ONZE

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Valentim

Eu vi a amiga da Martina sozinha no balcão, o Juan tinha visto as duas chegarem mais cedo, mas eu não dei ideia.

- Você é uma amiga da onça- eu digo sentando ao lado dela e a mesma me encarra com desdém

- Tá maluco meu filho?

- Você soube o que aconteceu com ela no dia que você estava com o Juan?- eu digo mexendo no guarda chuva do copo dela. Que coisa mais ridícula- Você não devia deixar ela sozinha.

- Soube, mas não por ela. Alias desde o dia que ela confiou em alguém e foi duramente machucada, desde esse dia ela não conta nada pra ninguém- começou a despejar coisas do passado, típico- E se caso esteja em duvida... você fez isso! Então você que é amigo da onça.

- Eu não mandei ela ser uma puta- foda- se o que ela disse. A culpa é da Martina, não minha. Eu não tenho o poder de controlar as atitudes dos outros.

- Imbecil, você ao menos lembra que hoje é aniversário dela?

- Lembro. Alias o certo era vocês estarem juntas, já que chegaram juntas.

- Não estamos mais, ela saiu com a mãe.

- O que? Pra onde?

- Ela não disse.

Que caralho!

- Liga pra ela agora!- eu saio e vou procurar o Juan e o Henrique- Juan- eu o vejo perto de uma mesa.

- Que foi cara?- ele me olha assustado.

- Cadê o filho da puta do Henrique?

- Acho que foi pra casa- na hora que eu mais preciso do desgraçado ele some- O que tá acontecendo?

- A Martina saiu com a mãe!

- Que cacete!- ele passa a mão no rosto- Vou falar com minha mãe.

- Ainda não. Vamos esperar.

Eu procurei a Regina e não achei, parece que o bar lotou em segundos e graças ao bom Deus, quando estamos saindo eu a encontro na porta com o celular no ouvido.

- Conseguiu falar com ela?- eu estou ficando impaciente.

- Não! O celular dela tá desligado.

- Que merda!- eu soco a parede próxima a mim e adivinha? Com a mão machucada, foda- se a dor, porque a Martina tem que ser tão inocente?

- Calma, ela vai aparecer. Talvez o celular descarregou- pela tranquilidade da Regina, ela não sabe de nada.

- Olha Regina- eu a seguro pelos ombros- Tem uma longa historia que envolve a Martina e a mãe, então reze pra que o celular só esteja desligado mesmo- a expressão dela muda. Medo.

- Como assim? Me conta- eu a ignoro totalmente- Eu nunca confiei na mãe dela, tem algo naquela mulher que é perverso.

Depois de uns quarenta minutos tentando falar, ou achar algo da Martina, o Juan volta gritando aos quatro ventos igual um débil mental.

- Valentim?- o Juan me chama.

- Oi- cacete, eu esqueci que meu nome pra elas é outro.

- Valentim?- a Regina questiona.

- É, esse é o meu nome. Uma longa história, que eu não posso e nem quero explicar agora- foda- se esse codinome do caralho. Eu não fiz meu trabalho e trai a confiança da Jimena- O que foi Juan? Gato comeu a porra da sua língua? Fala pra que me chamou caralho!

- Um cara disse que viu um carro preto levar as duas e o motorista tinha uma flor roxa, eu mostrei ele a tatuagem do cartel do Rojas e ele disse que era aquela mesmo- a tatuagem do cartel do Rojas é uma flor de papoula.

- Dá pra alguém me explicar o que tá acontecendo?

- Não Regina, agora não dá! Vai pra casa.

- Não vou. A Martina é minha amiga e eu quero saber- eu pego o pescoço dela.

- Você. Vai. Para porra. Da sua casa. Agora!- eu sinto ela engolir- Vai- eu berro.

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Valentim

Eu passei a noite em claro, não tive nenhuma noticia da Martina.

- Filho da puta- estou sentado no sofá, já liguei pro desgraçado do Rojas e filho da puta não atende.

- Você nem se importava tanto com ela assim- o Henrique diz e minha primeira reação é tirar ele de onde esta sentado. A vontade que tenho é de partir a cara dele no meio, inconveniente para caralho.

- Cala a sua boca! Eu tinha a porra de uma função. Uma. E não cumpri- eu bufo- Se você não tem consideração pela sua mãe, eu tenho.

- Calma cara, eu não tenho culpa- eu relaxo e solto a gola da camisa dele.

Nenhum sinal da Martina. Nenhum. A Jimena já sabe e ela disse que tem alguém de dentro por trás disso e segundo a mesma, o Rojas vai fazer uma proposta, ele quer muito a Martina, mas quer muito mais que eu vá para o lado dele!

Eu fui para o meu quarto para procurar alguma coisa, eu não consigo pensar em nada. E de verdade eu tô começando a ficar preocupado com a Martina, ela é muito inocente para esse mundo.

- Tô entrando- o Juan diz balançando uma sacola- Vamos fechar isso de novo?- ele tá com um pouco de medo. O Juan tem 28 anos, a Jimena poupou ele e o Henrique de muita coisa, mas mesmo assim eles quiseram ficar e apesar da idade, o Juan tem mente de adolescente ainda para algumas coisas.

- Tá tão feio assim?

A PROTEGIDA- UMA HISTÓRIA DE CARTEL (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora