Dia seguinte
Inês
Acordo com duas pessoas a mexerem no meu corpo. Eu não sei quem são elas, mas sei que estavam a mexer em mim.- O que vocês pensam que estão a fazer? – Perguntei enquanto tentava abrir os olhos com alguma dificuldade devido à intensidade da luz.
- Somos duas enfermeiras, estamos a prepara-la para daqui a bocado virem trazer-lhe o pequeno-almoço e depois ir fazer um exame.
- Um exame ao quê? – Perguntei intrigada.
- Pedimos desculpa, mas não pudemos informar tal coisa – disse a outra enfermeira – só pudemos dizer que, irá fazer um exame a seguir ao pequeno-almoço. O resto, só um médico ou uma médica poderá informar.
- Está bem – disse ainda meio ensonada – onde está a minha médica, a doutora Marta?
- A doutora Marta está a descansar numa sala própria para os médicos – disse uma das enfermeiras – ela passou a noite toda ao seu lado.
- Não sabia – disse – provavelmente devia ter adormecido aqui com algum receio que eu tivesse uma crise de falta de ar.
- Pois não sei – disse uma enfermeira – nós agora iremos sair e daqui a bocado uma senhora ou um senhor irá trazer-lhe o seu pequeno-almoço e depois irá levá-la ao bloco onde irá fazer o exame.
- Está bem – respondi.
Ambas saíram do meu quarto e eu fiquei a olhar para a janela. Eu não conseguia ver grande coisa devido à forma distância em que me encontrava, mas mesmo assim tentava olhar. O dia estava chuvoso e via-se algumas gotas de chuva a irem contra ao vidro da janela. Provavelmente, hoje está um daqueles dias que eu daria de tudo, para estar deitada no sofá, a ver filmes, tapadinha e claro, a beber chocolate quente com leite. São essas as coisas que eu mais adoro no inverno, o quente e o modo relaxante que nos encontramos em casa, e uma das coisas que mais gosto é adormecer com o barulho da chuva. Hoje, parece que é um desses dias, tal como também, ainda mais perto estou do meu aniversário e na altura de montar as coisas de Natal, se bem que não tenho nada disso aqui em Lisboa, árvore, luzes, efeitos, nada de nada. Penso, que quando tiver alta e tiver melhor, para além de puder comprar mais coisinhas a minha bebé, vou comprar as coisas de Natal, ainda por cima, agora eu tenho uma irmã a qual finalmente quer e tem todo o direito ter um Natal em família.Truz, truz, truz.
- Quem é? – Perguntei.
- Sou eu – quando abre a porta era a Josefa – ouvi dizer que tinhas novamente vindo parar ao hospital, então eu mesma assumi a responsabilidade de vir dar-te o pequeno-almoço e saber o que aconteceu desta vez.
- Já tinha algumas saudades tuas – disse – desta vez não tive nenhum acidente, simplesmente corri demasiado, o meu corpo não aguentou e acabei por cair desmaiada no chão com falta de ar.
- Mas tu tens algum problema respiratório? – Perguntou-me.
- Quando tinha cinco anos, eu apanhei uma pneumonia muito forte, fiquei três meses e meio internada no hospital e os médicos até diziam que não ia sobreviver, mas lá consegui – disse com um sorriso – mas tirando isso, eu nunca tive problemas respiratórios.
- Já chegaste a fumar ou algo do género?
- Não – respondi – se eu já odeio o cheiro do tabaco, quanto mais se fumasse, credo! – Riu-se.
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O idiota do meu inimigo de infância - 1°Livro | revisão |
RomansaInês tem 19 anos e é de Tabua que fica no conselho de Coimbra. Decidiu vir estudar para Lisboa, numa das melhores faculdades de enfermagem. Por mais que digam-lhe que é uma decisão um pouco arrojada ela não desiste. Eduardo tem 20 anos e é de Tábua...