QUATORZE

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Valentim

A Camila me deixou preocupado. O que será que meu pai aprontou, para fazê- lá vir até aqui?

- Cadê a minha chave?

- Não sei. Deve tá no seu quarto.

- Não está. Cacete!- eu tô nervoso- Henrique, você viu a chave do meu carro?

- O Henrique saiu- a Jimena diz entrando na sala- A chave está dentro do carro. Onde você tá com a cabeça?- ela vem me seguindo.

- Na Cami, ela me procurou e eu tô preocupado 

- A Camila esta aqui?

- Esta e eu preciso encontra- lá, depois nós dois conversamos!

Eu dou partida no carro e saio. Terei algumas multas para pagar, mas foda-se, minha irmã é mais importante.

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Esse bendito parque nunca foi tão longe assim. E no meio do caminho o Ector me mandou umas coisas, mas não prestei atenção, sem duvidas a minha irmã é mais importante que a Martina.

- Cami, cómo estás? ( Cami, como esta?)- eu a abraço. 

- Cuánto tiempo . Qué le pasó a tu mano? (Quanto tempo. O que aconteceu com sua mão?)- ela questiona.

- Fue un pequeño accidente, cosas de la química! (Foi um pequeno acidente, coisas da quimica!)- não posso contar a ela. Minha irmã tá quase ganhando neném e não é bom que saiba das coisas que o preciosa papai dela faz. 

- Cuánto tiempo Timtim. Veo que eres aún más hombre (Quanto tempo Timtim. Vejo que esta ainda mais homem)- eu ouço a voz do Rojas, eu odeio quando ele me chama assim. Meu sangue ferve.

- Por eso me llamaste Camila?( Para isso que me chamou Camila?)- eu digo e a raiva é perceptível em minha voz

- Cálmate Valentine, escucha lo que papá tiene que decir. (Calma Valentim, escuta o que o papai tem a dizer)

- No es mi padre Camilla y no debería ser el tuyo si tuvieras la más mínima consideración por mamá (Ele não é o meu pai Camila e não deveria ser seu, se tivesse a mínima consideração pela mamãe) - Cuspo as palavras para ela - Veo que eres como él. (Vejo que é como ele)

- Tu madre era una vagabunda, por eso tuvo lo que se merecía (A tua mãe era uma vagabunda, por isso teve o que mereceu)- assim que ele fecha a boca, eu dou um soco bem na cara desse filho da puta. O cara que esta do lado dele avança, mas ele parado- - Déjalo (Deixe-o)

- Esperaba más de ti Camila (Esperava mais de você Camila)- eu grito para minha irmã e vou embora.

Não acredito que minha irmã fez isso. Eu sei que minha mãe não era uma vagabunda, meu pai que sempre foi um desgraçado aproveitador.

- Filho da puta! Desgraçado- eu soco o volante várias vezes. Não acredito que minha própria irmã fez isso- Que ódio desse filho da puta- meu celular vibra, é uma mensagem do Juan dizendo que a mãe dele fez arepas e era pra eu ir rápido, de relance vejo as mensagens do Ector, segundo ele a mãe da Martina ainda não saiu do país, mas comprou uma passagem para Espanha para amanhã. As arepas vão ter que esperar!

O Ector me mandou a localização que a Estela esta e eu vou até lá.

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Martina

A dor física não chega nem perto do que eu estou sentindo, minha mãe, a mulher que devia me amar e zelar por mim, me entregou para um cara que eu nunca vi na vida. Eu tentei fugir, mas não consegui e acabei apanhando um pouco, minha garganta e minhas costa doem como um inferno e não tenho ninguém, muito provavelmente morrerei assim que eles cansarem. 

- Olá senhorita, como vai- um homem mal encardo começa a falar comigo. Que tal começar a falar hoje?- eu ganho um tapa na cara- Saiba que nosso chefe só quer uma coisa- ele tira o palito da boca- Você traz o Valentim e nosso chefe te ajuda.

- Eu já disse que não conheço ninguém com esse nome- minha voz sai arrastada por causa da dor.

- Não é o que essa foto diz- ele agarra meu rosto e me mostra a foto e é o Alberto.

- Por favor...- eu sinto as lagrimas escorrendo- Esse cara é meu colega de trabalho, nós nos odiamos... por favor... Não conheço ninguém com esse nome, me deixa ir.

Tem uns dois dias que estou aqui e eu não faço ideia do porque, eu apanhei tanto e sem nenhum motivo.

- Vamos brincar um pouco- ele pega um revolver e coloca uma única bala nele- Você sabia que ele esta sendo pago para te "proteger" mas pelo visto não adiantou nada- ele roda a arma- Você sabia que seu pai era do cartel? E que você e sua mãe vieram fugidas por isso e para ela não ser assassinada te vendeu para o Rojas?

- Pelo amor de Deus... eu não sei de nada- eu choro incontrolavelmente- Por...- ele atira e para minha sorte não saiu nada.

- Voltaremos depois e eu quero que você abra a boca- por um momento eu achei que sofreria um troço, minha respiração está descontrolada e meu coração esta batendo ridiculamente rápido.

Eu não entendo, minha cabeça tá uma bagunça. Eu não conheço nenhum Valentim, ou será que ele tá mentindo o próprio nome? Estou com meus pés amarrados e estou sentada num chão frio e as dores ficam cada vez mais forte e sinto a morte mais próxima. 

A PROTEGIDA- UMA HISTÓRIA DE CARTEL (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora