TRINTA E OITO

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Valentim

- Sua moto tá um lixo, mas você tá bem pior- o Juan tá me examinando, o lado direito do meu corpo está roxo e ralado- Doi?- ele aperta minha costela e a dor erradia até o braço.

- Dói. Dói. Eu nem vi que minha calça esta rasgada.

- A adrenalina te impediu de sentir dor, mas hoje como já voltou ao normal a dor fica insuportável. A costela não parece está quebrada, mas é bom esperar uns dias para ter certeza, os relados resolvem com pomada e seu dedo da mão- ele mostra o raio x- Tá quebrado. Suspeito que esse dedo quebrou na cara do Pablo.

- Não duvido, meti a mão nele, mas devia ter rachado a cabeça dele com aquele ferro.

- Você devia ser menos egoísta e assumir que gosta da Martina- ele tá escrevendo umas coisas e não me olha- Sua responsabilidade é cuidar e não machucar ela, mas você é um retardado, que pensa mais no pinto do que na mulher que ama

- Cala sua boca idiota- é o cumulo tomar esporro de gente mais nova- Aquele velho nojento falou com todas as palavras que abusou da Martina, quando ela era uma criança e o desgraçado do Henrique estuprou ela ontem, você tem noção disso?

- Eu vou dar um jeito no Henrique, não se preocupe- a frieza do Juan me assusta- Ele e o Pablo terão um encontro comigo em breve- ele me entrega um papel- Sua receita, vê se manera nas suas aventuras, não tô a fim de te enterrar.

- Chato pra cacete. Eu preciso falar com sua mãe, ela me deve uma boa explicação pelo Henrique.

- Vamos tomar um café? Tô com fome e hoje é pãozinho de queijo- esse cara tem problema, estou falando uma coisa seria e ele pensando em comida

O refeitório desse hospital é imenso, o cara sabe como administrar o crime e a bondade, hospital de rico e gente poderosa.

- A minha mãe procurou e descobriu que o Henrique matou o cara que ela mandou e roubou as coisas dele.

- Pelo amor de Deus, como que ela manda um cara desse?- o Henrique é bom de lábia e tudo mais, mas não é tão bom com briga.

- Não sei. O Henrique é um desgraçado drogado do caralho- o Juan da uma golada no café, e eu desvio o olhar para a televisão, alguém invadiu uma escola e parece ter mortos e feridos.

- Caralho- Juan me encara sem saber- A maldita tatuagem do dado azul com o numero quatro- eu saio, só pode ser a escola onde a Martina trabalha, que merda.

- Espera cara, onde você tá indo?

- Atrás da Martina, a noticia é onde ela trabalha.

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Martina

- Não Vinicius- eu caio de joelhos e minha visão esta turva pelas lagrimas- Ele é só uma criança imbecil- eu grito. Eu vejo de longe o corpo dele caído, uma poça de sangue se forma em volta do pequeno e frágil corpo que agora esta sem vida... Uma criança que estava ansiosa para conhecer o irmãozinho e nunca vai conhece- ló.

Sou arrastada pelos cabelos por aquele homem e cada vez o corpinho do Vinicius fica mais longe.

- Cada sangue que foi derramado hoje é culpa sua- ele diz e entendo que é o Cartel. Por minha culpa vários inocentes morreram.

- Por favor, não faça nada com as crianças eu imploro.

- Tarde demais- eu rezo para que não tenha encontrado as crianças no armário.

A PROTEGIDA- UMA HISTÓRIA DE CARTEL (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora