Prólogo

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Estou imersa em meus afazeres tentando ignorar o enorme aperto no peito que sinto, quando ouço o telefone tocar. Percebo como é incrível o fato de que algumas palavras são capazes de destruir tudo aquilo que eu sempre acreditei.

Ainda tentando absorver o choque causado pela notícia que recebi e sem saber ao certo o que fazer, me vejo sentada em um barzinho. Eu nunca bebi antes, mas quando me dou conta, já misturei diferentes tipos de bebidas alcoólicas, excedendo todos os limites imagináveis.

— Você está bem? — ouço uma voz masculina se dirigir a mim. Automaticamente reviro os olhos, sem a mínima paciência para qualquer homem que for, mesmo que ele seja um velho amigo.

— Não enche, Yago! — resmungo, mas as palavras saem mais enroladas do que eu gostaria.

— Você veio para cá sozinha? — ele insiste, agora se sentando ao meu lado.

— Você está vendo mais alguém por aqui? — lhe lanço um olhar intimidador. — Estou sozinha e continuarei assim, se é isso que você quer saber.

— Lara, o que você tem? — Yago parece realmente preocupado, mas certamente está exagerando.

Homens!

— Não há nada. Estou ótima! — levo o copo de bebida até os lábios e ouço alguém bufando ao meu lado.

— Agora chega, está bem?! — o copo que antes estava em minha frente some e Yago envolve meu corpo com o braço, muito provavelmente com o objetivo de me tirar daqui.

— Fica longe de mim. — rosno, tentando me desvencilhar. 

O simples toque de um homem parece me sufocar, por isso, luto para me soltar, mas a cada instante meu corpo parece enfraquecer um pouco mais. Meu subconsciente ainda registra quando viro apenas um peso morto nos braços de um homem que é forte demais para se importar com o esforço que está fazendo.

E então, tudo que vejo não passa de escuridão.

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