TRINTA E DOIS

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Valentim

- Presumo que você e seu pai conversaram- a Jimena entra no quarto

- Sim. Ele falou sobre um acordo que propôs- eu digo sem tirar os olhos do computador- Se ele cumprir a palavra dele, eu concordo.

- Não temos certeza, mas vou aceitar mesmo assim- ela se vira para ir embora, mas volta- A Martina esta bem, eu mandei outro para cuidar dele e esta tudo bem- eu sinto uma pontada de ciúmes, mas rapidamente eu a afasto, não quero saber.

- Não quero saber! Eu fui claro que não queria notícias e nem contato com ela.

- Se você pretende ter uma esposa e uma família, mude suas atitudes. Eu não faço ideia do que aconteceu, mas sei que você fez uma burrada- ela suspira e aperta os olhos com os dedos- Você tem que entender que a Martina não é como a gente, ela é inocente demais para entender tudo que acontece nesse mundo. Tem coisas Valentim que ela não lembra, mas eu lembro.

Hoje não é o meu dia definitivamente. 

- O Ramiro ficava o dia todo fora e quando chegava a Martina já estava na cama e um dia ele passou para vê- lá e me ligou desesperado- ela solta o ar e eu comecei a prestar atenção- A menina estava com os braços machucados e tinha um corte bem fundo na panturrilha, eu cansei de fazer curativos nela. Muitos. Ela era uma criança. Uma criança. E a Estela não tinha dó nenhuma e nem motivo para bater nela.

- Porque vocês a deixaram com a mãe então? Eu não tenho que lidar com os problemas dela, eu nem a conheço de verdade e como eu disse não estou interessado- a Jimena me olha com a cara de quem não esta acreditando no que acabei de dizer.

- Quando acabar isso com a Estela, eu quero você fora e o mais longe possível dela- ela diz e sai. Ótimo, vou ter que cogitar empregos normais.

Nunca pensei que essa garota me traria tantos problemas assim. Vou terminar o artigo e fazer um pouco de metanfetamina, para ocupar a mente. Quanto eu volto para o artigo, meu celular vibra.

Jimena: Temos uma remessa grande indo para o Brasil, teremos que ficar um tempo lá. Eu preciso que você vá também.

Jimena: Soube agora, a gente viaja em quatro dias.

Que maravilha. Que maravilha.

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Martina

A Regina vai passar uns dias com os pais e hoje a gente vai comemorar, tudo é motivo pra ela comemorar.

- Esse tá bom?- estou vestindo uma blusa e uma saia.

- Pra noite não- ela pega um vestido- Veste esse. Tem que atrair olhares.

- Eu não quero isso- a Regina acha que todo mundo é igual a ela.

- Pode parar, quem sabe você encontra o cara daquela noite- como assim?-A Matina, deu pra ouvir vocês discutindo- que cacete!

- Não voltarei a vê- ló- eu digo- Ele só estava passando uns dias aqui.

- Eu não sou burra, eu vi o carro do Valentim na porta e desde aquela noite ele sumiu e sua tia mandou outra pessoa- ela é ótima em não ser invasiva, mas as vezes é inconveniente- Então eu sei que você transou com ele- eu não tô preparada pra contar o que ouve.

- Não quero falar disso.

- Qual é Martina? só me conta se foi bom- o Deus faz ela calar, por favor- Conta Martina!

- Não muito... é muito grande e me incomodou um pouco- eu tive que inventa um mentira.

- Ah não. Além de toxico é pauzudo. Pede sua tia para mandar um desses pra mim- não queira Regina, não queira.

O meu celular toca e eu agradeço a Deus por isso. É o Henrique dizendo que já chegou e tá esperando a gente 

- O Henrique tá esperando a gente, vamos?- eu já estava pronta, mas a Regina me fez trocar de roupa uma quatro vezes até chegar nesse vestido que mostra mais do que eu gostaria.

- Muito gatas- ele solta.

- Tira o olho, não queremos uma guerra na família- eu vou matar a Regina.

- Que?- ele questiona confuso

- Isso mesmo querido, essa daqui sentou no pau do seu primo e doido do jeito que é, ele te mata se der em cima dela- com a Regina como amiga, não preciso de inimiga.

- Relaxa, eu sou casado!

- Sério? E sua mulher te deixa solto assim?- ele apenas ri e nós entramos no carro- Se eu tivesse um marido assim, ia trancar a sete chaves, nem sol ia tomar na rua.

A PROTEGIDA- UMA HISTÓRIA DE CARTEL (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora