Dia seguinte
Eduardo
Já faz um dia que a minha querida Inês está internada. Parece surreal o que aconteceu. Como a Anastácia já não aprontava algo há um mês, pensei que realmente tivesse desistido de mim e da ideia que teríamos de ficar juntos, mas pelos vistos enganei-me. Ontem, andei pela universidade à procura dela, eu tenho de falar com ela e fazer com que pague um castigo bem caro pelo que fez à Inês e ainda por cima, a Inês poderia ter sofrido um aborto, felizmente, parece que temos alguém a nos proteger.
- Bom dia – disse a Cláudia enquanto eu comia – já estás a tomar o pequeno-almoço?
- Bom dia – disse enquanto engolia o iogurte – sim já.
- Mas vais ao hospital?
- Não, só irei depois das aulas, a Inês não quer que eu falte.
- Então se não vais ao hospital, porquê essa pressa toda?
- Porque eu tenho de encontrar a Anastácia! Ela vai ter de levar com as consequências por causa do que fez à Inês! Ela poderia ter perdido o nosso bebé ou até morrido!
- Mas não morreu e está tudo bem com a gravidez – sentou-se ao meu lado – eu sei que estás revoltado com o que a Anastácia fez, que sentes saudades da Inês e darias tudo para que ela estivesse aqui, ao invés de estar no hospital, mas tens de perceber que ao fazeres alguma coisa à Anastácia, estás a ser cobarde como ela.
- Cobarde como?
- Ela foi cobarde porque aprontou das suas à Inês a qual é uma grávida e, ao fazeres algo à Anastácia, estás a ser cobarde porque é uma mulher – revirei os olhos.
- Então, indo por essa lógica, a Anastácia pode fazer o que quiser.
- Não – sorriu.
- Já não estou a entender nada – disse.
- Tu não podes fazer nada contra à Anastácia, mas eu sei quem possa.
- Quem? – Perguntei intrigado.
- Eu, – sorriu – para além de ser mulher, sou a melhor amiga da Inês e madrinha do vosso bebé! Ao ataca-la, não estaria a ser cobarde.
- Bem – disse enquanto mexia na barba que tinha no queixo – sendo assim...
- Dez minutos e ambos, vamos para a universidade dar cabo daquela avestruz sem mamas!
- Gostei – disse e começámos a rir-nos.
Continuei a comer o meu pequeno-almoço, até que finalmente a Cláudia apareceu pronta para irmos para a universidade. Ainda não sei se a Anastácia irá estar lá, mas ao menos, conseguimos vê-la a chegar.
- Cláudia porquê que tens ovos e farinha na mala? – Perguntei enquanto a mesma punha o que faltava na mala.
- Já vais ver – dizia enquanto se ria – posso ficar de castigo ou a fazer trabalho comunitário, mas aquela menina irá ver o que vai acontecer.
- Até tenho medo! – Disse.
Após já ter arrumado a mala, saímos do apartamento. Apanhámos o elevador, até que à saída damos de caras com o otário do Frederico.
- Ouvi dizer que a tua namoradinha teve um acidente de automóvel – sorriu – já acordou para a vida?
Ao dizê-lo, saí de imediato do elevador, peguei nele pelo pescoço e o levantei.
- É a ultima vez que falas da Inês e ainda por cima dessa forma – apertei ainda mais o pescoço – e podes dizer à tua queridinha prima Anastácia, que está em contagem de crescente, e qualquer dia és tu. – Mandei-o contra o chão e fui embora do prédio mais a Cláudia.
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O idiota do meu inimigo de infância - 1°Livro | revisão |
RomanceInês tem 19 anos e é de Tabua que fica no conselho de Coimbra. Decidiu vir estudar para Lisboa, numa das melhores faculdades de enfermagem. Por mais que digam-lhe que é uma decisão um pouco arrojada ela não desiste. Eduardo tem 20 anos e é de Tábua...