Capítulo não revisado
-Isso é tudo culpa sua!
-Papai, não!
-Você o matou, não há volta, Kathie, acostume-se.
-Meu papai...
Sinto a neve cair no meu rosto. Não quero me deparar para o que vem pela frente. A sensação de perda domina meu redor.
Alexsander!
Levanto rapidamente e olho para o carro. Vazio. Meu filho não... Isso não pode está acontecendo, meu bebê não...
Benjamin aparece na varanda, sem pensar corro até ele o derrubando no chão, o efeito do tranquilizante ainda não passou. Fico em cima dele dando socos no seu rosto.
-TUDO CULPA SUA! SEU MERDA!
-KATHERINE, PARE! PARE!
-MEU FILHO FOI LEVADO POR SUA CULPA!
Ele me olha sem entender nada, então deduzo que ele não saiba de nada. Saio de cima dele e começo a chorar e entrar em desespero. Quem quer que seja, é meu inimigo, ou vai matar meu filho ou vende-lo.
-Não, não, não...- Ando de um lado para outro. -Meu bebê, meu filho...NÃO, NÃO! Vão matar meu bebê, vão vender ele... Meu bebê não...
Benjamin tenta chegar perto de mim, mas eu o afasto. Ele tenta novamente e começo a gritar, entro em casa e quebro tudo, Ben tenta me pegar ,me joga no chão e me debato.
-Calma amor, vamos encontrar ele, calma, shhh.
-AAAAAAAAAAAAAAAH! MEU FILHO!
-Shhh amor, calma, calma...ESTAMOS AQUI!
Hanz entra e me pega. Lorenzo entra junto com Camélia, Kenny entra e eu corro para seus braços.
-Kenny, por favor, levaram meu bebê.-Ele me abraça forte.
-Shhh, vamos achar ele, eu prometo.-Ele tenta me acalmar.
Minha cabeça dói muito, grito de dor e apago.
(...)
Sinto como se estivesse correndo por uma floresta negra e sem fim. Cada segundo que passa é angustiante, não quero ouvir a voz de ninguém, não quero a companhia de ninguém, eu quero meu bebê.
Sinto o cheiro de sua manta, estou sentada no degrau onde dias atrás estavamos eu e ele em nossa fortaleza ,onde eramos felizes. A neve cai e ele não está aqui para me deixar extasiada com sua inocência.
Começo a chorar. Será que ainda vou ver meu filho? Será que isso é o meu passo se rebelando contra mim ? Ou é apenas o inevitável acontecendo?
-Não importa se passar anos e anos, sua esperança de que ele irar voltar para debaixo de suas asas nunca morrerá.- Camélia senta ao meu lado. - Sabe, mãe é algo incrível , seu filho pode ser o que for, mas ela sempre o defenderá com unhas e dentes. Sei que nunca me verá como sua mãe, mas eu quero te dizer por experiência própria, seu amor o trará de volta, mesmo que dure uma vida.
-Foi tão doloroso pra você quando me perdeu?- Pergunto em lágrimas.
-Foi como se alguém arrancasse minha alma e a jogasse no inferno. Um vazio se instalou no meu peito, nada conseguia me encher, nada me satisfazia, eu só queria minha filha de volta.
-E se eu demorar a encontra-lo e ele não me amar? E se ele me odiar? Ele vai se lembrar de mim?
-"E se minha filha me odiar? " "E se ela não me reconhecer? " "Ela vai se lembrar de mim?".-Ela sorrir sem humor.- São coisas das quais não estamos imunes , você não me odeia, mas também não me ama, talvez se lembre de algo, ou talvez sou eu criando uma ilusão para sofrer menos...
-Eu estou tão...
Ela me abraça e começo a chorar. Eu quero morrer, mas não quero ter o odio do meu filho, não quero ter o mesmo sofrimento de Camélia.
Meu celular toca do meu lado. Congelo onde estou. Número restrito.
-Olá Kathie, saudades do seu filho? Bom, não precisa responder.-Uma voz masculina rir. -Se o quer vivo, terá que caça-lo. Feliz Natal, querida.
E desliga. Essa voz... Não me é estranha,eu conheço essa voz de algum lugar...
-Quem te ligou, Maria? -Lorenzo pergunta.
-Eu conheço essa voz...- Repito.Levanto e entro em busca de Kenny.
-Maria!-Camélia me chama.
-Katherine, o que houve? -Benjamin me pergunta. Meu celular vibra e abro a mensagem.
-Kenny.
-Onde ele está?-Entrego meu celular, ele olha para a tela e depois me encara assustado.
-Matamos todos dessa família, seria impossível...
-Ninguém mexe no que é meu.- Encaro ele. -Eu planejava um natal sem mortes.
-Ho, ho, ho, mamãe Kathie!- Os olhos de Kenny brilham. -Vamos votar a ativa.
(...)
Vancouver- Canada
Essa casa não mudou nada. Continua a mesma desde a última vez que estive aqui. Entro no jardim, parece que alguém mora aqui, não tem sinais de que foi abandonada.
Kenny anda lado a lado comigo, está escurecendo e as luzes de fora começam a acender. Entro na casa e tudo está escuro. Olho para Kenny desconfiada quando percebo um pedaço de papel .
O que faria se seu filho fosse assassinado na sua frente e você ser incapaz de impedir?
Eu queria queimar esse papel, fazer quem esta fazendo isso engolir cacos de vidro. Entrego a Kenny, o mesmo guarda no bolso. Um choro de bebê vem da sala, sem pensar , corro para lá.
A lareira está em chamas e me desespero ao ver que tem um bebê la dentro.
-KENNY, SOCORRO,MEU FILHO!
Tento abrir a grade, mas ela está quente, não me importo com a dor, quero tirar meu filho de dentro. Grito e choro em desespero.
-KENNY, TIRE ELE!
Kenny da ponta pés, mas nada adianta. Me afasto chorando enquanto olho meu filho morto e sendo queimado.
O fogo diminui e tudo volta a ficar escuro.
-Katherine? Você está bem? -Kenny pergunta.
A televisão liga, enxugo as lágrimas e tento ver o que é. É um corredor sujo com manchas de sangue, alguém está filmando e para em frente a uma porta e entra.
Um cara com o rosto coberto e todo de preto aparece com um bebê nos braços. Meu coração palpita frenético ao reconhecer o rosto mais lindo do meu mundo.
-Sentiu o desespero? -Ele pergunta rindo.- É algo desesperador, parece que você está caindo em uma escuridão sem fim. Infelizmente não foi o pequeno Alex.-Ele rir. -Ainda! Eu quero brincar com você um pouco e se merecer, terá seu filho de volta.
Essa voz... Eu conheço essa voz de algum lugar.
Surto de raiva, pego um jarro e jogo na Tv, quero quebra-la até não sobrar nada intacto. Kenny fica me observando, sei que ele reconheceu a voz, mas assim como eu, não sabe de quem é.
Algo entre os pedaços da Tv me chama atenção, outro pedaço de papel, abro e leio.
Eu sou aquele que sempre está ao seu lado. Cuidado em quem você confia, Kathie!
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Devilish (RETIRADA 10/12)
HororSaga Obscure Mind : Livro dois - Devilish Quando se está cara a cara com o inferno,você percebe que poderia ter evitado caminhar por esse caminho. Percebe que deveria não ter feito certas coisas e que deveria ter feito certas coisas. Um turbilhão...