Valentim
Eu acordo e tento me mexer, mas a dor que estou sentindo esta insuportável e a Martina não esta aqui
- Puta que pariu, não achei que esse tombo tinha sido tão feio- eu me levanto e esta quase impossível andar. Eu passo o olho pelo quarto e nem sinal dela- Que beleza- meu celular despedaçou no tombo e nem liga mais.
Eu vou procura- lá pela casa e nem sinal, até eu achar um papel na mesa da cozinha escrito meu nome com uma letra muito bonita.
Valentim,
Estou no trabalho, peço que não me procure e que me proteja de longe. Não quero que a parte do amor vença, prefiro continuar te odiando e que sejamos apenas estranhos que se conhecem um pouco. Obrigada por ontem. Já pedi alguém pra arrumar a porta, a vizinha vai olhar a casa pra mim.
Por mais que as palavras dela doam, o melhor a ser feito é isso, não quero machuca- lá mais e também não vou deixar ninguém fazer isso.
Minha moto esta com o tangue todo arranhado e é um milagre que ainda ligue, prevejo umas três ou quatro multas por excesso de velocidade. Eu tento subir na moto, mas é em vão, minhas pernas não suportam mais sofrer e nem a minha coluna.
Bato na porta da vizinha, tomara que ela me empreste o celular.
- Bom dia, tudo bem?
- Bom dia. Você veio consertar a porta?
- Não. Tem como me emprestar o celular- ela me encara desconfiada- Eu cai de moto e o meu esta um caco- mostro a ela o celular.
- Você é o rapaz que estava esmurrando a porta ontem? Se não for parece muito- com certeza senhora, mas não vou falar- Essa menina sofre viu? Há um tempo eu vi um cara sair de lá puto da vida e ontem vi outro doido quase quebrando a porta e todo dia para um carro aqui na porta, tira foto e vai embora.
- Carro?
- É. Um cara alto com cara de bandido, ele tem um monte de tatuagem.
- Tem alguma que chama atenção?
- Quer entrar? Se me verem falando com um rapaz tão bonito assim vão comentar e eu odeio fofoca- eu rio, ela tá dando conta da vida da Martina toda e não gosta de fofoca- O tombo foi feito, hein? Sua moto tá toda quebrada.
- Pois é. Minha moto, meu celular e meu corpo tá dolorido.
- Ah o celular, vou pegar. Senta ai, já volto- ela some no corredor e até que é simpática, mas corajosa- Toma, fica a vontade. Vou pegar um cafezinho para você.
- Alô- a voz sonolenta do Juan diz. Esse cara precisa de férias.
- Sou eu, Valentim. Preciso que me busque na casa da Martina
- Você é um pé no saco, deixa a menina em paz- Juan pede pra tomar uns murros.
- É sério. Eu cai de moto, estou todo dolorido, mal consigo andar.
- Tá, chego daqui a pouco.
Desligo e entrego a senhora o celular.
- Ele tinha uma tatuagem de dado no braço, um dado azul com o numero quatro- ela me encarra com os olhos estreitos- Não é por nada não, mas o que tatuagem tem a ver?
- Ela tá sendo perseguida por um cara que tem uma tatuagem diferente que não é essa, esse cara se parece um pouco comigo, mas tem os cabelos mais curtos.
- Ah, o rapaz que quase quebrou a porta ontem era assim- eu dou um gole no café e estou disposto a ouvir- Ele saiu e entrou no caro com uma mulher, ela é a cara da Martina, parece até irmã.
- A mãe dela- eu tenho nojo dessa mulher, nojo.- Senhora, eu vou pra casa, mas quero te pedir um favor... fique de olho na Martina- eu tiro uma quantia de dinheiro e e entrego a ela- Vou te dar um bom valor em dinheiro, mas pra isso eu preciso que a senhora me conte tudo que for diferente- ela concorda com a cabeça e ela anota meu número.
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Martina
- Vamos fazer uma rodinha e conversar- eu proponho. Meu porto seguro são essa crianças, eu amo como eles são espontâneos- Isso, agora vamos escrever no papel o nome da pessoa mais importante da nossa vida, pode mais de uma pessoa.
A maioria colocam pai, mãe, irmão (a), amigo e animais de estimação.
- Vinicius, quem é suas pessoas especiais?
- Meu papai, minha mamãe e meu irmão Vitório, ele não nasceu mas ele é importante também tia- cada dia eu choro por um motivo diferente.
- Sua vez Bia.
- Além dos meus pais tem minha vozinha, ela é uma estrelinha agora, mas ela continua sendo importante.
Eu me seguro pra não chorar, lembrei do meu pai.
- Quem é a sua tia?- O João me pergunta
- É aquele moço que espera ela todo dia na porta- meu coração para de bater por alguns segundos. Não quero nem imaginar, nunca mais o Henrique.
- Não Aninha. Meu pai é a pessoa mais especial, mas assim como a vozinha da Bia, ela virou um estr- eu ouço um barulho estridente como se fosse um tiro e as crianças se assustam- Todas para o canto vai- Deus, por favor não que não seja nada, eu ouço mais barulho.
- Tô com medo tia- a Bia me agarra com força.
- Calma, fiquem aqui.- eu me levanto e olho pelo vidro da porta. Tem uns três ou quatro caras com armas, vindo em direção as salas.
Eu puxo algumas mesas para segurar o trinco.
- Tia... o Vinícius tá lá fora no banheiro- não , não, não.
- Crianças, entrem no armário rápido- a sala tem uns armários maiores onde guardamos os livros- Vocês vão ter que ficar deitados e espremidos... independente de qualquer coisa, não grite. A tia volta para pegar vocês.
Tranco o armário e verifico se da para sair. Não posso deixar o Vinicius lá fora, esta tudo em silencio, então saio devagar, não faço ideia da direção que eles foram.
Quando chego perto do banheiro, eu vejo o cara em pé e a porta se abre... Vinicius está saindo, ele me olha e eu ouço o tiro, não, não, não.
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A PROTEGIDA- UMA HISTÓRIA DE CARTEL (CONCLUÍDA)
FanfictionMartina é uma jovem professora que batalha todos os dias para conseguir o que é seu e sua vida muda quando ela reencontra seu inimigo da escola: Alberto Rodrigues, que por coincidência (ou não) começa a trabalhar na mesma escola que ela.