Capítulo 57

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Inês
Espirro e mais um espirro – o quê que eu tenho? – perguntei a mim mesma enquanto tentava levantar-me da cama.
Entrei no chuveiro e tomei um duche para me despertar, só tenho mais trinta minutos para depois ir, para a universidade. Mal saí do mesmo, senti um enorme friozinho na minha pele. Provavelmente a temperatura deve ter descido e como não tenho assistido aos noticiários devido a ter diversas coisas para estudar, não soube. Sequei o meu cabelo com o secador e mais uma vez, espirrei. Eu só espero que isto seja uma alergia e não um sinal que estou a ficar engripada.
Penteei o meu cabelo, desta vez, vou deixá-lo apenas liso. Retomei ao meu quarto, vesti a minha roupa íntima, retirei do meu roupeiro um casaco vermelho bastante quentinho, o qual eu tanto gosto, não sei o motivo, mas gosto bastante dele, uma camisola de lã suave branca, umas calças brancas e umas botas pretas. Retomei à minha casa de banho e fiz uma maquilhagem básica. Por acaso, sempre a pôs, mas nestes dias tem-me feito milagres, porque se não, todo o meu cansaço era visível.
Arrumei tudo o que era necessário para a universidade e fui até à cozinha para tomar o pequeno-almoço.

- Bom dia pai – disse enquanto dava-lhe um beijo – obrigada por teres feito mais uma vez o pequeno-almoço.

- Não agradeças filha – disse o meu pai com um sorriso – eu bem sei o quanto tens andado cansada e desgastada. Precisas de ser ajudada.

- Quando eu conseguir recuperar a matéria que eu perdi, irei ficar com mais tempo para mim e claro, descansar – sorri.

- Espero que sim, para além estás grávida – suspirei.

- Pai eu sei que estou grávida, mas eu tenho de conseguir conciliar tudo e não é por ficar a estudar até mais tarde, que irei prejudicar a saúde da minha bebé ou a minha gravidez.

- Só não quero que sejas demasiado ambiciosa e que depois aconteça alguma coisa.

- Não vai acontecer pai – pôs a minha mão de cima da mão do meu pai – eu sei tomar conta de mim e também sei tomar conta da minha gravidez, para além, só no final é que vou andar mais debilitada ou seja, cansada e afins.

- Prometes-me que vais tomar conta de ti, quando eu não cá estiver? – Perguntou-me e eu sorri.

- Prometo pai – sorri – agora vamos comer o pequeno-almoço? É que estou esfomeada!

- Podes começar – sorri mais o meu pai.

Bebi um copo de sumo de laranja natural, comi um bolo de cocô e umas uvas. Nunca senti tanto prazer a comer – sorri meio aconchegada – só me apetece comer, mais e mais.
De repente a campainha do meu apartamento tocou.

- Estás há espera de alguém pai? – Perguntei meio confusa.

- Não e tu? – Ao dar-me tal resposta, um enorme receio começou a existir dentro de mim, como se o meu coração fosse sair pela minha boca fora e como se fosse ter um ataque de ansiedade ou algo pior.

- Eu também não.

- Queres que eu vá lá? – Perguntou o meu pai e eu assenti a cabeça.

Eu não sei quem é a pessoa e também não sei o que a mesma possa ter vindo cá fazer.

- Filha é a Cláudia e mais um colega teu – ao dizê-lo, levantei-me da cadeira o mais rápido possível e fui ter com eles, ainda a mastigar um pouco de uva – ela já aqui está.

- Olá – disse após ter engolido um bocado de uva – posso saber a que devo a honra do meu vizinho de mesa e da minha melhor amiga estarem aqui, no meu apartamento a esta hora?

- Nós tivemos até tarde a fazer o trabalho da disciplina de higiene e adormecemos – disse a Cláudia e eu me ri da situação – não nos perguntes como é que nós nos aguentamos em pé visto que dormimos em cima de uma cadeia – suspirou –, e quando ouvi o barulho do meu despertador, acordei meio atordoada até que vi que pronto, estava atrasada tal como ele, se bem que ele como mora aqui no prédio trocou de roupa.

O idiota do meu inimigo de infância - 1°Livro | revisão |Onde histórias criam vida. Descubra agora