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Quinta-feira à tarde chegou e eu estava suando frio, Flora estava brincando no quarto alheia à mãe louca atrás de uma roupa boa o suficiente para seu primeiro encontro em anos.

Meu guarda-roupa estava todo revirado, tinham inúmeras peças de roupa jogadas pela minha cama e eu estava ficando sem opções. Olho o celular e vejo que estava na hora de levar Flora para a vizinha.

Portia, minha vizinha e dona de Buffy já era nossa amiga à alguns anos, ela tinha lá pelos seus 56 anos e era dona de uma das cafeterias do bairro. Ela já ficou com minha filha algumas vezes que tive que sair correndo para fazer um trabalho presencialmente, e eu confio totalmente Flora com ela.

—Pequena!—falo cantarolando enquanto ando até o quartinho dela.

—Oi mamãe!— ela se levanta quando me vê e corre para o meu colo.

—Vamos para a tia Portia?— a pequenina faz que sim com a cabeça várias vezes.

Eu pego a malinha dela, com uma muda de roupa e coisinhas necessárias para ela passar a noite até eu voltar. Saio de meu apartamento e vou até a porta ao meu lado e bato ali, esperando minha vizinha atender.

—Angelina, Flora! Fico tão feliz quando a pequena vem ficar comigo, ela é um anjo, querida.— sua voz está feliz quando nos vê.

—Obrigada, senhora Portia, por sempre ficar com a minha filha e cuidar tão bem dela.

—Eu cuido da pequena Flora e você cuida da minha querida Buffy. —sorrio para a senhora e ela estica os braços para pegar minha filha.— e pare de me chamar de senhora, Angelina, é só Portia.

—Desculpa, Portia.— solto uma breve risada.— eu tenho que ir, antes que eu me atrase. Obrigada de novo!

—Você tem um encontro hoje, querida?— sinto minha bochecha esquentar.

—Tenho sim e eu não consegui escolher a roupa até agora.

—Então vai lá se arrumar, querida. A Flora e eu vamos aproveitar aqui em casa.

—Obrigada, Portia.

Nos despedimos e eu corri para meu quarto, já eram 17:50 e eu ainda precisava escolher a roupa e fazer uma maquiagem, eu estava a um ponto de surtar.

Parei em frente a porta do último guarda-roupa e encarei os meus vestidos mais bonitos e que eu usava com tão pouca frequência que poderia jurar sentir meu nariz coçar com a poeira.

Passei por todos os meus vestidos e parei quando toquei em um de seda preta, longo, com uma pequena fenda na perna, um decote em "V" nas costas e alças finas. Eu havia comprado para ir em um encontro um tempo atrás mas eu acabei cancelando de última hora, e hoje seria o momento perfeito para usá-lo. Taylor e eu merecíamos meu maior cuidado comigo mesma.

Deixei o vestido pendurado na porta, para "desamarrotar" e fui fazer minha maquiagem. Eu não estava acostumada com algo pesado, então decidi fazer uma bem básica, com corretivo, blush, iluminador, rímel e batom.

Meu cabelo hoje estava até bem bonito, o comprimento dele estava liso até um certo ponto que ondulava e as pontas tinham pequenos cachos. E sorri por ver que estava me achando tão bonita nesse dia. Não sei se era por conta da ocasião, por conta da pessoa ou por minha causa mesmo.

Mas isso era coisa para pensar em outro momento, por que agora faltavam 40 minutos para Taylor chegar em minha casa e eu ainda precisava me vestir, colocar sapato, verificar se tudo estava certo para conseguir ficar mais tranquila e dar um beijo em Flora antes de ir.

Quando já estava pronta, com tudo verificado, só esperando mais um pouco para ver Flora, o interfone toca, e o porteiro me pergunta se Taylor poderia subir, mesmo nervosa autorizo e fico andando de um lado pro outro até ouvir a campainha tocar e a voz de Tay se fazer presente. Com as pernas bambas eu ando até a porta e a abro, dando de cara com Swift.

Dancing with our hands tiedOnde histórias criam vida. Descubra agora