Capítulo 21

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POV Mon

- Nop?

- Venha pro hospital onde eu trabalho, agora!

- O que houve? Aconteceu alguma coisa? É a Emily? Nop, me fala pelo amor de Deus! - O desespero na minha voz era palpável e notei as quatro meninas ao meu redor se atentarem ao que eu dizia.

- Não, não é a sua irmã, mas não posso falar por telefone, só venha o mais rápido possível. Você sabe onde é o Hospital BNH certo?

Não conseguia entender porque sua voz parecia abafada e meio baixa, o que Nop estava querendo comigo no hospital naquela hora da madrugada? Olho para as meninas que estão tão confusas quanto eu e dou de ombros.

- Sim, eu sei onde é

- Ótimo, venha sozinha, ok? Tenho que ir

Olho para o celular com as sobrancelhas franzidas ao notar que ele já havia desligado. Ele estava tão estranho. Desde que eu e Nop conhecemos temos conversado bastante, principalmente por ligações, falando sobre nosso dia e até sobre meu relacionamento com Sam. Eu tinha o aceitado em meu rant e ele sempre que podia elogiava nossas fotos e declarações que fazia para ele. Nossa amizade se fortalecia cada vez mais, principalmente por nos solidarizarmos um pelo outro em relação à pressão que nossos pais faziam. Conversamos por horas pelo telefone e ele jamais havia agido daquele jeito. Começo a juntar minhas coisas e a responder automaticamente a enxurrada de perguntas que minhas amigas confusas disparavam sobre mim.

- Não gente, eu não sei o que aconteceu nem o que ele queria, ele não disse. Não, ninguém vai comigo porque ele mandou eu ir sozinha. E não, não é sobre a Emily, pelo menos ele me garantiu que não era. Tee ou Jim, vou precisar do carro de alguma de vocês emprestado. Nop estava muito ansioso, não vai dar pra passar na minha casa e pegar meu carro.

Queria ligar para Emily para garantir que ela estava bem, mas já estava muito tarde e acordar minha irmãzinha não era uma boa ideia, ela já havia passado por estresse demais por culpa minha. Teria que confiar nas palavras de Nop e dirigir o mais rápido possível e foi o que fiz. As estradas e ruas de Bangkok estavam mais tranquilas devido ao horário que passava das três horas da madrugada. O carro de Jim era rápido e prometi à ela que pagaria todas as multas que viesse.

Estava apenas a 25 minutos do hospital, como era de madrugada e não havia trânsito, na velocidade que eu estava, fiz o trajeto em menos de 8 minutos. Estacionei o carro do lado de uma entrada para funcionários que Nop me indicou e desci do carro às pressas, ativando o alarme conforme ia me afastando do veículo. Logo avistei Nop parado na porta, olhando para os lados, provavelmente procurando por mim. Assim que me avistou seu sorriso não se iluminou, continuo sério e apreensivo e me chamou com a mão para que eu me apressasse e foi o que fiz, apertei o passo em sua direção.

- Vamos Mon - Mal me aproximei e Nop já foi pegando em minha mão e puxando para dentro do hospital. Permiti que ele fizesse isso, mas de nada suas atitudes me acalmavam.

- Nop, você já me deixou ansiosa o suficiente por uma vida inteira, fala logo o que houve

Vou sendo puxada por ele por alguns corredores dentro do hospital, que no momento estavam bem vazios. Cruzamos apenas com duas enfermeiras que nem nos notou, continuando absortas em seus pacientes e prontuários. Subimos por um elevador que claramente era de serviço enquanto o questiono o motivo de eu estar ali. Ele olha para o celular e assim que o elevador se fecha fala bem rápido e novamente num tom baixo.

- Eu só consegui vinte minutos pra vocês. Vou ficar na porta de alerta e quando eu falar temos que ir é porque temos que ir, tá me entendendo? Sem me questionar.

Amor entre a Guerra (MonSam)Onde histórias criam vida. Descubra agora