DEZ

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Martina

- Como assim?

- Eu entreguei o envelope e depois que ele abriu, saiu da sala e surtou. A mão dele tava pingando sangue Regina, não era umas gotinhas não, era muita coisa.

- E porque você não olhou o envelope?

- Eu não ia mexer em coisas alheias?- ela revira os olhos. O Alberto já me odeia o suficiente- Tá louca? Ele já me odeia o suficiente.

- O destino é cruel, vocês se amavam, agora se odeiam e fazem aniversário no mesmo dia- eu tinha me esquecido desse detalhe- Espera ai, você não lembrou disso?- eu nego com a cabeça- E ele lembrou?- nego novamente- Caralho, vocês se odeiam mesmo.

- A amizade acabou mesmo e não faço questão- não faço mesmo.

Eu termino de me arrumar e saímos, a Regina pediu um Uber, segundo ela vamos nos esbaldar.

O restaurante era chique, a comida maravilhosa e ainda teve bolo e parabéns.

- Eu te amo, viu parabéns. Você não precisa dela, eu estou aqui com você!

- Não me faça chorar- minha mãe nem se quer lembrou de me dar os parabéns, não mandou mensagem nem ligou- Eu te amo também. Agora vamos curtir de verdade.

Nós saímos e vamos para o tal bar que a Regina disse ser maravilhoso.

- Sério, aqui é a capital do boteco. Você vai curtir demais isso aqui.

Realmente o bar parecia bem legal, era um rústico, mas muito bem arrumado e com um ótimo espaço. O lugar tá cheio e tem um cheiro muito bom de comida, pena que estou sem fome.

O barulho é uma mistura de música e pessoas conversando, algumas estão animadas até demais.

- Boa noite garotas, seja bem vindas- um rapaz muito educado nós recepciona- Querem uma mesa mais ao fundo ou desejam sentar no balcão?

- As mesas- o rapaz nos guia até a mesa- As mesas são mais perto das comidas- nós duas rimos, mas minha alegria acaba quando eu vejo o Alberto sentado com mais dois caras, a mão esta com uma faixa em volta. Nesses meses que ele voltou, nunca o vi rir tanto igual ta fazendo agora- Eu não sabia que ele estaria aqui.

- Para de bobeira, é um lugar publico. Qualquer um pode vir.

O rapaz leva a gente até uma mesa que fica de costas para a dele, graças a Deus por isso.

O lugar é realmente legal, a comida é boa e o ambiente é amplo e apesar da musica o barulho esta agradável. Depois de umas meia hora a Regina decide que o balcão é melhor que as mesas e nós vamos para o outro lado.

- Meu amigo, hoje é aniversário dessa moça, então eu quero uma coisa especial pra gente beber- tomara que não seja nada muito forte

- Claro. Os nossos drinks mais pedidos em datas especiais é a Pinã Colada e o Cosmolitan, mas eu não sou fã então indico uma dose da maravilhosa vodka russa.

- Eu quero duas doses de vodka- a Regina pede.

- Eu não quero vodka, é muito forte.

- Xiii, uma dose não vai te matar.

- Oi garotas- alguém cumprimenta a gente. E é minha mãe.

- Mãe?- eu fiquei surpresa pois ela disse que não daria pra vim.

- Não esta feliz, que sua mãe veio te ver?- ela questiona, nunca na vida eu ficaria triste em ver minha mãe.

- Claro que estou, só estou surpresa. Senta com a gente, acabamos de pedir uma dose.- ela acena com a cabeça e se senta. A Regina torce o nariz, mas ela minha mãe e eu não vou deixar ela de lado só porque a Regina tem magoa dela.

O rapaz serve nossa vodka e nos bebemos

- Za Zdorovye- a Regina diz.

- Que isso?

- Saúde em russo.

- Eu hein, cada dia uma coisa.

Ela bebe mais duas dose e pede um drink e eu também, nada de exagero Martina. Minha mãe passou boa parte da nossa conversa usando celular e não conversou muito com a gente.

- Bom Martina, eu tenho que ir, amanhã eu vou embora bem cedo. Só passei pra te ver um pouco.

- Fica mais um pouco- eu peço.

- Eu queria muito, mas não posso.

- Então eu vou com você e depois vou pra casa- ela assente.

- Regina, eu vou com minha mãe, depois a gente se fala.

- Ok, se precisar é só me chamar- nós saímos. A noite esta quente, mas esta com uma brisa agradável.

- Filha, vamos de carona com um amigo, tá ok?- eu aceno que sim com a cabeça. E depois de alguns minutos, um carro preto lindo para e minha mãe acena pra eu entrar e ela vem logo atrás.

- Parabéns meu bem- ela me entrega uma sacola, que esta bem pesada

- O que é isso?- ela sorri.

- O tanto de dinheiro que você me rendeu- eu não tô entendendo- Quando eu abro, a sacola esta abarrotada de dinheiro. Muito. Muito dinheiro- Até que enfim você completou a idade do sucesso... pra sua mamãe é claro- ela sorri.

- Como assim?

- Agora você vai morar com seu novo dono- eu sinto algo furar meu braço.

-Ai! mãe, o que... voc...- o que ela aplicou no meu braço começa a fazer efeito e eu perco a linha de raciocínio- O que você fez?- ela me vendeu!

A PROTEGIDA- UMA HISTÓRIA DE CARTEL (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora