TRINTA

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Martina

Tem duas semanas que eu não ouço notícias do Valentim, agradeço a Deus por isso. A Jimena mandou o Henrique pra cuidar de mim e ele é bem mais legal que o primo. Mil vezes mais legal.

Meu celular vibra e é uma mensagem dele.

Henrique: Oii, que horas você sai hoje?

Eu: Oii. Sai às 16h

Henrique: Tá afim de sair um pouco? Vamos correr no parque e depois comer alguma coisa.

Eu: Pode ser!

O Henrique é totalmente diferente, até do Juan. Ele não é possessivo e muito menos fica desfazendo das mulheres.

Eu voltei ao trabalho. Agora eu realmente sou professora, peguei uma turma do quarto ano do fundamental, ele me chamam de tia.

- Terminaram?- eu pergunto e eles respondem todos juntos.

- Ainda nãooooooo. Falta só uma.- eu acho lindo com uma criança ajuda a outra.

- Enquanto vocês terminam eu vou arrumar o para casa de amanhã- eles lentamentam todos juntos- Assim a tia fica triste, eu fiz com tanto carinho.

Eu preparo os deveres e entrego cada um na saída. Nem sempre eles fazem as atividades em casa e acabam fazendo aqui mesmo.

- Tia! Tia!- Ana Luiza grita- Um moço bonito pediu pra te entregar- era uma linda rosa branca, eu vejo de longe o Henrique sorrindo- Tia- ele me pede para abaixar e fala no meu ouvido- Ele é seu namorado? Se não for, podia ser ele é muito cavalheiro- não consigo conter uma risada. Essas crianças são demais.

- Ele é meu primo Aninha. Agora vai que sua mãe tá esperando.

Eu espero até que todos tenha ido para casa e começo a juntar minhas coisas. O Henrique está lá fora me esperando, a Aninha tem razão, ele é muito cavalheiro e gentil comigo.

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Estou melhorando a cada dia na corrida, mas mesmo assim é difícil alcançar o ritmo dele, as pernas são enormes.

- Vai mais devagar.

- Eu tô devagar- ele diz rindo.

- Um passou seu equivale a uns dez meus.

- Vamos lá Martina ou não aguenta?- ele tá me desafiando e lógico que eu vou aceitar.

- Então vamos ver quem corre mais rápido até o outro lado- ele sorri. Eles se parecem muito.

Nós dois saímos juntos rumo ao outro lado do parque e no meio do caminho um cachorro passa entre as pernas do Henrique e ele cai de maduro.

- Vamos Henrique foi só um tombo- eu continuo correndo e ele tá estirado no chão. Tadinho, tem que rebocar.

Depois de tirar ele do chão a gente encerra a corrida e vamos comer algo.

- Como é sua relação com sua mãe?- eu pergunto.

- Eu não sou filho biológico da Jimena- mentira! Eu acho ele tão parecido com o Juan e com o primo- Ela me criou e nunca conheci minha mãe biológica.

- Nossa, você parece tanto com o Juan- ele apenas tomba a cabeça de lado e continua a comer.

- Sério? aquele menino é feio até doer.

- Para, vocês não são feios.

- Olha, até que enfim eu recebi um elogio- ele ri- Você já voltou na Colômbia depois que se mudou?

- Não. Nossa cabeça vale uma grana lá e eu não tô a fim de morrer dessa forma- ele só acena com a cabeça.

Acabamos de comer e ele me deixa em casa. 

- Apareceu a margarida- a Regina diz quando entro pela porta- Eu tentei falar com você a tarde toda.

- Oi Regina, tudo bem? Estava no parque com o Henrique.

- Estou, mas não melhor que você. Vai para todo lugar com ele e esqueceu da sua amiga.

- Aow, não fica com ciúmes, eu te amo palhaça- eu digo e ela tá um bico enorme- Me dá um abraço, vem cá- ela tenta desviar mas eu a abraço assim mesmo.

- Você podia perguntar a Jimena se ela não quer me adotar, tô precisando de alguém para cuidar de mim também.

- Não aguento ter alguém na minha cola sempre, mas o Henrique até que é legal.

- Ele é sem sal, o Valentim é mil vezes melhor- não sei esse amor pelo Valentim.

- Traidora. A personalidade dele condiz com a idade- nós rimos.

- Convenhamos que ele é lindo, gostoso. Martina, a bunda dele é a maior que eu já vi na minha vida e as outras partes não devem ser diferentes- não são mesmo- Uma pena que isso tá numa pessoas que não vale nada.

Eu não contei nada para a Regina e desconfio que ela saiba que eu trouxe alguém aqui, até porque eu gritei bastante de ódio. E só de lembrar dele eu sinto um arrepio pelo corpo.

A PROTEGIDA- UMA HISTÓRIA DE CARTEL (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora