Capítulo 33

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O bordo de um falcão gigante, as asas poderosas batiam no ar com um movimento majestoso, erguendo-se do solo com uma força que desafiava a gravidade. O vento zunia nos ouvidos, o som de uma sinfonia natural em crescendo. O cenário abaixo se afastava rapidamente, revelando um mundo em miniatura que se estendia sob o voo imponente.

As penas suaves e luxuosas sob os dedos ofereciam uma sensação de conexão com a ave, uma parceria momentânea entre o homem e a natureza. A vista dos céus se desdobrava diante dos olhos, um panorama vasto e deslumbrante que se estendia até o horizonte. As nuvens pintavam o céu com tons de branco e dourado, enquanto o sol lançava seu brilho suave sobre tudo.

O falcão deslizava habilmente nas correntes de ar, ajustando suas asas e cauda para manter o equilíbrio. O movimento era gracioso, uma dança aérea que parecia coreografada com perfeição. As montanhas se erguiam como gigantes adormecidos, suas formas cobertas por vegetação e rios serpenteantes que brilhavam como fitas de prata.

A sensação de liberdade era avassaladora. Os braços estendidos sentiam a resistência do ar, as mãos abertas como se pudessem tocar as próprias nuvens. O coração acelerava com a emoção da aventura, enquanto os olhos absorviam cada detalhe da paisagem em constante transformação. Era como se o falcão fosse um portal para um mundo onde os limites da terra se dissipavam.

O som do vento e o bater das asas criavam uma trilha sonora única, uma música que acompanhava o voo em um ritmo próprio. O falcão mergulhava e se elevava, levando seus passageiros em um passeio emocionante através do ar. À medida que a altitude aumentava, o ar ficava mais frio e nítido, a sensação de desprendimento se intensificava.

De vez em quando, o falcão pairava no ar, suas asas se moviam em um ritmo constante para manter o voo estacionário. Abaixo, lagos reluziam como espelhos, florestas se espalhavam como tapetes verdes e estradas sinuosas serpenteavam entre os campos. A beleza da natureza era exposta em sua totalidade, uma visão que poucos tinham a oportunidade de testemunhar.

Após alguns minutos de contemplação, Jennifer mergulhou em uma paisagem espetacular. Então, no piscar de olhos, a figura que ela procurava emergiu diante de seus olhos. Kong estava em meio a um confronto com um polvo gigante, determinado a triunfar sobre seu adversário. Enquanto arrancava um pedaço dos tentáculos, ele começou a devorá-lo com uma mistura de fome e vitória. Jennifer observou a cena com uma risada suave, um suspiro de fascinação escapando dos lábios.

Enquanto o falcão vermelho planava em direção a uma montanha próxima, os olhares de Kong e Jennifer se cruzaram. Jennifer desceu do majestoso pássaro, aproximando-se da borda da montanha. A passos serenos, Kong se aproximou dela. Ao alcançá-la, Jennifer estendeu a mão para tocar o pelo de Kong, um gesto de carinho e conforto que ele aceitou com gratidão. O toque delicado e afetuoso criou um momento de proximidade entre os dois, uma conexão que era única para eles.

Enquanto suas mãos se separavam, Jennifer quebrou o silêncio.

-Deixe-me cuidar de seus ferimentos. -Disse ela, sua voz calma e carinhosa.

Kong assentiu, movendo-se para facilitar o acesso a seu ferimento. Jennifer pegou as plantas que havia coletado e as transformou em uma pomada, aplicando-a com cuidado nas feridas de Kong. Ele observava atentamente cada movimento dela, confiando-lhe sua dor e segurança.

Após terminar o tratamento, Jennifer recuou e Kong se ajeitou. Ele se aproximou do polvo abatido, e Jennifer observou o processo com respeito. Quando Kong arrancou outro pedaço do tentáculo e o ofereceu a ela, um sorriso tímido se formou nos lábios dela, cheio de gratidão e entendimento. Jennifer aceitou o pedaço, mordendo-o apesar de estar cru. Era uma prova da confiança que havia se desenvolvido entre eles, uma ligação além das palavras.

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