VINTE UM

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Valentim

- Eu não enxergava- ela tenta abaixa a cabeça, mas a impeço- Mas eu senti... eu senti, o que um daqueles caras fizeram- a sensação de novo, será que... não é possível. Eu não posso ter uma recaída pelo sentimento que eu tinha antes por ela.- Ele passou o órgão íntimo dele na minha boca. Eu nunca nem vi um homem sem roupa Valentim, quem dirá chegar a esse ponto- a dor no olhar dela me dá um incomodo estranho. Eu nunca vi a Martina chorar tanto.

Eu tiro minhas mãos e ela deita na cama, encolhida. Não foi o Rojas que fez isso. Meu pai tá longe de ser um bom homem, mas ele não permite traição e nem abuso. O intuito dele sempre foi ter alguém como moeda de troca, a Jimena me tinha e ele teria a Martina, para ser trocada comigo.

- Pode sair, por favor?- ela pede e meu coração aperta.

- Martina- eu me ajoelho na beirada da cama- Me desculpe por duvidar de você- eu passo os dedos pelo cabelo dela, sempre uma bagunça engraçada- Eu fui um idiota, por não acreditar. Tem muitas coisas envolvidas. Eu- limpo a garganta- Eu tinha um interesse por você, mas não podia e quando me contaram eu fiquei com muita raiva, pois você tinha me dado vários foras e tinha aquele papo de querer um cara serio e tal- ela continua chorando.

- Eu não preciso da sua pena Valentim. Eu me senti a pior pessoa do mundo aquele dia e era mentira, mas meu amigo preferiu acreditar em boatos do que em mim  Sou virgem até hoje e tenho medo da rejeição- cacete! - Eu nunca me senti atraída por você. Nunca. E hoje em dia, depois de todo ódio gratuito que você tem por mim, eu quero que você encontre uma mulher que você ame tanto, mais tanto que chegue a doer e que ela nunca confie em você- ela se senta na cama e as próximas palavras que ela diz, me atingem como uma facada- Eu tenho muito medo de você... porque quando aquele cara fez aquilo comigo- ela volta a chorar de uma forma dolorida- Eu lembrei de você... que você fez algo parecido... porque não? Só eu que não posso usar? foi isso que você me disse e eu me senti a pior pessoa do mundo, mesmo eu não tendo feito nada.

- Martina, por favor olhe pra mim- ela olha fixamente para os pés- Martina?- ela continua olhando para os pés. Que filho de uma puta. Idiota.

Eu a abraço para tentar aliviar a dor que ela esta sentindo, mas ela reluta.

- Não encoste em mim... não- eu me sento no chão sob meus pés e coloco a mão no rosto. O que eu fiz pra ela foi uma puta sacanagem - Saia, eu quero dormir... meu corpo está doendo. De manhã eu vou para minha casa.

Eu me levanto e a deixo só, nada do que eu fizer vai mudar o que ela pensa.

Assim que tranco a porta do meu quarto, eu me sento no chão e começo a chorar de raiva. Arrependimento. Medo. Estou com medo de perder a Martina. 

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- Juan?- eu vou incomodar ele de novo.

- Me deixa dormir caralho.

- Juan, eu não tô bem- ele dá um pulo da cama.

- Tá morrendo?

- Não. Eu senti uma coisa estranha quando a Martina me contou o que aconteceu com ela- ele me encarra com uma careta.

- Você foi perturbar a Martina uma hora dessas?

- Fui procurar um remédio- ele me olha com aquela cara de sei- Juan, conforme ela foi me dizendo as coisas, meu coração foi ficando apertado e eu senti um raiva muito grande.

- Você está apaixonado. Desde de sempre você esteve apaixonado, mas deixou sua cabeça de baixo falar mais alto.

- Qual é Juan? Ela era menor de idade, muito mais nova e eu nunca estive apaixonado. Queria muito transar com ela, ser o primeiro cara da vida dela, mas eu seria preso e era só isso. Só sexo.

- É? Então você veio aqui de madrugada me falar que sentiu um aperto no coração porque só queria sexo? Tá bom Valentim, sei- ele deita de novo- Sai fora. Quero dormir.

Será que eu tô apaixonado?

A PROTEGIDA- UMA HISTÓRIA DE CARTEL (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora