Beyond the Veil

Capítulo 13

Enquanto Kong seguia o caminho de volta ao templo, a exaustão de sua batalha evidente em seus movimentos, Jennifer não apenas sentia a vibração dos passos firmes do grande rei, mas também a pulsação do coração da ilha.

Após a chegada ao templo, o ambiente tranquilo proporcionou um alívio momentâneo para ambos. Kong se instalou em seu local de repouso, manifestando claramente a fadiga de suas batalhas. Com toda a atenção e cuidado que caracterizavam sua relação, Jennifer percebeu a necessidade de auxiliar nos ferimentos de Kong. Ao se aproximar de sua "cama", Kong gentilmente estendeu o braço, oferecendo um caminho para que Jennifer pudesse descer. Com passos cuidadosos, ela desceu pelo braço do grande rei, cada passo contendo uma mistura de gratidão e determinação.

Jennifer se preparou para cuidar dos ferimentos de Kong, algo que já tinha feito inúmeras vezes. Pegando os materiais médicos que havia trazido consigo, ela seguiu em direção a um dispositivo de auxílio que havia criado, um elevador especialmente projetado para cuidar dos ferimentos do gigante. Enquanto ela se dedicava a limpar e tratar seus machucados, Kong permanecia sereno, confiando plenamente em suas habilidades de cura.

Entretanto, por trás da aparente calma de Jennifer, um turbilhão de emoções a consumia. Sentindo que não tinha sido capaz de auxiliar Kong da maneira que gostaria durante a batalha, uma sensação de agonia a invadiu. Esse pesar era uma lembrança constante de sua própria vulnerabilidade, da luta constante para proteger a ilha e seu amigo.

Enquanto ela estava absorta em seus pensamentos, Kong percebeu a mudança sutil em sua expressão. Um sentimento inexplicável o levou a estender um dedo em sua direção, um gesto que, apesar de simples, carregava uma mensagem de preocupação e compreensão. O olhar de Jennifer se encontrou com o dele, e a conexão entre eles foi instantânea. Era como se Kong pudesse sentir as inquietações dela, mesmo sem palavras.

Jennifer soltou um suspiro, reconhecendo a atenção de Kong para com seus sentimentos. Com um misto de tristeza e gratidão, ela sorriu suavemente para Kong, deixando claro que estava pronta para compartilhar seus pensamentos e preocupações.

-Não é preciso se preocupar. Apenas...achei que poderia ter sido mais útil. - Ela compartilha com uma leve dose de frustração, transmitindo principalmente seu desapontamento consigo mesma.

Enquanto Jennifer cuidava dos ferimentos de Kong, uma sombra de desânimo pairava sobre ela. Sentia-se como um fardo, alguém que talvez estivesse mais atrapalhando do que ajudando. Mesmo tendo sido um suporte valioso em muitas batalhas ao lado de Kong, uma sensação de inadequação parecia permeá-la. Esses sentimentos de autocrítica e insegurança cresciam silenciosamente em seu interior, obscurecendo sua autoconfiança.

Kong, ainda que não entendesse completamente os conflitos internos de Jennifer, estava ciente da mudança em sua atmosfera. Com um desejo genuíno de levantar seu ânimo, ele decidiu direcionar sua atenção para o ambiente ao redor. Enquanto seus olhos percorriam o interior do templo, seu olhar repousou em uma pequena flor, de coloração azul se erguia com elegância. Suas pétalas eram como pedaços de céu translúcido, um azul profundo que lembrava os horizontes infinitos que se estendem além do alcance dos olhos. Cada pétala era suave e delicada ao toque, como a seda mais fina, e capturava a luz de maneira mágica, criando um jogo de reflexos que parecia emanar luz própria.

O centro da flor era adornado por um intricado padrão de estames e pistilos, uma joia de detalhes minúsculos que criavam um contraste cativante com a suavidade das pétalas. Cada estame era uma torre fina e elegante, coroada por uma pequena esfera de um azul mais intenso, como se fossem pequenas gotas do mais puro azul celeste. Os pistilos se estendiam como filamentos delicados, capturando suavemente os grãos dourados de pólen que flutuavam no ar.