Capítulo 52

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Inês

Finalmente cheguei ao meu apartamento. Para além de estar cansada do dia que hoje tive, tenho imensa coisa para estudar. Comecei a descalçar-me e a pôr-me há vontade.
Ainda não consigo retirar da minha mente, a ideia estúpida e ridícula que o Eduardo teve. Ele não devia ter desistido da universidade por eu lá estar, para além, ele ao ter tido essa atitude, só me demonstrou uma coisa, que realmente nunca me amou. Se ele realmente me tivesse amado ou me amasse, tinha ficado aqui em Lisboa, tinha continuado ir à universidade e sobretudo, lutava por mim e por nós os dois, mas não o fez. Foi mais fácil ir para Coimbra.
Sentei-me em cima da minha secretária do quarto e comecei a fazer alguns dos trabalhos que uns professores me mandaram e claro, iniciar as 120 páginas com exercícios que o professor Nuno me mandou. Ainda não acredito que em duas semanas e uns dias, já deram tanta matéria.
O tempo ia passando e casa vez ficava mais cansada, eram demasiadas letras para eu ler e sintonizar também a matéria.

Truz, truz, truz.

- Entre – disse.

- Vim trazer-te o jantar – disse o meu pai – sei que é o teu aniversário, mas como estas aí tão ocupada a estudar, decidi fazer assim.

- Obrigada pai – disse – mas não tenho fome.

- Inês tu tens de comer – disse o meu pai enquanto olhava para mim – tu estás grávida e precisas de alimentar-te como deve ser, se não vais-te abaixo – revirei os olhos.

- Eu irei aguentar – suspirei – até onde conseguir como é claro.

- Inês o quê que se passa? – Perguntou o meu pai com um olhar bastante preocupado.

Por mais que eu tentasse fingir que está tudo bem, quando na verdade não estava, acabei por começar a chorar.

- O que se passa Inês? – Perguntou o meu pai e de seguida me abraçou – desabafa, eu estou aqui para te apoiar no que puder.

- Toda a gente que eu gosto, ou me deixa ou me mente.

- Quem é que te deixou? – Perguntou o meu pai.

- O Eduardo voltou para Coimbra – disse enquanto chorava – a Cláudia contou-me hoje, a poucos minutos de eu ter entrado na universidade e ele não foi capaz de me dizer absolutamente nada.

- Porquê que ele fez isso? – Perguntou o meu pai.

- Não sei, o que a Cláudia me disse, foi que a justificação dele era “eu não a quero magoar mais ou fazê-la sofrer”.

- Eu sei que gostas muito da Cláudia, mas logo hoje que retomaste às aulas e fazias anos, ela teve de ir dar tal informação? Não poderia ser no dia a seguir? – Perguntou o meu pai completamente irritado.

- Sei lá, também de alguma forma o meu aniversário já estava completamente destruído, não tenho grande coisa que me motive para festejar o mesmo – limpei as lágrimas – eu poderia neste momento estar a festejar com os meus amigos e feliz, mas na verdade, estou aqui, fechada entre quatro paredes, a estudar e a chorar.

- A tua irmã estava a pensar em organizar uma festa de aniversário no sábado, em que os teus amigos, família viessem.

- Pai diz a Marta para desistir de tal coisa! Eu não vou festejar o meu aniversário.

- Filha – o meu pai sentou-se na cama – eu sei que estes dias não têm sido fáceis, mas são os teus vinte anos. Tens de comemorar, são duas décadas a pisar o nosso lindo planeta! – Revirei os olhos devido à péssima informação que lhe ocorreu dizer – e se o Eduardo realmente quiser ficar contigo e te amar, ele irá voltar e irá lutar por vocês os dois.

- Pai, ele não me ama! Se realmente me amasse, nada disto aconteceria, muito menos ele se tinha envolvido com a Anastácia, por mais que ela realmente tivesse feito ameaças assustadoras, só ele mesmo poderia ceder ou não.

- Filha, se tu estás a sofrer dessa forma e da mesma forma que eu cálculo que o Eduardo está a sofrer, porquê que não lhe ligas e falam?

- Achas que eu o deva fazer? – Perguntei meio indecisa.

- Claro que sim filha! – Disse o meu pai – podes não mudar o passado, mas podes mudar o presente e o futuro – sorriu – se tu o amas tanto e não suportas ou aceitas a ideia dele ter ido embora é porque o queres é porque queres dar uma oportunidade ao vosso amor – sorriu novamente – liga-lhe e fala com ele.

- Só tu para me pores nestas condições – disse.

- Eu só quero o melhor para ti e que sejas feliz, filha – sorriu – bem, vou sair daqui para deixar-te mais há vontade para falares com ele. – Começou a caminhar em direção há porta.

- Ah pai – olhou para mim – obrigada – sorriu e foi-se embora.

O idiota do meu inimigo de infância - 1°Livro | revisão |Onde histórias criam vida. Descubra agora