CINCO

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Valentim

A Silvia parou bem na minha frente. Ela sempre vem com vestidos colados que mostram demais as curvas, não que eu não goste de ver, mas para um ambiente escolar é demais, já a Martina esta vestindo uma caça jeans mais larga e uma camisa lisa verde clara. Ela tem a pele parda, os cabelos um pouco cacheados e escuro e os olhos castanhos claro, não mudou nada.

- Não precisam brigar por minha causa, estou de saída- eu não tô com paciência pra aturar essa briguinha das duas. A Silvia facilita demais as coisas, mas ninguém leva ela a sério- Detalhe, não sou fã de mulher que fica se insinuando- eu percebo o riso da Martina e vou acabar com ele agora.- E nem de mulher que transa com vários homens- eu digo batendo o dedo na mesa onde ela está. Sumiu o sorriso presunçoso.

Eu até estava disposto a tratá-la melhor por causa do trabalho, mas depois de ontem mudei de ideia. Ela rejeitou cada cara que chegou até ela. Cada um. Se fingir de boa moça é pior do que ser uma puta de verdade.

- Rodrigues, que tal a gente sair pra tomar alguma coisa?- eu odeio essa voz de puta melosa dela. Odeio.

- Eu já falei que não sou fã de mulheres que se insinuam Silvia- ela nunca vai entender isso. Mais uma vez eu vejo de canto de olho a Martina segurar o riso- Silvia- eu pego um café- Sabia que a senhorita Martina da uma de boa moça- ela começou a ficar vermelha.

- Rodrigues- ela fala.

- Você sabia que ela só tem essa carinha de boba... que ela transou com metade da escola no ensino médio e que ainda nega que tenha feito isso?- eu posso sentir o olhar de fúria queimar minhas costas.

- Para!- ela levanta e bate na mesa- Isso não é verdade!

- Viu? Continua negando. Para Martina, você sabe que essa buceta não pertence a ninguém é de qualquer um que tenha um pau- assim que eu fecho minha boca eu sinto uma ardência do lado esquerdo do meu rosto. Essa puta acabou de me dar um tapa. Na cara. É Martina, se você não mudar vou ter que furar com a Jimena.

Os olhos dela estão marejados, podia ser por arrependimento mas eu sei que é pela humilhação.

Eu agarro seu rosto com a mão e o olhar dela muda. Medo. A raiva que ela estava sentindo deu lugar ao medo.

- Você não faz ideia do que está procurando garota. Eu não tenho muita paciência mas ainda tenho algum respeito, embora você não mereça- ela me encara com pavor e a Silvia não está mais na sala.

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Martina

Eu não aguentei o que o Alberto falou e acabei dando um tapa na cara dele. Ele disse coisas que me machucaram e na frente da Silvia, a nossa amizade foi embora e não sobrou nenhum resquício dela. Zero.

- Sua vida é relembrar que eu transei com vários caras antes de dar uma chance a você. Aceita Alberto que você não é o fodão que consegue tudo que quer- ele solta meu rosto.

- Minha querida- ele pega uma mecha do meu cabelo- Me admira que alguém tenha tirado sua virgindade, nem drogado eu faria isso.

- Não me admira que você trate as mulheres como lixo. Lembra do que você fez comigo ontem? as marcas estão aqui- ele me encara- Você faz coisas muito piores que isso. Você é um covarde, só cresce em mulher.

Eu vejo a expressão dele mudar, ele continua com raiva, mas minhas palavras causam algo nele. Não consigo entender o que é mas eu sei que o atingiu, pois ele me solta completamente e sai da sala.

Eu saio e vou até o banheiro. Eu o enfrentei, mas as palavras me cortaram e ele falou na frente dos outros. Filho de uma puta!

- Que foi?- a Silvia entrou no banheiro e está me encarando- Se for pra tirar sarro de mim, aproveita. Chuta o cachorro morto.

- Para de chorar. Seja aquela garota que enfrentou aquele idiota- oi? Foi isso que ouvi?- Que foi? Eu não sou sempre uma idiota não, eu sei o quanto dói as palavras, sempre ouço. Não sabia que o Rodrigues era assim, fica longe dele, homens assim são perseguidores e ele tá fazendo isso com você.

A Silvia me dando conselho foi a coisa que eu menos esperava. Ela me falou que implica com todas as mulheres, pois não se sente suficiente e que o ex marido a tratava com lixo, sempre a colocando pra baixo e isso gerou um trauma nela.

A PROTEGIDA- UMA HISTÓRIA DE CARTEL (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora