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Sinto meu corpo pegar fogo com o contato repentino de Taylor,  e me assusto um pouco ao lembrar que estamos no meio de inúmeros fãs dela e que poderíamos virar assunto do dia para a noite.

—Está sim, Tay, essa é a Daisy, minha amiga, nos reencontramos esses dias e acabamos nos aproximando.

—Oi, Taylor, eu só posso dizer que estou muito feliz em te conhecer.—a ruiva estende a mão e Taylor só olha, com uma cara péssima, mas no final das contas aperta.

—Oi Daisy.—a loirinha me olha— Vamos embora? Acho que podemos ir para um lugar melhor, mais tranquilo, tenho outra coisa para te mostrar.

—Tudo bem, vamos. Só vou me despedir aqui.—Taylor se afasta e eu me viro novamente para minha amiga.—Daz, eu vou indo, mas foi ótimo te ver.

—Caralho, Lina, ela quase me atacou aqui. Ela está morrendo de ciúmes de você.

—Que isso, foi o que eu disse ela só não te conhece, daqui a pouco fica tranquila.

—Duvido mas tudo bem. Por favor, passa mais vezes lá no café, não me esqueça.—Ela me abraça e sai daquela muralha feita de seguranças.

Eu vou ajudar Taylor a arrumas as nossas coisas que estavam praticamente intocadas, e ela não me olhava diretamente nos olhos, o que me deu um sentimento ruim, será que eu fiz ou falei algo que ela não gostou?

*   *

Conseguimos sair de lá sem muitas dificuldades e acabamos por optar ir para a minha casa novamente, por que Nova York não tinha aqueles montes que nem Los Angeles para vermos a cidade lá do alto.

Subimos o elevador em um silêncio meio constrangedor e eu ficava observando a loira pelo canto de meu olho, tentando entender o que se passava em sua mente naquele momento.

—Tay, tá tudo bem?— falo finalmente me virando para ela, assim que entramos em minha casa.

—Tá sim, onde você quer que eu deixe a cesta?

—Vamos para a varanda, a vista não é como o Central Park, com árvores em volta, mas ainda é o próprio Central Park.— falo e ela ri.

Estendemos a toalha novamente no chão e nos sentamos lado a lado, seu braço estava esbarrando no meu enquanto tirava as coisinhas da cesta mais uma vez.

—Eu tenho uma coisa para você, andando por Londres, eu fui em algumas livrarias e acabei comprando uns livros que me faziam lembrar de você. Foram três de poesia e um sem ser poesia, não sabia se você gostava, mas eu achei interessante e você veio à minha mente lendo.

Ela tirou da mochila 4 livros, os títulos eram: Every Word You Cannot Say, Pillow Thoughts, Poetry and cups of coffee e The seven husbands of Evelyn Hugo. As capas eram tão lindas e delicadas, eu sorri ao pegar cada um, me sentindo invadida por uma onda enorme de carinho e amor.

—Obrigada, Tay, obrigada.— a abraço e ela passa os braços dela por minha cintura.

—Que isso, Lina, não precisa agradecer.—me afasto um pouco e olho para ela com um sorriso no rosto.

—Preciso sim, você está pegando do seu tempo para me agradar e me fazer feliz, isso é muito mais do que eu poderia pedir.

Nós ficamos em um silêncio confortável dessa vez, observando a paisagem, e comendo aos poucos enquanto a tarde ia caindo. Conversamos bastante, falamos mais sobre a viagem dela, sobre o tempo em que ficamos sem nos ver pessoalmente.

Ela contava animadamente que tinha acabado a regravação de seu álbum e quase havia terminado de escrever o próximo. Ela contou também sobre as pessoas que conheceu na gravadora, que poderiam ser novos nomes da indústria da música e que ela tinha gostado muito da voz de todos.

—E quando você vai cantar para mim? Ainda acho injusto você poder me ouvir cantar a hora que quiser e eu não poder ouvir uma palhinha.

—Já disse que é só por hobby, não canto bem.— cruzo os braços e ela faz um biquinho.—Aí senhorita Swift...—Me aproximo um pouco mais dela, deixando poucos centímetros de distância entre nós duas.— você fica uma gracinha fazendo biquinho.

O rosto dela fica extremamente vermelho e um sorriso sem graça aparece em seus lábios, eu encarei eles e por um milésimo de segundo senti uma vontade imensa de quebrar essa distância e beijá-la, mas eu não podia, ela era minha amiga e eu não poderia estragar nada disso.

—É... o que Daisy é sua?— ela se afasta repentinamente— desculpa a pergunta e a intromissão, mas é que eu ouvi aquela sua conversa com Kennedy e ele dizia que você é lésbica e quando ela apareceu lá no parque hoje, você pareceu tão feliz.

—Ela é realmente minha amiga, nos conhecemos na escola, estudamos juntas por muito tempo, e depois nunca mais nos vimos, por conta do que queríamos seguir, e perdemos qualquer contato. Ai teve um dia que eu resolvi tomar um café e fui em uma cafeteria que eu sempre ia quando estava matando aula na escola e ela estava lá, no caso a Daz trabalha lá e ela aproveitou que não estava tão cheio e se sentou comigo para conversarmos. Assim nos reaproximamos, ela é uma fofa, viramos boas amigas.

—Ata, desculpa novamente pela intromissão...—ela sorri meio triste e eu seguro a mão dela.

—Não precisa se desculpar, o que você quiser saber de mim e da minha vida, pode perguntar.

Depois disso eu tentei acalmar as borboletas que voavam em minha barriga e focar em conversar mais com Taylor. Mas era quase impossível quando eu pensava em sua mão que ainda continuava na minha, por que nem eu nem ela tivemos coragem de parar o contato.

—Está ficando tarde, acho melhor eu ir. Os meus seguranças devem estar mofando lá embaixo.

—Achei que depois de mais de um mês praticamente dormindo juntas por meio de ligação você poderia passar a noite aqui. Você tem noção que esta é a primeira vez que passamos uma tarde legal juntas, sem problemas?

—Não precisa pedir duas vezes, Lina, eu vou adorar passar a noite aqui com você, principalmente por que você vai cozinhar o jantar para nós duas.

—Tá ficando um pouquinho folgada, não acha?— Ela tem um sorriso travesso no rosto, parecendo uma criança e eu balanço a cabeça.

* *

Acabamos de assistir um filme e quando eu olho para o lado, vejo Taylor dormindo agarrada na almofada do sofá. Eu fiquei com dó de acordá-la, mas não poderia deixar ela dormir ali, ela merecia deitar em um lugar confortável depois de um dia inteiro comigo e uma viagem de avião. Então a balancei levemente, como fazia com Flora, e ela abriu levemente os olhos, com tanta preguiça que chegava a ser fofo.

—Vem deitar na minha cama, meu bem, você está toda torta aqui no sofá.

—E onde você vai dormir?—sua voz esta arrastada.

—Não se preocupe comigo, eu sei me virar.

Ela não relutou nada para ir comigo, e deitei ela em minha cama a cobrindo e ajeitando seu travesseiro, por que nem isso o sono dela permitia que ela fizesse.

E assim terminei minha noite, colocando a mulher que não saía de minha mente para deitar em minha cama, na minha casa. E comigo jurando por tudo que era mais sagrado que eu não estava me apegando até demais a ela.

————
Nota da autora

Juro, elas são taaaaao fofinhas!

O que acharam desse capítulo?

E quem não me segue lá no insta perde spoiler dos capítulos em tempo real... (autora.fg)

Eai? Quanto tempo vocês acham que elas vão demorar para entender os sentimentos delas?

Já já a maioral aparece de novo, vulgo Selena Gomez...

Dancing with our hands tiedOnde histórias criam vida. Descubra agora