelo menos não quando não o tinha entre minhas pernas, me dando o prazer que eu pedia que ele me desse.
– Eu juro, anjo, se quiser posso lhe mostrar a mensagem que minha mãe deixou e podemos verificar juntos cada cômodo do apartamento. – ele respondeu calmamente.
– Não, não precisa, eu confio em você!
– E vou confessar que ficaria extremamente surpreso e bravo se alguma das três estivesse aqui porque realmente falei sério quando disse que queria ficar apenas com você... – Guilherme falou com uma voz pesada que tinha até mesmo um toque de ressentimento, que preferi deixar de lado.
Eu sorri com malícia, passando a ponta da língua pelo meu lábio inferior e mordiscando levemente o local para não arrancar o batom que tinha demorado para reaplicar. Havíamos ficado um tempo considerável dentro do carro enquanto Guilherme me observava arrumar a bagunça que seu beijo havia causado em minha boca. Não era a primeira vez que ele demonstrava se deleitar por ter sido o responsável em borrar meu batom e eu não tinha como negar o quanto mexia comigo quando ele fazia. Independente da forma.
O plim do elevador nos arrancou da redoma gostosa que nossa intensa troca de olhares havia formado e Guilherme me guiou para dentro de seu apartamento, com a mão repousando na base de minha coluna.
– Você continua tenso, Doutor... – eu apontei novamente, aproximando-me dele para levar minhas mãos a sua nuca, onde emaranhei e alinhei seus cabelos entre meus dedos.
O silêncio e as luzes apagadas de seu apartamento me confirmavam o que ele havia dito sobre estarmos sozinhos.
– Eu sei... – ele suspirou frustrado, envolvendo minha cintura com seus braços. Era possível sentir seu corpo relaxar levemente com o nosso contato e ele permitiu-se fechar os olhos para usufruir do carinho. – Eu aceito sugestões sobre como posso aliviar toda essa tensão, apesar de você ter dito que gosta quando estou tenso.
– Você tem uma banheira, não é mesmo? – propus em um tom bastante sugestivo. Para a sorte do meu Doutor, eu tinha um arsenal de maneiras de lidar com a tensão masculina em meu portfólio mental.
– Uma bem grande... – ele assentiu, não demorando nem mesmo um milésimo de segundo para acompanhar meu raciocínio. – Grande o suficiente para uma festa feita por nós dois. Você arruma a água e eu pego um vinho para nós, o que acha?
– Soa perfeito para mim.
Eu segui o caminho já conhecido por mim até seu quarto, subindo um tanto receosa a escada que me guiava até o segundo andar do apartamento. O barulho dos meus saltos ecoava pelo local, que seguia silencioso, até que chegasse ao cômodo em questão e me livrasse deles, deixando-os no canto do cômodo.
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Soho Dolls - flagui
FanfictionUma noite. Um acidente. Uma proposta. E a vida de Flávia nunca mais seria a mesma. Aos dezoito anos, ela é mais uma vítima das peças que o destino prega, a obrigando a tomar a decisão mais difícil de sua vida e que arruinaria todos os planos que um...