Capítulo 38

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O falcão desferiu golpes precisos, suas garras destroçando as plataformas de tiro e silenciando as armas hostis. Jennifer mantinha sua postura firme, lançando flechas como projéteis guiados pelo destino. As flechas encontravam seus alvos, atingindo pontos críticos e neutralizando a ameaça.

O confronto aéreo era uma dança coreografada de habilidade e astúcia. O céu pulsava com energia, cada movimento e decisão eram calculados e executados com foco implacável. O falcão girava e mergulhava, seus olhos perspicazes varrendo os céus em busca de inimigos remanescentes.

Em um instante fatídico, um tiro certeiro encontrou o falcão. Sua asa foi atingida, e sua trajetória celestial se desviou. Um grito agudo ecoou pelo ar, um lamento de dor e agonia que se misturou com o som dos tiros. O falcão começou a cair, suas asas já não eram capazes de mantê-lo suspenso.

Jennifer soltou um grito de angústia, sua conexão com o falcão ecoando em sua própria alma. Ela deslizou das costas da criatura e mergulhou em direção ao solo, suas mãos segurando o arco e flecha com um aperto feroz. As flechas voaram como punhais de vingança, encontrando seus alvos com uma precisão feroz. Os soldados eram agora o foco da sua ira, e a batalha mudou de rumo.

Entretanto, mesmo em sua queda agonizante, o falcão ainda lutava. Suas garras lançaram-se contra os soldados, mesmo enquanto o solo se aproximava rapidamente. Jennifer corria para chegar ao lado do seu parceiro, sua determinação incansável guiando cada passo.

O falcão caiu, suas asas destroçadas e seu corpo ferido. Jennifer ajoelhou-se ao lado dele, suas mãos tremendo enquanto buscava formas de aliviar sua dor.

-Não... não... por favor, falcão. -Jennifer sussurrou com um tom de tristeza saturado em suas palavras, suas palavras como um lamento que ressoava entre o desespero e a impotência.

Enquanto os soldados continuavam a se distanciar, ela se lançou em ação com uma urgência visceral, cuidando dos ferimentos do falcão que agora estava ao seu alcance. Cada toque dela desencadeava uma dor aguda no falcão, uma dor que ele suportava em silêncio, consciente de que sua proteção à Jennifer e a resistência aos soldados eram imperativos. Enquanto Jennifer trabalhava com agilidade, cada movimento era uma manifestação de compaixão, uma promessa silenciosa de cuidado e gratidão por sua bravura.

O tempo se esgotava rapidamente, mas o falcão permanecia imóvel, incapacitado pela dor e pela necessidade de cura. Contudo, Jennifer não tinha tempo para esperar, pois o avanço cuidadoso dos soldados a forçou a girar, sua arma firme em suas mãos, seu olhar refletindo uma determinação inabalável. Apesar da desvantagem numérica, ela estava pronta para lutar, sua ira incendiando seu espírito, cada chama ardente alimentada pela injustiça que presenciava.

A entrada de duas figuras adicionais em seu campo de visão rompeu sua concentração: Carter e Harry. A presença de Harry, o arquiteto de tudo aquilo, e Carter, um espectador enredado nas teias de um conflito que não era seu, só aumentou a complexidade da situação. Os olhares se encontraram, uma constelação de emoções refletida nos olhos de Jennifer: a tristeza pela condição do falcão, a ira pela traição dos soldados e a determinação inabalável de enfrentar aqueles que ameaçavam a ilha e seu amigo.

-Não atirem. -A ordem firme de Harry cortou o ar, ecoando como um comando autoritário. Jennifer manteve a arma erguida, sua respiração acelerada denunciando a tensão que percorria suas veias.

A torrente de emoções que a envolvia explodiu em suas palavras, um grito de fúria e desespero que ecoou pela paisagem.

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