𝘾𝙝𝙖𝙥𝙩𝙚𝙧 𝙁𝙤𝙧𝙩𝙮

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- Do que vocês estão falando? - eu pergunto

- Em mil novecentos e trinta e oito, tivemos dois alunos específicos de Hogwarts, um deles, todos sabem quem é, Tom Riddle, porém havia outra pessoa, uma garota, chamada Mérope, Mérope Gaunt. Uma garota da Sonserina, vindo de uma família de puro sangue, ela era uma descendente direta de Salazar Sonserina e uma ofidioglota. - diz Dumbledore e então me lembro que a última coisa que Sirius falou, foi me chamar de Mérope

- E o que isso tem haver comigo? - pergunto ainda com receio de saber sua resposta

- Vou chegar lá, se acalme, bom, continuando... Mérope e Tom eram loucamente apaixonados um pelo outro, era impossível passar pelos dois e não sentir a paixão de longe. Os dois namoraram, e se casaram. Mesmo com o começo das atitudes ruins de Tom, Mérope nunca o deixou, pois o amava demais para isso, mesmo não concordando com quase todas as suas atitudes ruins, ela só aceitava calada. Um dia Mérope descobriu que estava grávida e contou a Tom. Tom ficou super feliz, afinal, ele queria um herdeiro para que continuasse o legado da família. Mas Mérope queria um futuro digno para o filho, queria que o filho tivesse o amor e cuidado que ele merecia, e Mérope sabia que nenhum dos dois iriam conseguir dar isso a ele. Então enfim, Mérope deu a luz, há uma linda garotinha. Cerca de cinco dias depois do nascimento, em uma noite de chuva, ela pegou a bebê e colocou a mesma dentro de um cesto, com cobertas e coisas para o bebê, inclusive uma carta para quando a menina soubesse a verdade. E logo a cobriu para que não se molhasse em meio a chuva, ela saiu com a criança a cavalo pela tempestade, ela passou quase a noite inteira andando em seu cavalo, quando deu quatro horas da manhã, ela avistou uma casa, simples, porém parecia que viviam pessoas nela. E então ela foi até lá, e bateu na porta, não se houve nenhum barulho lá dentro, porém ela insistiu mais uma vez, e logo, um casal abriu a porta, ambos eram ruivos, e continham uma casa bem simples porém aconchegante, mulher conta a história e implora para que cuidassem da bebê, como se fosse filha deles, esse casal aceitou, eles jamais poderiam recusar um bebê, um bebê inocente cujo ele, não tem culpa dos pais que teve. - diz Dumbledore

- E Tom Riddle se tornou no... Lorde Voldemort. - eu digo

- Sim, infelizmente. Ele era um garoto excepcional. - diz Dumbledore

- Então sou filha de... Voldemort? - eu pergunto e logo sinto um arrepio se tornar por todo meu corpo

- Sim, seus pais, Molly e Arthur, garantiram que você tivesse uma vida boa, porém quando você entrou em Hogwarts, eu sabia, nós sabíamos que era questão de tempo até você descobrir. Nós colocamos você na Grifinória, para que não houvesse tumulto, de todos se perguntarem, uma Weasley na Sonserina... você herdou algo de sua mãe... você também é descendente direta de Salazar Sonserina e você também é uma Ofidioglota, achavámos que as probabilidades de você ser, seriam nulas, mas, nos enganamos, mesmo nunca tendo tentado antes, você herdou isso de sua mãe. - diz Dumbledore - o certo agora seria... você se acomodar a sua nova vida, a escolha é sua, se deseja permanecer como está, ou pra onde você realmente pertence. - diz Dumbledore

- Eu sempre senti - eu digo olhando pro chão - eu sempre senti a minha vida inteira, de que eu não fazia parte da Grifinória, que eu não me encaixasse nos padrões das pessoas da Grifinória, como se eu não pertencesse aquele lugar. Ao eu virar amiga de algumas pessoas da Sonserina, foi questão de minutos para que eu me sentisse como se tivesse em casa, a forma como eles me entendiam, a forma como eu me dava bem com eles, a forma como eles me acolheram mesmo eu não sendo da sua casa. Eu passei noites, me perguntando o porquê de eu ter sido colocada na Grifinória. Mesmo que eu tenha amigos lá, mesmo que meus irmãos sejam da Grifinória, mesmo que eu tenha crescido a minha vida toda, na casa errada, mesmo que eles fiquem bravos, ou decepcionadas comigo. Se eu puder, eu escolho o lugar onde eu realmente pertenço. Não quero me sentir infeliz e deslocada em um lugar que não me pertence.

- Eu já imaginava essa sua reação, e com toda certeza, S/n, irei compreender que você queira ir para o lugar que realmente te pertence. - diz Dumbledore me olhando

- Eu quero que saiba, querida, que sempre iremos amar você, você é como uma filha para nós, nós confiamos em você, e sabemos que você não irá tomar as mesmas atitudes e decisões do seu pai. - diz Molly me olhando, a mesma tenta segurar em minha mãos com receio mas eu me afasto de leve por impulso

- Vocês me criaram como filha, mesmo eu não sendo nada de vocês, vocês me acolheram e me deram amor e carinho sempre. Eu só tenho a agradecer, para mim, afinal, vocês que são realmente os meus pais. - eu digo os abraçando - mas agora... se me derem licença, eu vou precisar de uns minutos para pensar sobre tudo isso. - digo me retirando do lugar

Saio da sala de Dumbledore, e logo posso desabar, fingir ser algo que você não é, era complicado, aquela angústia tomou o meu corpo, saber que eu era filha de alguém tão horrível e cruel, me assustava, eu não quero ser igual ele, nunca. Sinto um nó se formar em minha garganta e sinto minhas pernas tremerem, antes mesmo que eu pudesse cair ao chão, eu já sinto alguém me segurar, e logo vejo Draco.

- Para onde quer ir? - ele me pergunta ao me segurar

- Torre de Astronomia, por favor. - eu digo querendo chorar

O mesmo me leva até lá, onde o caminho inteiro, eu tentava me controlar para não chorar. Quando chegamos no lugar, eu pude respirar, respirar ar puro e deixar que aquela angústia saísse de dentro de mim, mas então eu engulo o choro e me recomponho.

- Como... como você sabia que eu estava ali? - eu pergunto tentando parecer mais calma

- Eu fui atrás de você... e acabei escutando a conversa. - ele diz me olhando

- Como puderam esconder isso de mim? Ainda mais por tanto tempo? - eu pergunto

- Eles fizeram isso porque amam você. - o mesmo diz retirando um dos meu cabelo de meu rosto

- Draco... você acha que eu estou destinada a ser como meu... como Voldemort? Eu não quero ser um monstro igual ele. - eu digo o olhando

- Princesa, você não é um monstro, e nem nunca vai ser, um laço sanguíneo não significa que você será destinada a ser de tal forma, tá bom? - ele diz me abraçando - vai ficar tudo bem, você terá eu para te ajudar, você terá Daphne, Blásio. Você sabe que não vamos deixar você na mão nunca. Sempre estaremos aqui.

- Como você acha que Ron e Gina iram reagir? Mamãe disse... Molly disse que eles nunca contaram para eles também. Como todos da escola vão me olhar agora? Porque eu sei que fofoca e boatos correm a solta aqui.

- Quem ousar mexer com você, ou falar alguma coisa de você, eu quebro na porrada. Eu vou socar a cara dessa pessoa até ela não respirar mais. Com você, ninguém vai mexer. - ele diz tentando me tranquilizar

𝓐𝓷𝓸𝓽𝓱𝓮𝓻 𝓛𝓸𝓿𝓮  - 𝓓𝓻𝓪𝓬𝓸 𝓜𝓪𝓵𝓯𝓸𝔂Onde histórias criam vida. Descubra agora