Capítulo 29

721 46 0
                                    

Inês

Estou bastante nervosa e receosa ao mesmo tempo. Não sei até que ponto o meu pai está decidido em me apoiar ou aceitar o facto de estar grávida ainda, por cima do Eduardo. O moço que ele queria me mantivesse afastada por há uns meses ter sofrido bastante, devido à Anastácia aparecer com o boato de estar grávida, quando atualmente se vê que não passou de uma mentira para recuperar o Eduardo. É o que eu sempre digo, a mentira tem perna curta.

O Eduardo está a ajudar a Cláudia, a preparar o jantar, enquanto isso estou deitada no sofá. Não me deixaram fazer nada, dizem "agora que estás grávida, só podes cansar-te com os estudos o resto fazemos nós". Estou mesmo a ver o filme, daqui a uns meses não me irão deixar fazer absolutamente nada. Eu percebo perfeitamente a parte deles, querem-me proteger e ao bebé, mas sinceramente, eu ainda não estou em mim, ainda não acredito que estou grávida e que daqui a nove meses ou menos que isso, terei o meu bebé nas mãos.

Truz, truz, truz.

- Amor vê quem é por favor – disse o Eduardo.

Levantei-me do sofá e ver através do ocular quem seria, e aí, vejo que é o meu pai. Abri a porta e o mesmo me abraçou.

- Vieste rápido pai – disse enquanto fechava a porta.

- Pedi ao Leandro para me levar de helicóptero, não queria atrapalhar os teus horários, para além, estou bastante cansado.

- Então? – Começámos a andar – mete-te à vontade e senta-te.

- Neste momento não quero falar dos meus problemas – mexeu num fio do meu cabelo – trouxe-te isto.

Passou para a minha mão um embrulho enorme, o qual nem tinha notado. Estava mais preocupada em observar a expressão facial do meu pai, do que com o que ele vinha.

- O que é isto?

- Abre – sorriu.

Desembrulhei e eram três livros de gravidez e uma caixinha bastante pequena, quando a abri, era uma pulseira de ouro bastante pequena.

- Isto é o quê pai? – Perguntei com um sorriso.

- Foi a tua primeira pulseira de bebé – sorriu – e achei, que irias gostar que o bebé usasse – sorri e o abracei.

- Obrigada, pai e sobretudo, por não me censurar.

- Eu não te julgo, porque me aconteceu o mesmo.

Mal o meu pai o disse, fiquei completamente perplexa...o meu pai não cumpriu a tradição?

- Como assim?

- Quando eu tinha dez anos, os teus avós paternos me prometeram a uma moça, essa moça era a tua mãe – suspirou – com o passar dos anos, eu conheci outra moça a qual, foi a mulher da minha vida, eu estava tão apaixonado por ela que acabei por quebrar a tradição – deixou uma lágrima cair – e quando o fiz, a engravidei. Mal soube, eu tive que pedir que ela abortasse, porque se os teus avós soubessem, para além de me castigarem forte e feio, iriam a perseguir. Depois, deixei de a ver e passado uns anos comecei a namorar com a tua mãe e vou-te ser sincero filha, se eu me afastei nestes anos, não foi por ti, mas sim porque eu não amava a tua mãe, eu já não aguentava dormir com ela sabendo que não a amava.

- Eu não sabia disso pai.

- Por isso Inês, não faças o que eu fiz, porque me arrependo. Se te sentes feliz e queres ter esse bebé, tem!

- Obrigada pai – abracei-o.

De repente aparece o Eduardo e cumprimenta o meu pai.

- Aposto que deves ser o pai do meu neto ou da minha neta – disse o meu pai e notei o receio que o Eduardo sentia e o seu nervosismo.

O idiota do meu inimigo de infância - 1°Livro | revisão |Onde histórias criam vida. Descubra agora