Capítulo 9

19 3 0
                                    

Pássaros de todas as cores e tamanhos teciam uma sinfonia natural, seus cantos se entrelaçando em uma harmonia única.

O farfalhar das asas e os gorjeios criavam uma trilha sonora alegre e constante, enquanto esquilos brincalhões saltavam entre os galhos das árvores, provocando pequenas chuvas de folhas e galhos.

Os troncos das árvores altas e imponentes se estendiam para o céu, suas copas formando um dossel verde que filtrava a intensidade do sol, criando um ambiente fresco e sombreado abaixo. Raios de luz esporádicos se infiltravam entre as folhas, iluminando pequenas clareiras onde flores delicadas erguiam suas cabeças coloridas em direção à luz.

Caminhar pela floresta durante o dia era uma experiência envolvente. O solo irregular convidava a explorar, cada passo afundando nas camadas de folhas e terra. Riachos murmurantes serpenteavam pelo terreno, refletindo os tons de azul do céu em suas águas tranquilas. Enquanto Kong seguia um caminho tranquilo ao longo do rio da floresta, Jennifer permanecia quieta, sua presença confortavelmente assentada sobre o ombro maciço do gigante. O silêncio entre eles era como um entendimento compartilhado, onde palavras eram desnecessárias para expressar a conexão profunda que compartilhavam.

Num momento, os sentidos de Jennifer foram aguçados pelo chamado estridente do falcão. Ela ergueu o olhar, encontrando os olhos de Kong direcionados para o pássaro. Uma tensão sutil percorreu o ar, e Jennifer compreendeu instintivamente que algo estava perturbando o falcão, algo que merecia a atenção deles. Sem hesitação, Kong alterou sua marcha tranquila para um ritmo rápido, e Jennifer segurou-se firmemente em resposta à mudança brusca.

Enquanto Kong acelerava, Jennifer sentia a poderosa cadência dos passos dele reverberando em sua posição. O vento soprava em seu rosto, a natureza ao redor tornando-se um borrão enquanto eles se moviam em direção ao ponto indicado pelo falcão.

E lá, como se fosse um guia silencioso e misterioso, o falcão os recepcionava. Suas asas se estendiam contra o horizonte, um contraste marcante com o céu tingido de tons de laranja e roxo pelo pôr do sol iminente. Uma energia arrepiante preenchia o ar enquanto eles observavam a cena diante deles, uma mistura de assombro e amedrontador os envolvendo por completo, uma gigantesca criatura, agora imóvel e sem vida, jazia sobre o solo rochoso. Seu corpo era uma combinação assustadora de escamas, pele espessa e ossos enormes. A criatura parecia uma fusão bizarra entre um réptil colossal e uma besta de pesadelo. Seu corpo tinha marcas de batalha, indicando que tinha lutado contra forças igualmente titânicas antes de finalmente sucumbir.

A criatura estava deitada de lado, sua cabeça colossal repousando sobre uma série de árvores derrubadas, que tinham sido esmagadas sob seu peso. Seus olhos, antes ferozes e cheios de vida, agora estavam vidrados e sem brilho, o mistério de sua existência extinta junto com sua vida. Suas enormes mandíbulas estavam ligeiramente abertas, revelando fileiras de dentes pontiagudos que um dia foram usados para caçar e devorar presas.

Kong estendeu sua mão cuidadosamente em direção a Jennifer, oferecendo a oportunidade para ela descer e examinar o local de perto. Ela aceitou o gesto com gratidão e calma, sentindo a textura da grama sob seus pés enquanto se aproximava do animal morto. Com um toque respeitoso, suas mãos acariciaram a criatura caída. Embora a morte fizesse parte do ciclo natural da ilha, o desequilíbrio causado pelo confronto instigava reflexões profundas.

Enquanto Jennifer prestava homenagem silenciosa à criatura, Kong manteve sua atenção alerta aos arredores. Seus olhos percorriam a vegetação, buscando sinais do que poderia ter atacado o animal. Logo, ele notou uma agitação nas árvores a certa distância. Um grunhido advertente escapou de sua garganta, ecoando um chamado à ação. Jennifer compreendeu o alerta e direcionou seu olhar para onde Kong apontava.

Beyond the VeilOnde histórias criam vida. Descubra agora