Capítulo 29

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Nabi

Isso só podia ser um pesadelo, não acredito que depois de tudo que eu falei ele ainda veio aqui.

- O que você está fazendo aqui?

- Eu sei que já está tarde, mas eu quero conversar com você.

- Não. - fechei a porta mais ele segurou.

- Por favor, não faça isso, não fuja de mim. - suspirei fundo, poderia mandar ele ir embora mais ele iria ficar na minha porta de qualquer jeito. E como ele conseguiu subir? Abri a porta dando passagem a ele e voltei pra sala. Sai pegando as roupas que estava no chão, céus, minha calcinha. Joguei tudo no cesto de roupa na lavanderia e voltei para sala.

- Essa é a segunda vez que eu venho aqui e está escuro, porque? - olhava em volta do apartamento.

- Eu gosto assim.

Não está totalmente escuro, meu apartamento todo tem janelas grandes o que facilita a iluminação que vem de fora, então ainda posso ver o rosto dele perfeitamente.

- Você quer algo pra beber? eu tenho soju e cerveja.

- Eu aceito uma cerveja.

Fui até a geladeira e peguei duas latinhas de cerveja. Entreguei uma a ele, a minha eu abri e dei logo um gole, preciso de álcool, meu coração está batendo tão forte que acho que vou desmaiar. Ele está tão lindo, com essa corrente no pescoço, esse cabelo comprido. Minha vontade é de sentar nele até não aguentar mais.

- Então o que você quer conversar? - perguntei, indo para o mesmo lugar de sempre, a janela.

- Ah! Eu... olhei com mais atenção a sua proposta, e está ótimo. - disse sentando ao meu lado.

- Mentira? Eu juro que não sabia! - revirei os olhos, balançando a cabeça, indignada, já sabia disso e mesmo assim ele preferiu fazer aquele show. Ele riu, até ele sabe disso.

- Você é ótima, conseguiu reduzi os custos em 30%, eu ainda vou gastar muito dinheiro com esse investimento mas com a sua proposta sairá mas barato.

- Que bom. - disse sem vontade alguma, só virei a cerveja na boca.

- Você, vai mesmo sair da empresa?

- Achei que tinha deixado bem claro. - ergui uma sobrancelha.

- Por favor, fique, eu não vou achar outra diretora como você. - franziu o cenho, é isso mesmo que eu tô ouvindo, ele está implorando?

- Eu vou pensar no seu caso. - voltei minha atenção pra janela. Mas olhei de canto de olho e pude jurar que o vi sorrindo, ele bebia a cerveja em silêncio e assim ficamos por alguns segundos até ele começa de novo.

- Você disse que não tinha namorado.

- E não tenho.

- Então quem é o cara que você falou? - olhei pra ele, engoli seco, desviei do seu olhar antes que ele me prenda novamente e eu fique parecendo uma boba secando ele. Dei mais um goli na cerveja.

- Ele foi alguém muito importante pra mim. - olhei de canto e vi ele travar o maxilar.

- Você ainda ama ele?

- Sim, eu ainda o amo e sempre vou amar. - olhei mais uma vez, ele abaixou a cabeça, parece decepcionado.

- E onde ele está agora?

- Ele morreu. - falei bem baixinho, não gosto de lembrar dessa parte da minha vida, não gosto de lembrar daquele dia, o último dia que eu vi o meu amor sorrir pra mim. Meu coração apertou e me segurei pra não chorar.

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