Inês
Enquanto a minha mãe continuava na sala, eu e o Eduardo íamos trocando alguns gestos na brincadeira um com o outro, até que de repente aparece a minha mãe na cozinha e fica estupefacta a ver-nos naquele estado de brincadeira.
- Já estão preparados meninos? – Perguntou a minha mãe enquanto olhava para nós os dois.
- Eu cá estou pronta e tu, Eduardo? – Perguntei.
- Sim, mas precisava de falar uma coisa a sós contigo Inês. – Disse-me e a minha mãe saiu perto da gente durante uns minutos.
- A minha mãe já saiu, o que se passa?
- Queria saber onde vamos almoçar – comecei a rir-me quando apercebi-me que era um assunto normal e que o Eduardo estava nervoso.
- Estava a pensar, que poderíamos ir almoçar a um lugar que a minha mãe nunca tenha ido.
- O quê que ela nunca comeu? – Perguntou-me.
- Bem, tanta coisa...nunca comeu sushi, comida chinesa, fast food e outras coisas – pôs a mão na boca enquanto analisava bem o assunto – é que a na nossa zona é difícil encontrarmos lugares desse género, tanto que nem sei se ela gosta.
- Então porque não vamos comer sushi? – Perguntou o Eduardo – é assim, eu não consigo comer comida chinesa, porque no 10º ano disseram-me que eles punham restos de cães na comida e outras coisas que nem quero imaginar, tanto que, pelo sim pelo não, não como nem sequer consigo. – Disse-me acabando por me deixar um pouco arrepiada.
- Vamos ao sushi e não se fala mais disso! – Disse e o Eduardo sorriu.
Como já tínhamos chegado a um consenso, fomos ter com a minha mãe à sala.
- Então querida, já pensaram onde pudemos ir almoçar? – Perguntou a minha mãe bastante curiosa.
- Sim, já e vais adorar – disse-lhe com um sorriso – mas até chegarmos ao lugar, ficará no segredo dos deuses.
- Eduardo, tu que és diferente da minha filha, diz-me onde vamos. – Disse a minha mãe bastante curiosa e a tentar inverter a jogada.
- Se a Inês não lhe disse onde vamos, não irei ser eu a dizê-lo dona Cidália. – Sorriu – mas garanto-lhe que irá gostar.
Após a mesma ter desistido da sua jogada, sorri para ela com um olhar vitorioso. Passado alguns minutos, peguei na minha bolsa onde estava tudo o que era necessário, saímos do meu apartamento e fomos até ao meu carro.
- Entrem. – Disse, assim que chegámos ao meu carro.
Ambos entraram no carro com um ar de que estavam felizes e animados. Para além de ser a primeira vez que a minha mãe vai comer sushi, é também a primeira vez que vamos almoçar com o Eduardo, sobretudo, em paz.
Liguei o carro e começou a passar algumas músicas que a mega-hits estava a dar naquele momento.
- Ai fica, pareces a juventude de hoje em dia, com um péssimo gosto musical! Música boa é rock! – Disse a minha mãe enquanto fazia um fixe com os seus dedos.
A minha mãe pode ter a idade que tem, mas sempre teve aquele espírito jovem dentro dela, e mesmo sabendo que cada minuto que passava ia envelhecendo, tentava aproveitar todos esses minutos como se fossem os últimos.
- Mãe, hoje em dia este é o género de músicas que está na moda, mas claro, para quem gosta deste género de música – disse enquanto conduzia – para além que ninguém é obrigado a gostar de rock como tu.
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O idiota do meu inimigo de infância - 1°Livro | revisão |
عاطفيةInês tem 19 anos e é de Tabua que fica no conselho de Coimbra. Decidiu vir estudar para Lisboa, numa das melhores faculdades de enfermagem. Por mais que digam-lhe que é uma decisão um pouco arrojada ela não desiste. Eduardo tem 20 anos e é de Tábua...