Dia seguinte
Inês
O despertador tocou, tocou...até que decidi olhar para o mesmo e, quando olho, apercebo-me que já estava trinta e cinco minutos atrasada. Levantei-me de imediato e fui a correr para tomar um duche, mal saí do mesmo, lavei os dentes, vesti um top branco com umas calças pretas de cinta subida, umas sandálias prateadas, penteei o cabelo sem fazer nenhum penteado como o costume, pôs rímel e o blush o mais rápido possível, peguei no meu dossiê, na minha mala, numa maçã e saí do apartamento.
Já são oito e meia e ainda tenho de conduzir até à universidade, que para além de demorar dez minutos por vezes chega a ter o trânsito condicionado.
Enquanto conduzia, apercebi-me que o trânsito estava condicionado como o costume, então aproveitei e ia comendo a minha maçã até que a meio do caminho, deparo-me com um acidente e, por isso mesmo ficou trânsito, porque muitos saem dos carros para cuscarem, outros para simplesmente passarem devagar e observarem o acontecimento. Como tinha a sensação que ia chegar atrasada à universidade, peguei no meu telemóvel e tentei ligar ao Eduardo para avisar o professor Nuno que estou presa no trânsito, mas infelizmente acabou por não atender.
Começo a ficar completamente atrasada para as aulas e não tenho mais ninguém. Bem, de qualquer modo não fará mal nenhum tirar uma foto como comprova que houve um acidente e a que horas tirei a foto assim conseguirei justificar-me de tal coisa! Mal acabei de comer a minha maçã, comecei a cantar no carro uma música que estavam a passar na mega-hits. A verdade é que sou tão distraída, que ou não sei o nome dos cantores ou então não sei o nome da música. Enfim, o que importa é que conheço as músicas.
Vou andando com o carro mais a frente e quando vou para tirar a foto como comprova que cheguei atrasada por causa do acidente, apercebo-me que o carro que estava esmagado na parte da frente, era completamente igualzinho ao do Eduardo. – Não pode ser o dele, pode ser apenas igual – pensei para mim mesma, para me acalmar.
Cheguei à universidade passado algum tempo e mal chego, encontro a Cláudia.
- Cláudia viste o Eduardo? – Perguntei enquanto corria em sua direção.
- Não, aliás, já estou há algum tempo à espera dele e principalmente, que me atenda as chamadas – calou-se – espera...só se ele adormeceu ou está preso no trânsito – observou a minha cara – que cara é essa?
- Houve um acidente na estranha e, como não tinha ninguém que avisa-se o professor Nuno que iria chegar atrasada porque estava presa no trânsito, tirei foto ao acidente e quando fui fazê-lo, notei que o carro era igualzinho ao do Eduardo. – Afirmei.
- Credo Inês! – Bateu com a mão na mesa – tira essa ideia da cabeça, aposto que o Eduardo está bem! Ele tem sempre bastante cuidado quando conduz – do nada sorriu – mas já agora, porquê essa preocupação toda? Pelo que ouvi dizer, tu o odeias.
- Ele falou de mim, ontem à noite não foi? – Revirei os olhos – pois bem, eu não o odeio, apenas não vou com a cara dele porque quando era criança ele só me fazia mal e, não consigo ter alguma amizade ou algo do género com ele depois do que se passou. – Uma lágrima me caiu.
- Ouve Inês, eu sei que só conheço o Eduardo há uns meses, mas ele mudou bastante desde que a irmã dele faleceu. O mesmo, o disse e desde que está cá, tenho notado isso. Ele tenta ser engraçado mas não consegue porque se lembra da irmã. – Falou enquanto me passava a mão no ombro.
- O quê!? – Perguntei chocada. – A irmã dele morreu!? Eu não sabia! Nem a minha mãe me contou.
- Foi há três anos e, pelo que tenho observado, ele ainda não acabou o luto, tanto que também é por isso que ele seguiu enfermagem, para a homenagear.
- Eu não sabia disso. – Torci a boca – eu tenho de falar imediatamente com ele, porque ele tem tentado ser simpático comigo e eu só o teu maltratado como ele me fez no passado.
- Ei calma! O Eduardo irá compreender-te tal como eu compreendo. É perfeitamente normal teres as atitudes que tens tido, mas agora vais-te acalmar e vamos para a aula e, daqui a pouco o Eduardo irá aparecer. Se o mesmo tivesse tido o acidente, nós já tínhamos sabido porque somos as únicas que estão nas últimas chamadas. Acho, que ele deve é ter adormecido ou algo do género.
- Espero bem que sim, que seja só isso.
- Tu gostas dele. – Disse a Cláudia com um sorriso nos lábios.
- Eu? – Dei um riso. – Que coisa mais parva!
- Sabes que o ódio é o sentimento mais próximo do amor, para não falar que estás preocupadíssima com ele e, também admite, o Eduardo é um gato!
- Olha o nosso professor acabou de entrar na sala, vamos. – Disse para fugir ao assunto.
O que menos quero neste momento, é ter uma relação, muito menos com o Eduardo. Ele magoou-me bastante no passado, para não falar, que o que a Cláudia me disse não faz qualquer sentido, aliás, nem vale a pena continuar a pensar nisto, porque eu mando no meu coração e bem sei o que sinto e por ele é raiva.
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O idiota do meu inimigo de infância - 1°Livro | revisão |
RomanceInês tem 19 anos e é de Tabua que fica no conselho de Coimbra. Decidiu vir estudar para Lisboa, numa das melhores faculdades de enfermagem. Por mais que digam-lhe que é uma decisão um pouco arrojada ela não desiste. Eduardo tem 20 anos e é de Tábua...