Capítulo 14

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Ao redor da base da flor, folhas verde-esmeralda se espalhavam, formando uma moldura perfeita para essa preciosidade azul. Cada folha tinha bordas suavemente serrilhadas, como se fossem esculpidas com um carinho artístico. Elas eram uma extensão da beleza da flor, complementando a tonalidade azul de maneira harmoniosa e natural.

Em meio à atmosfera tranquila do templo, Kong sentiu que aquela pequena flor poderia ser um símbolo de renovação para Jennifer. Com um toque cuidadoso, ele alcançou a muda de flor, tratando-a com a mesma delicadeza que empregaria ao manusear algo extremamente frágil. O gesto era um reflexo de sua preocupação genuína e do desejo de transmitir a ela algo que pudesse restaurar seu ânimo.

Jennifer, imersa em seus pensamentos enquanto cuidava dos ferimentos de Kong, foi surpreendida pelo movimento próximo a ela. Levantando os olhos, ela encontrou a mão gigantesca de Kong estendida em sua direção, segurando algo que ela não esperava. Seus olhos se encontraram com a delicada flor azul que ele estava oferecendo. Um misto de surpresa e emoção tomou conta dela ao perceber o que Kong havia feito.

Com uma mistura de gratidão e alegria, ela recebeu a flor das mãos dele. Seus dedos tocaram as pétalas suavemente, como se estivesse lidando com um tesouro frágil. O brilho em seus olhos revelava o quanto aquele gesto tinha tocado seu coração. Ao cheirar a flor o seu aroma parecia transcender o próprio mundo, como se fosse o suspiro suave de um sonho. Cada inalação era como mergulhar em um oceano de frescor e serenidade, onde os sentidos eram envolvidos por uma essência celestial que desafiava a descrição.

Jennifer voltou seu olhar para Kong, e naquele momento, suas palavras não eram necessárias para expressar a gratidão que ela sentia. A ação do gigante havia atingido o coração dela com uma sinceridade profunda. Um sorriso genuíno curvou seus lábios enquanto ela gentilmente encaixava a pequena flor azul entre a orelha e o cabelo, como se estivesse incorporando aquele gesto como parte dela mesma.

Em um movimento repleto de carinho e apreço, Jennifer aproximou-se de Kong e o abraçou, mantendo-se ao alcance da parte de seu corpo que não estava ferida. Embora Kong fosse imensamente maior do que ela, esse abraço transcendeu as diferenças físicas. Era um abraço de agradecimento, de reconhecimento e de um elo profundo que eles compartilhavam.

Kong correspondeu ao gesto de Jennifer com uma ternura que somente um ser tão grandioso poderia demonstrar. Sua enorme mão envolveu Jennifer de maneira suave, um sinal de apoio e afeto que ultrapassava todas as barreiras físicas. A força que ele possuía estava ali, não como uma ameaça, mas como uma segurança, um amparo.

As palavras simples, mas carregadas de significado, saíram dos lábios de Jennifer enquanto ela permanecia nos braços de Kong, sentindo-se segura e compreendida.

-Obrigada... por tudo, Kong.

A expressão silenciosa da gratidão dela ressoou dentro do coração de Kong.

Um pouco distante da Ilha da Caveira, sete aviões voavam sobre o vasto oceano. Dentro dessas aeronaves estavam soldados, cientistas e, entre eles, Carter. Ele observava o oceano com uma expressão tranquila, embora seu interior estivesse repleto de perguntas e dúvidas que tumultuavam sua mente. Ele sabia que adentrar uma ilha desconhecida, cuja existência fora revelada apenas por um antigo mapa e algumas imagens de satélite, era uma ideia arriscada, para dizer o mínimo.

Em um mesmo helicóptero, Harry estava presente, seu rosto iluminado por um sorriso audacioso. Seus pensamentos estavam fixados na possibilidade de uma grande fortuna obtida através da invasão da ilha. No entanto, quando seus olhos cruzaram com os de Carter, a expressão confiante de Harry deu lugar a uma expressão conturbada. Ele compreendeu que as incertezas que afligiam Carter poderiam representar uma ameaça aos seus próprios planos.

Com capacetes equipados com abafadores de som e comunicadores particulares, Harry fez uso desse recurso para chamar a atenção de Carter. Acionando o botão que permitia uma comunicação privada, Harry dirigiu-se a Carter com um tom que não o deixasse desconfortável ou perturbado.

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