Inês
Frio. Não sei o que se passa comigo, mas tive bastante frio esta noite e devido a isso, não dormi praticamente nada de jeito. De repente, o meu despertador começou a tocar. Já são 07:00 e isso significa, que tenho de me levantar e preparar-me para mais um dia de aulas. O despertador tocou mais uma, duas e três vezes. Não me apetecia desligar o mesmo, não me apetecia fazer absolutamente nada. É como se todas as minhas forças tivessem desaparecido.- Filha acorda – disse o meu pai enquanto entrava pelo meu quarto adentro – tens de começar a despachar-te.
- Pai eu estou acordada – respondi meio ensonada e a mexer nos meus olhos na expectativa de despertar-me o mais rápido possível.
- Dormiste bem? – Perguntou-me com uma voz de quem estava preocupado.
- Acordei diversas vezes esta noite – disse enquanto me levantava da cama.
- Provavelmente foi por causa do Eduardo – suspirou – eu não deveria ter-te incentivado a ligares para ele.
- Pai não foi por causa disso – sorri – foi mesmo porque acordei diversas vezes com frio. Esqueci de fazer a minha cama com lençóis mais quentes.
- Ah – disse enquanto mexia no seu cabelo – mesmo assim, eu acho que o Eduardo foi bastante infantil e otário pela forma que falou contigo.
- Não te preocupes, já passou.
- Como te sentes hoje?
- Estou bem pai – sorri – não é preciso andares sempre em cima de mim com medo que algo me aconteça, a tua filha é rija que nem um enorme calhau – riu-se – agora eu tenho de me despachar para ir, para a universidade.
- Gosto de te ver assim – sorriu – mas antes de ires despachar eu tenho uma coisa para te dizer.
- Diz – disse meio curiosa.
- Hoje eu quero levar-te há universidade – disse-me com receio de que eu rejeitasse a sua ideia.
- Acho uma excelente ideia – disse-lhe e um sorriso apareceu nos seus lábios – tenho saudades de quando era a menina dos teus olhos – sorriu.
- Independentemente da Marta ser minha filha, irás sempre ser a menina dos meus olhos – sorri e o mesmo me abraçou.
*
Já cheguei à universidade. Hoje parece mais um daqueles dias de chuva e nesses dias, eu odeio sair de casa. Despedi-me do meu pai e comecei a sair do carro do mesmo.
- Ah filha – chamou-me antes de fechar a porta do carro.
- Boa sorte para o teste de português.
- Estás a brincar comigo não estás? – Perguntei meio assustada. Eu sei que tenho andando com a cabeça na lua, mas nunca me esqueci de um teste e não irá ser na universidade que irei esquecer.
- Não filha, não estou. Tinhas o teste apontado naquela folha que tens no frio.
- Oh meu deus! – Comecei a ficar stressada – eu não acredito que me esqueci do teste!
- És boa a português ou não?
- Sim sou boa, só que já não estou apta como os meus colegas, há pala de ter faltado bastante, perdi imensa matéria.
- Inês foram só duas semanas e uns dias – disse o meu pai demasiado descansado – não estou a ver a tua turma ter dado demasiada matéria.- Espero bem que não, eu quero passar para o segundo ano de licenciatura.
- Filha tem calma, porque não pedes ajuda à tua amiga Cláudia? Ela pode ajudar-te em algumas coisas antes de fazeres o teste.
- O problema é que ela também faltou bastante por causa da depressão.
- Já me esquecia disso – disse o meu pai – porque não pedes ajuda a outros colegas da tua turma?
- É isso que eu vou fazer – disse – deseja-me sorte.
Fechei a porta do meu pai e comecei a ir em direção há porta de entrada da universidade. Há medida que ia andando, mais uma vez, muitos dos olhares eram direcionados a mim. Provavelmente devem-me criticar por estar grávida ou então pelo facto de ter sido o maior motivo do Eduardo ter ido embora.
Continuei a andar e fui em direção à minha sala de aula, e enquanto andava, aproveitei para ir relendo algumas das coisas que sabia, que poderia sair no teste.
Enquanto andava, fui contra alguém e quando isso aconteceu, peguei em todos os meus livros o mais rápido possível. Quando já os tinha, quando fui para pedir desculpas, deparo-me com o Afonso da minha turma.- Olá vizinho de mesa, como é que estás? – Perguntei com um sorriso para disfarçar a tristeza que sentia.
- Estou bem e tu como é que estás? – Perguntou.
- Mais ou menos – disse enquanto torcia a minha face.
- Então o quê que se passa? – Perguntou-me bastante preocupado.
- Devido a tudo o que se tem passado e a carga extra de trabalhos de ontem, acabei por esquecer-me que hoje iríamos ter teste de português e se não fosse o meu pai a desejar-me boa sorte para o teste, jamais iria me lembrar e agora, eu vou fazer o teste sem saber grande parte da matéria.
- Calma Inês – sorriu – como tiveste hospitalizada, o professor Nuno não quis dar muita matéria, para depois não ficares muito prejudicada. Deu-nos mesmo muito poucochinho, fizemos foi bastantes exercícios.
- Bem, sendo assim já fico mais aliviada – sorri – ainda bem que ontem consegui fazer alguns dos exercícios extra que o professor me deu.
- Ainda bem e vais ver que vais ter boa nota. – Disse-me.
- Obrigada – abracei-o em forma de agradecimento pela ajuda que me deu.
- Vamos para a sala? – Perguntou-me.
- Sim – espirrei do nada – assim dá para rever as coisas e não levo com o barulho dos estudantes a falarem muito alto.
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O idiota do meu inimigo de infância - 1°Livro | revisão |
RomanceInês tem 19 anos e é de Tabua que fica no conselho de Coimbra. Decidiu vir estudar para Lisboa, numa das melhores faculdades de enfermagem. Por mais que digam-lhe que é uma decisão um pouco arrojada ela não desiste. Eduardo tem 20 anos e é de Tábua...