Capítulo 34

339 17 0
                                    

Quinze dias se passaram desde a noite inesquecível que eu e Luan tivemos na chácara. Nós estamos juntos, mas não confirmamos claramente quando as pessoas perguntam se estamos namorando. Contudo, o anel que antes estava em meu pescoço, voltou para meu dedo.

— Vamos sair hoje à noite? — Luan pergunta, quando o apresentador do programa que estamos assistindo chama o intervalo.

— Tem certeza? — faço uma careta, preferindo a comodidade do meu quarto a uma casa de shows lotada.

— Só hoje. — ele pede, um tanto quanto dengoso.

— Tudo bem. — acabo cedendo e em contrapartida sinto os lábios dele chegarem ao meu pescoço.

— Obrigado! — ele sussurra e posso sentir seu sorriso sobre minha pele.

— Vamos para a Estação?

— Sim. Tenho algumas boas lembranças envolvendo você e aquele lugar.

— Pode apostar que você não é o único. — afirmo, recordando-me da noite em que trocamos nosso primeiro beijo.

— Sendo assim, vou para casa me arrumar e depois eu volto, está bem?

— Você deveria deixar algumas peças de roupas aqui, para ocasiões como essa. — sugiro tentando evitar futuras idas e vindas.

— Não acho que seu irmão vá aprovar a ideia.

— Meu closet, minhas regras. — declaro, sabendo que dificilmente algum dia Yago se dará ao trabalho de notar que existem roupas masculinas entre as minhas.

— Sendo assim...

Despeço-me de Luan e sigo para meu quarto a fim de me arrumar. Dessa vez, capricho um pouco mais porque quero estar à altura do homem estonteante que tenho.

— Ainda não consegui me acostumar com a sua beleza. — a voz de Luan chega até mim enquanto ainda estou terminando de fazer minha maquiagem.

Pelo espelho, o vejo recostado de forma bastante relaxada no batente da porta. Ele definitivamente deve ser alguém fora de série.

— Acho que posso dizer o mesmo de você.

— Um elogio vindo de você é algo a se considerar.

— Convenhamos que estou sendo bem mais bondosa ultimamente.

— Sim, não posso negar.

— Você trouxe suas coisas? — indago quando percebo que há a alça de uma mochila pendurada em seu ombro.

— Como você sugeriu.

— Vou tentar encontrar um espaço para elas amanhã. — dou a ele uma piscadela e volto minha atenção para o que estava fazendo antes da sua chegada.

Levo menos de dez minutos para ficar pronta e só então seguimos para nosso destino.

A Estação está realmente lotada nessa noite e apesar de Luan se esforçar para ficar ao meu lado pelo máximo de tempo possível, volte e meia acaba sendo obrigado a me deixar para ajudar Yago a resolver pequenos contratempos.

Não me importo com isso, já que sei que esse é o seu trabalho.

Estou sozinha, sentada em uma mesa próxima ao bar, mesa essa que por coincidência é a mesma que ouvi Luan me contar a respeito dos problemas que lhe causei com a namorada. A impressão que tenho é que isso aconteceu há pelo menos uma década atrás e não somente há alguns meses.

Deixo as lembranças para trás quando noto um moreno, que não parece ser tão estranho, lançando olhares persistentes em minha direção. Quando o vejo se dirigir até minha mesa, sou tomada pela certeza de que isso não vai acabar bem.

RevelaçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora