Capítulo 3

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As horas e os minutos iam passando cada vez mais rápido e não conseguia dormir. Não saia da minha mente aquela maldita conversa e, sobretudo a falta que a minha mãe me fazia para poder dar os seus magníficos e maravilhosos conselhos. Sempre pensei que fosse um bocado fácil deixar os pais e ir viver sozinho, mas afinal nada disso, pelo contrário. Olhava para o relógio e nunca mais conseguia dormir, até que acabei por ligar há minha mãe. Realmente ela me tinha dito "sempre que precisares me liga, seja que horas forem".

- Mãe? - Perguntei assim que deixei de ouvir o "pip...pip".

- Minha querida o que se passa? - Perguntou-me com uma voz de quem tinha ficado bastante preocupada - são quase três da manha querida!

- Eu sei disso mãe, mas eu acho, que fiz uma grande asneira e agora não sei o que fazer - comecei a chorar - eu sinto-me aqui tão sozinha.

- Oh querida eu disse-te que não ia ser fácil, mas sabes que consegues aguentar e, o que se passou para estares assim nesse estado? - Expliquei tudo o que aconteceu - filha tem cuidado com esse rapaz, sobretudo com a família dele! Eles não são o que parecem ser e gostam muito de se aproveitarem das pessoas, por isso mantém-te afastada e já agora, amanhã terás um guarda-costas à tua porta e vai-te dar bastante apoio, e até irá levar-te à universidade!

- Não mãe, não faças isso! - Revirei os olhos - tu sabes o quanto eu quero ser ou tentar ser uma pessoa normal!

- Meu amor não te preocupes pois ninguém irá dar conta com a situação - sorriu - é apenas um ex-colega teu o qual já se conhecem desde a pré-primária! E, é tão engraçado este destino...para além de viverem na mesma zona, terem sido colegas entraram na mesma área e sobretudo na mesma turma! Só espero que desta vez vocês se entendam!

- Ah? Estás a falar de quem? - Perguntei com imenso receio que fosse o idiota e estúpido do Eduardo.

- Do Eduardo querida, a mãe dele contou-me que ele tinha entrado na mesma área e universidade que tu querida, por isso eu lhe liguei a pedi que desse um olhinho para não te sentires tão sozinha. Agora a mãe vai desligar o telemóvel, beijinhos querida. - Desligou-me o telemóvel na cara sem esperar que eu pudesse dizer alguma coisa.

Eu nem acredito que a minha mãe foi capaz de me fazer isto! Ela sabe que eu e o Eduardo nunca nos dê-mos bem e o ódio que eu tenho dele! Nunca me esqueci das malicias que ele me fez na pré-primária. Para além de ter estado sempre a gozar comigo, chegou a colar pastilhas no meu cabelo, a fingir que tinha um admirador secreto quando na verdade era para gozar comigo, chegou uma vez a puxar as minhas calças para baixo no meio do recreio e todos ficaram a rir-se de mim porque tinha ficado de cuecas à mostra! Eu sei que já passaram muitos anos, mas não consigo acreditar que aquele traste voltou a ficar na mesma turma que eu. Isto só pode ser um pesadelo ou uma praga!

Vim para cá, para começar uma vida nova e longe da fama, de diversas pessoas...mas afinal não, tudo correu mal! Algumas lágrimas retomaram a cair da minha face abaixo. Quando o meu pai era meu amigo, ele sempre me ensinou que apenas deveríamos chorar por pessoas que realmente nos fossem importantes, porque o resto não merece nada de nós.

Levantei-me do colchão e fui tomar um calmamente para ver se conseguia voltar a dormir. Amanhã é dia de montar as coisas e depois tenho apenas dois dias para me preparar para o início das aulas. Passado alguns minutos o comprimido começou a fazer efeito e acabei por adormecer

Passado umas horas

Quando finalmente tinha conseguido adormecer, acabei por acordar devido a terem começado a tocar há minha campainha. Mas quem é a pessoa idiota que vem tocar a campainha de alguém a estas horas? Olhei para o telemóvel e no visor marcava cinco da manhã. Só podem estar a brincar comigo.
A pessoa que tinha tocado à campainha, voltou a fazer o mesmo até que me apercebi que não tinha outra alternativa a não ser abrir a porta.

O idiota do meu inimigo de infância - 1°Livro | revisão |Onde histórias criam vida. Descubra agora