VINTE E CINCO

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Martina

- Agradeço por me trazer aqui, agora pode ir.

- Para de ser teimosa garota- eu odeio tanto esse cara.

- Eu te odeio.

- Compartilhamos do mesmo sentimento, mas como eu dis- eu corto antes dele terminar

- Você é pago para me proteger e blá, blá- eu vou até onde minha mãe está e o Valentim fica do carro olhando. Ele é maluco.

- Mãe?- ela vira- O que aconteceu?- ela tá com o olho machucado.

- Nada demais- ela suspira- Eu queria me desculpar por aquele dia... o Rojas, ele disse que te mataria se eu não te entregasse para ele- meus olhos enchem de água. Minha mãe.

- Porque você deixou ele fazer isso?

- Eu sabia que o Valentim ia te tirar de lá... e eu nunca ia deixar nada te ferir.

- Mãe, eu passei o inferno naquele lugar até o Valentim aparecer- eu respiro e tento segurar o choro- E você é a única pessoa que eu tenho... e você não me procurou- isso dói tanto.

- Martina, eu preciso que você me ajude- ela segura minhas mãos- Ligue para o Rojas e diga que eu não recebi o dinheiro- não acredito- Se não ele vai me matar.

- O Valentim tem razão, você só pensa em si mesma, tudo tem que ser sobre você.

- Qual parte você não entendeu? Ele vai me matar se souber que recebi esse dinheiro- eu junto todas as minhas forças.

- Problema é seu, pra mim você já esta morta!- doeu falar assim, mas foi necessário. Eu vou embora e não quero olhar na cara do Valentim.

- Martina?- ele sai do carro e começa a me seguir- Onde você esta indo?

- Pra casa.

- Eu te levo de volta.

- Não precisa- eu limpo meu rosto com as mãos- Você tinha razão... ela só pensa nela mesma e não está nem ai pra mim, pode falar "eu te avisei".

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Valentim

A conversa entre a Martina e a mãe não terminou bem, ela passou por mim e estava indo embora.

- Não vou falar isso. Entra no carro, vou te levar pra casa.

- Não precisa- ela diz com uma voz chorosa.

- É? como você vai pra casa uma hora dessa sozinha?- eu questiono e nem que eu tenha que colocar ela a força dentro do carro.

- Eu dou o meu jeito.

- Não me faça te colocar no carro a força.

- Não precisa ter pena Valentim 

- Martina, eu vou contar até dois e se você não estiver sentada naquele carro no um, eu vou te colocar lá a força- ela tá me desafiando- Um- ela continua parada- Dois- ela não se mexe e então eu faço o que eu disse.

- Me solta- ela se debate. E a coloco no banco do carro e travo a porta, para ela não sair.

- Doeu?- ela revira os olhos.

- Não- eu dou partida no carro.

A Martina passou boa parte do trajeto calada mexendo nas unhas.

- O que ela queria- eu quebro o silêncio e ela suspira.

- Ela pediu pra eu mentir... para falar com o Rojas que ela não recebeu o dinheiro- cacete, que mãe colocaria a filha numa situação dessa- Que ele vai mata- lá. Eu não entendo.

- Martina, tem uma coisa na sua história que não bate- eu faço uma pausa- O Rojas está longe de ser um bom homem, mas ele não permite abuso e nem traição- ela me olha sem saber- Bom a sua mãe fez um trato com Rojas, pegou o dinheiro dele e te entregou para outra pessoas. No dia que eu te encontrei eu tive uma conversa com ele, que me deixou pensativo. Quando ele tem assuntos importantes, ele sai com um monte de capangas e nesse dia ele estav com dois... Um dentro do lugar onde nos encontramos e um no carro e ai eu soube que ele estava blefando.

- Então ele não seria burro de sair só com dois homens, sendo que ele tinha um alvo nas costas?- eu aceno que sim- Então porque ele queria encontrar com você?

- Eu sou  a moeda de troca. Ele te entregaria para e Jimena e eu voltaria para ele e mesmo blefando ele aceitou e errou feio.

- Ai meu Deus... então eu tenho mais um alvo em mim?- eu vejo o queixo dela tremer- Porque isso tá acontecendo comigo... dói tanto saber que minha mãe fez isso- eu paro o carro na frente da nova casa dela- Obrigada... mais uma vez- a voz dela sai tristonha.

- Você pode me dar uma água?- ela revira os olhos- Na verdade eu estou com fome.

- Sério?

- Vai me negar um prato de comida? É um ótimo agradecimento- ela revira os olhos e me deixa entrar. 

- Não tem nada pronto, tem que fazer.

A PROTEGIDA- UMA HISTÓRIA DE CARTEL (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora