CAPÍTULO XXVII

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E quando, enfim, estavam a sós, não restou nada ali além do mais puro amor.

Não havia guerra. Não havia política. Não havia reino, tampouco reis. Eram dois amantes. Duas almas desesperadas por se unirem e dois corações que saltavam para fora do peito em cada beijo que trocavam.

Romeo apertava Lisbela com força e ternura, e não demorou até que se livrasse do vestido que cobria solitariamente o corpo da amada.

Aos seus olhos, ela era a mais linda das criaturas.

Cada curva de sua silhueta era um convite claro e irrecusável para a perdição do rei e ele não se preocupava em resistir.

Romeo a desejava. A cada instante, em cada detalhe, com todo o seu corpo.

Romeo pertencia a ela.

Lisbela era seu início, seu meio e seu fim.

Sua razão de existência, o sopro da vida em seus pulmões, a sanidade que preservava a sua integridade.

Não havia mais qualquer perspectiva de vida sem a sua presença. Não havia outra possibilidade se não amá-la até o fim dos tempos.

E Lisbela concordava com tudo aquilo.

Cada batida do seu coração era motivada por ele. Cada suspiro que dava era dedicado a Romeo. Sua vida, sua segurança e o seu mais puro amor também eram posses do seu tão amado Romeo.

Naquela noite, Romeo e Lisbela se amaram como nunca.

O rei a tomou com devoção, em uma entrega completa que fez Lisbela perder todo o controle de si.

Era forte, intenso e verdadeiro.

E depois de cinco longas vezes, quando não restava mais qualquer capacidade física para que continuassem naquele embate de paixões, os dois se abraçaram e se permitiram, por um instante, contemplar a beleza do universo que havia permitido que o mais puro dos sentimentos se manifestasse de forma tão esplendorosa.

E depois de cinco longas vezes, quando não restava mais qualquer capacidade física para que continuassem naquele embate de paixões, os dois se abraçaram e se permitiram, por um instante, contemplar a beleza do universo que havia permitido que o ma...

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Algumas horas antes, naquela mesma noite, Verdela havia, oficialmente, desmoronado.

Nenhuma espada foi arrancada de sua bainha, nenhum grande exército invadiu a cidade, os sinos não tocaram e os mensageiros não foram informados de nenhum grande evento.

Verdela caiu em ruína silenciosamente, nas entrelinhas de palavras que jamais deveriam ter sido ditas.

A Rainha invadiu o quarto de hóspedes em uma fração de segundos, empurrando bruscamente a porta de madeira contra a parede. O conselheiro, que cochilava sobre a cadeira da escrivaninha, despertou em um pulo.

— Majestade — levantou-se de imediato, prestando uma longa vênia à governante. — Posso lhe perguntar qual é o motivo de tamanho transtorno?

— A princesa... — Elara levantou os olhos até encontrar com os do conselheiro. Suas orbes avermelhadas não transmitiam nada além de... dor. Aquela era a figura mais representativa da dor que o sábio havia visto. Suas pálpebras tremiam enquanto delas caíam lágrimas em sequência. Os dentes apertavam-se uns contra os outros dentro da boca a ponto de fazerem a mandíbula oscilar em pura agonia. Não mais parecia uma Rainha. Parecia um anjo caído. — Ela não é Lenora — concluiu, com uma voz tão ácida que parecia cortar os ouvidos daquele homem. Era como se pudesse transmitir toda a sua dor em seu timbre. — Ela nunca foi Lenora, como suspeitávamos, Deus do céu... E, se isso é verdade... — Elara subiu os olhos até a luz que cortava o quarto pela janela, semicerrando-os quando uma segunda pontada de dor cortou o seu peito em um milhão de pedaços. — S-se isso é verdade, então também é verdade que Lenora está morta.

A ascensão da Rainha | Livro I | Trilogia Declarações de Amor e GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora