6- A festa

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Todos estavam reunidos e eu ainda estava em choque tentando entender as palavras do meu pai, porque, eu achei que tudo estava bem.

Repetia isso na minha cabeça.

Luciana: pai, esse menino não é culpa dele, além disso, ele é teu neto.

Afonso: nunca mais se atreva a chamar ele desse jeito.

Luciana olhou para mim e deu um sorriso maldoso, tudo que ela faz, é só para me atingir.

Sim, estava acontecendo, eles estavam rejeitando o meu filho, o filho que eu sofri criando, eu estava em outro país,  lutando todos os dias para sobreviver, enfrentando dificuldades, trabalhando grávido e ainda sofrer preconceito das pessoas para estar aqui ouvindo pessoas que nunca se quer se importaram comigo.

Peguei no Liam e dei um beijo nele da cabeça, fazendo ele se acalmar.

Eu: escutem todos, o Liam é meu filho, e não me importo se aceitas ou não, sinceramente não me interessa, eu só estou aqui por causa do casamento e logo que terminar, eu vou embora e nunca mais voltarei a ver vocês na vida. Vamos Liam.

Sai da mansão, às pressas até o jardim quando escuto o Chad me chamando.

Chad: Éric, espera por favor.- ele pegou na minha mão, eu me soltei.

Eu: o que você quer?! Veio me insultar mais ainda?!

Chad: o que você se referia quando disseste que a Luciana é uma falsa?

Eu: sério isso Chad?! Eu fui expulso, e você foi embora, nem sequer olhaste para mim, nem sequer deste um voto de confiança em mim, e sinceramente, fique com a Luciana, vocês se merecem.

Chad: eu preciso saber, não sei o que é, mas existe alguma coisa.

Eu: existe sim alguma coisa sim, mas penso que isso não importa mais.

De repente Luciana aparece.

Luciana: o que estás a fazer aqui Chad? Vem comigo, não precisas estar aqui com ele.

Acho que ela queria que eu não falasse.

Eu: chegaste mesmo a tempo, eu ia contar a verdade para o Chad.

Luciana: você sempre tentando me fazer ficar mal, você me odeia porque o papai prefere mais a mim, você é o mal da história.

Eu podia ver o pânico em seu rosto, sorri de maneira sarcástica.

De repente o comportamento do Chad muda.

Chad: porque tens sempre que se fazer de vítima e acusar a sua irmã das coisas?! Reconheça os teus erros, você me traiu, mentiu para mim, e não acredito em nada que possas dizer.

Eu: se não acreditas em mim, porque ficas me seguindo?! Então me deixe em paz.

Sai com o Liam deixando eles ali.

A semana passou, eu não falei com eles até o dia da festa. E eu estava pronto, não iria receber mais pedradas de ninguém.

Cheguei na festa com o Liam, o lugar se encheu de múrmuros. Era notável a minha presença.

Poucas pessoas sabem o que realmente aconteceu.

Olhei directamente para o casal com um olhar de fúria.

Não demorou muito, meu pai se aproxima de mim.

Afonso: qual é o teu problema?! Eu disse para não trazer este moleque aqui. Peça alguém para levar ele daqui ou eu mesmo o mando levar.

Eu: se sabias que a minha presença te deixaria infeliz, porque me convidar para festa? Quer saber, eu vou embora, eu não preciso disso.

Luciana: irmãozinho, não va.  O papai só está agindo impulsivamente, além disso, hoje é meu dia, eu quero que tu fiques aqui, preciso da tua benção.

Eu: espera! Você quer que eu fique?! O que estás aprontando?!

Chad: ela só está sendo educada com você, então aceite.

Ela estava com ar de superioridade, como se estivesse dizendo, eu ganhei. Mas eu preferi ignorar este comportamento dela.

Fui até ao bar man.

Eu: preciso de um copo de água por favor!

- Família difícil não é?!.- disse sorrindo para mim.- quer dizer, desculpa, não quis ser indelicado, aqui está o teu copo de água.

Eu: você disse toda verdade, família difícil.- dei um gole

- Filipe, prazer. Você é o Éric.

Eu: parece que todos me conhecem.

Filipe: a tua presença causa um tumulto aqui.

Eu: obrigado pela água Filipe.

Filipe: aqui tens meu número se quiser conversar e beber alguma coisa, sou um bom ouvinte.

Eu: e como você sabe que és um bom ouvinte?!

Filipe: sou um bar man, e talvez ser um bom ouvinte seja a principal coisa que um bar man deve ter.

Eu: está bem, tchau.

Guardei o número.

Procurei um lugar e me sentei com o Liam, os comentários e os sussurros, estavam me incomodando, além do mais ver o homem que eu um  dia amei, se casar com a minha própria irmã. Mas eu precisava ser forte.

E acho que eu precisava disso, precisava passar por tudo isso para entender que aqui já não é meu lugar.

Momentos depois, deu vontade de ir embora.

Eu: vamos Liam.

Levantei e Luciana estava do meu lado.

Luciana: mas já irmão, a festa só está começando.

Eu: olhar para ti, me dá vontade de vomitar.

Nanda: não deverias falar assim com a tua irmã, ela te trata com muito respeito.

Eu: você deveria usar essas palavras com alguém ignorante que não te conheça e não comigo, por favor senhora, me deixe em paz.

Afonsos: você deveria se comportar como um Faslan.

Eu: sério isso!!?

Peguei o Liam fomos até onde estavam a banda a cantar.

Tirei o microfone.

Eu: olá a todos, eu sou o Éric, o filho mais Velho do Afonso Faslan, o gay da família que foi exilado por gostar de homens, que armaram contra mim, e mais, eu sou um homem, mas que tive um filho, um filho. Até hoje me pergunto como esse milagre aconteceu. E é isso. Então bando de gente idiota, parem de comentar sobre mim.




Continua...

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