Capítulo 07

505 34 0
                                    

Eu definitivamente estou entrando no jogo que Yago e Luan decidiram iniciar. O que talvez nenhum deles saiba, é quando entro em algo, entro para ganhar.

— O que aconteceu? — meu irmão está no corredor, visivelmente nervoso.

— Para todos os efeitos, ontem eu passei mal e pedi para a Isa ficar aqui. — explico para não correr o risco de Luan descobrir a mentira que inventei. — E ela dormiu no meu quarto, inclusive. — concluo por precaução.

— Fico te devendo mais uma. — ele diz, enquanto descemos em direção à sala.

— Esteja certo que vou lhe cobrar. Não foi nada fácil convencer seu cunhado. Ele estava bastante irritado.

— Ele está com ciúmes. Se é assim com a irmã, imagina com a namorada?! — Yago se joga no sofá, mais relaxado do que nunca. Tomo consciência de que essa é a primeira vez que o ouço criticando seu melhor amigo.

O que uma aposta não faz!

— Vamos jogar vídeo game? — ele sugere arrancando-me do meu devaneio.

— Vamos!

Quando se convive com um homem, você é praticamente obrigada a aprender a jogar e modéstia parte, depois que peguei o jeito, me tornei uma ótima jogadora.

Passamos a manhã toda em frente à televisão, em meio a provocações e risadas.

— Vou tomar banho que ganho mais! — Yago resmunga, depois de ter sido derrotado novamente por mim.

— E eu vou pedir o almoço.

Depois de ligar para o restaurante, ouço o barulho de um celular tocando. Encontro o aparelho de Yago no sofá e vejo o nome de Luan na tela.

— Alô.

É quem?

— Nenhuma amante do Yago, isso eu garanto. — respondo ironicamente.

Ah é você! — ele exclama, parecendo sem jeito. — Yago está?

— Ele está no banho.

Você pode pedir para ele me ligar depois?

— Posso sim. — concordo, fazendo-me de boa moça. — Mais alguma coisa?

Tem sim. — ele murmura depois de um instante em silêncio.

— Estou ouvindo.

Quando você vai esquecer o que aconteceu naquele maldito jantar?

— Talvez quando você se desculpar.

Eu realmente sinto muito, Lara.

— Vou pensar no seu caso com carinho. — prometo e em seguida encerro a ligação.

As coisas não serão assim tão fáceis para Luan.

— Seu sócio ligou. — informo meu irmão assim que ele dá as caras novamente.

— E você atendeu? — ele pede, parecendo duvidar da ideia.

— Sim. E ele pediu para que você retornasse. — passo o recado enquanto me dirijo para a cozinha. — Mas vamos almoçar primeiro, pode ser?

Ele concorda e me ajuda a pôr os pratos na mesa.

— Nós poderíamos ir pescar hoje à tarde, o que você acha? — ele pergunta já se servindo.

— Quando você diz "nós" se refere a quem exatamente?

— A mim e você.

— Sem incluir a Luiza?

RevelaçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora