O olhar de Kong espelhava um turbilhão de emoções, um misto avassalador de alarme e fúria que agitava suas entranhas. Ele começou a avançar com passos carregados de apreensão, receoso do que poderia encontrar em meio à devastação à sua frente. Seu coração pulsava com uma angústia sufocante, temendo pelo destino de Jennifer. Cada passo que ele dava parecia ecoar com a ansiedade que o impelia para a verdade que ele tanto temia.
A cena que se desdobrava diante de seus olhos o fez parar no lugar, um soluço de choque preso em sua garganta. Seu olhar percorreu os destroços, encontrando o majestoso falcão que fora encarregado de proteger e transportar Jennifer. Ele estava agora caído, marcado por feridas que testemunhavam as batalhas travadas em nome da amizade e lealdade. Sinais de tratamento cuidadoso adornavam suas penas, uma prova do amor e dedicação de Jennifer.
Kong se aproximou com cuidado, seus dedos gigantescos tocando o falcão com a delicadeza que contrastava com a força que ele possuía. Seu toque foi uma tentativa de conexão, uma maneira de oferecer conforto e compreensão em um momento de fraqueza compartilhada. O falcão, apesar de sua debilidade, dirigiu seu olhar em direção a Kong, um esforço visível em sua expressão.
Os olhos deles se encontraram, uma troca silenciosa de entendimento que ultrapassava as barreiras da linguagem. O falcão, mesmo frágil e machucado, conseguiu direcionar sua atenção para o local onde Jennifer havia sido levada. A mensagem silenciosa que transmitia era clara, um apelo para que Kong entendesse e agisse.
Kong seguiu o olhar do falcão, a fúria dentro dele inflamando ainda mais diante da compreensão. Jennifer, sua amiga e aliada, havia sido arrancada dele. A sensação de impotência que o atingiu foi esmagadora, a raiva fervilhando como lava vulcânica. Ele não conseguira proteger aqueles que lhe eram mais importantes, e a culpa e a ira convergiam em uma tempestade devastadora em seu peito.
E então, de repente, o silêncio foi quebrado por um rugido que parecia emergir de um mundo ancestral. O som era tão profundo e poderoso que parecia mais uma força da natureza do que uma criação vocal. Era como se as montanhas, as árvores e os mares se unissem em um coro primordial de reverência e temor.
O rugido do Kong ecoou pelos vales e penhascos da ilha, uma onda sonora que reverberava no ar e penetrava nos corações dos que o ouviam. Era um chamado de presença, um grito que anunciava a sua soberania sobre aquele reino natural. O som começou grave e ressonante, vibrando como um trovão distante, antes de subir para um tom mais agudo e desafiador, como um desafio lançado aos céus.
As árvores balançavam e as folhas tremiam em resposta ao rugido. Pássaros e animais da ilha silenciaram, seus instintos os fazendo pausar em respeito ao som dominante. A brisa pareceu suspender-se momentaneamente, como se o próprio vento estivesse capturando a grandiosidade do momento.
O rugido ecoou, um som que parecia transcender o tempo e o espaço. Cada reverberação carregava uma intensidade crua e inegável, como se a própria alma da ilha estivesse sendo comunicada através daquele som primal. Era um lembrete de que Kong, o guardião da ilha, era uma força da natureza a ser respeitada e temida.
E então, à medida que o rugido diminuía gradualmente, a ilha da caveira pareceu retomar o seu ritmo normal, como se a reverência momentânea tivesse passado. No entanto, o eco do rugido permaneceu no ar, uma lembrança duradoura da majestade e do poder do Kong, um som que permaneceria na memória de todos.
A distância, a reverberação do rugido ensurdecedor de Kong atravessou os quilômetros, fazendo com que todos no local se detivessem subitamente. O som, uma fusão de fúria e determinação, ecoou como um grito primal que cortou o silêncio, lançando um arrepio pela espinha de todos. Enquanto o rugido reverberava nos ouvidos dos presentes, o coração de Jennifer saltitou em um ritmo acelerado, um sorriso preciso curvando seus lábios. Ela conhecia a natureza do chamado, a busca implacável de Kong para encontrá-la, uma conexão que transcendia distâncias.
-Vocês estão todos mortos. -Proferiu Jennifer, seu olhar frio e implacável contrastando com o sorriso vitorioso que dançava em seus lábios. O som de suas palavras foi como um estilhaço de gelo, perfurando o ar com uma promessa sombria.
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Beyond the Veil
RandomHá séculos, perdida em meio ao vasto oceano, uma ilha misteriosa permanecia oculta do mundo moderno. Conhecida apenas como Ilha da Caveira, ela era um lugar de lendas e mitos, onde a natureza reinava soberana e criaturas extraordinárias viviam em ha...