Capítulo 10

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O movimento das folhas nas árvores distantes capturou a atenção de ambos. Kong estendeu sua mão para que Jennifer retornasse ao seu ombro, e ela o fez com agilidade, se agarrando a ele enquanto ele começava a correr, impulsionando-se pelas montanhas e exibindo sua velocidade surpreendente. O falcão continuava a acompanhá-los, observando a cena de cima.

Kong acelerou suas passadas, levando Jennifer ao local onde as árvores se agitavam. O coração deles batia em uníssono, cada batida ressoando uma mistura de antecipação e cautela. Ao chegarem, seus olhos se fixaram no grande animal à frente. Sua pelagem estava manchada de sangue fresco, um testemunho dos recentes confrontos que ele enfrentara.

Suas proporções eram de tirar o fôlego, uma visão que parecia desafiar as leis da natureza. Com cerca de trinta metros de altura, sua figura colossal se erguia entre as árvores. Sua pele era um mosaico de escamas espessas e resistentes, uma armadura natural que parecia ter sido projetada para resistir aos elementos selvagens da ilha. As cores variavam de tons terrosos e sombrios a matizes mais vívidos de verde e dourado, camuflando-o perfeitamente em seu ambiente exuberante. Cada escama parecia contar uma história própria, uma marca de batalhas travadas e vitórias conquistadas.

Uma crista óssea, quase coroa, percorria sua espinha dorsal, erguendo-se com uma majestade quase real. Sua cabeça era dominada por um par de olhos penetrantes, faiscantes como joias preciosas, que pareciam conter um conhecimento ancestral e uma sabedoria profunda sobre os segredos da ilha. Suas narinas largas inspiravam e expiravam o ar com um ritmo cadenciado, preenchendo os arredores com uma presença imponente.

Os membros poderosos do monstro eram um testemunho de sua força inigualável. Suas garras, afiadas como lâminas, raspavam o solo em busca de presas e mostravam as cicatrizes de incontáveis confrontos. Cada passo parecia ecoar pelo ambiente, como se a própria ilha respondesse à sua presença.

Ao mover-se, emitia um rugido profundo, uma sinfonia de ressonâncias que parecia ecoar desde os primórdios da criação. Esse som, mistura de ameaça e territorialidade, ecoava nas árvores altas.

A criatura permanecia alheia à presença de Kong e Jennifer, totalmente concentrada em alguma atividade subterrânea. Consciente de que uma batalha estava prestes a ocorrer, Kong segurou Jennifer com cuidado e a posicionou em um local seguro nas montanhas, afastando-a do iminente conflito. Jennifer, no entanto, não compreendia completamente a razão por trás desse gesto protetor repetido, apesar de saber que era uma tentativa de mantê-la a salvo.

Enquanto Jennifer era deixada na montanha, seu olhar se fixava em Kong com um misto de seriedade e preocupação.

-Kong, estou aqui para oferecer minha ajuda, não quero que você se machuque. - Suas palavras eram carregadas de sinceridade, enquanto seu rosto revelava uma preocupação genuína por ele.

No entanto, suas palavras se encontravam em um dilema com seus sentimentos, pois a relação entre eles era pautada em confiança e cuidado. Kong grunhiu em resposta, deixando claro que desejava que ela permanecesse fora do confronto, uma mensagem que Jennifer entendia, mas que não conseguia evitar de sentir um conflito interno. Num silêncio carregado de significados não expressos, Kong se ergueu com determinação em direção à iminente batalha. Um misto de sentimentos se refletia em seu olhar, uma mistura de preocupação por Jennifer e a disposição inabalável de proteger sua terra. Sem proferir uma única palavra, ele emitiu um rugido retumbante que reverberou pelos arredores, uma chamada feroz que ecoou através da floresta. O som penetrante cortou o ar e instantaneamente atraiu a atenção da criatura adversária, rompendo o silêncio e marcando o início do confronto iminente, e o chão vibrava sob os passos pesados de Kong, cujos olhos ardiam com uma mistura de determinação e desconfiança. Seu porte majestoso, uma mistura impressionante de músculos poderosos e inteligência faiscante, ecoava através da paisagem. A cada respiração profunda, sua força parecia se acumular como uma tempestade prestes a se soltar.

Do lado oposto, a outra criatura se materializava lentamente das trevas. Suas escamas escuras reluziam à luz do pôr do sol, e seus olhos brilhavam com uma fome voraz. Seu corpo era uma maravilha da natureza, uma combinação de agilidade felina e poder brutal. Enquanto se movia, cada passo era uma promessa de destruição iminente.

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