Capítulo XXIII

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Naquela noite, Romeo retornou.

Lisbela praguejou mentalmente por estar tão pálida, mas foi impossível recusá-lo.

Como ela poderia fazê-lo, quando cada centímetro do seu corpo implorava por ele?

O Rei precisou lutar contra a força maior que havia dentro de si, queimando feito uma fogueira em chamas, para manter-se são enquanto dividia o colchão com Lisbela.

Da última vez que havia feito aquilo, as coisas eram diferentes.

Eles, supostamente, se odiavam.

Seu orgulho era algo a se ponderar e tinha a certeza de que, caso se aproximasse um centímetro além do estipulado, teria na manhã seguinte um olho roxo e a capacidade reprodutiva duramente prejudicada, como havia acontecido com lorde Jorgian.

Mas agora...

Agora era diferente.

Lisbela o desejava — e ele sabia disso tanto quanto sabia que ele também a desejava de todo o seu coração.

Foi árduo.

O compromisso mais severo que havia assumido naqueles tempos.

E, de longe, também o mais recompensador — foi o que Romeo concluiu quando abriu os olhos pela manhã e a viu. Estava dormindo, tão serena e angelical que mais parecia um ser divino do que humano.

Seu coração despedaçou-se em mil fragmentos quando precisou deixá-la, depois de ser requisitado por um de seus conselheiros.

Todavia, sua tristeza logo se dissipou quando Mestre Daemon informou-lhe sobre o estado de saúde de Lisbela. Estava livre de qualquer veneno, tão vívida quanto qualquer outra jovem de sua idade deveria estar e disposta a fazer valer a pena cada dia dali em diante.

Não só o rei festejou, como toda a corte se uniu em um estado de alegria pela rainha.

Durante o almoço, Constance interrompeu-o para anunciar que um baile estava sendo preparado para aquela noite e que todos comemorariam o retorno da rainha e a promessa de uma colheita próspera pelos anciãos do reino.

Em um instante, tudo parecia ter retornado ao normal.

Embora Romeo ainda estivesse obstinado a descobrir quem estava por trás de todos aqueles ataques à pessoa que mais prezava em todo mundo, os lordes já comentavam sobre outras questões em suas caminhadas apressadas pelos corredores tortuosos do castelo e os risos melódicos de crianças voltaram a tomar conta dos jardins pela tarde.

Era tudo estranhamente feliz outra vez — como o arco-íris que surge depois de uma longa e árdua tempestade. 

— Não vejo necessidade alguma de uma comemoração tão grande — admitiu Lisbela, enquanto Aurelle prendia duas mechas anteriores de seu cabelo na parte oposta de sua cabeça, com uma presilha cravejada de safiras — a mesma cor do vestido que escolher...

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— Não vejo necessidade alguma de uma comemoração tão grande — admitiu Lisbela, enquanto Aurelle prendia duas mechas anteriores de seu cabelo na parte oposta de sua cabeça, com uma presilha cravejada de safiras — a mesma cor do vestido que escolhera para aquela noite.

A ascensão da Rainha | Livro I | Trilogia Declarações de Amor e GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora