Epílogo 2

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POV Sam

Fecho os olhos assim que noto as pétalas de rosas serem jogadas sobre minha cabeça e também agora de minha esposa, Mon. Abro os olhos e viro meu rosto para observar o rosto dela iluminado enquanto recebemos as bençãos de nossos amigos e familiares, seus dedos entrelaçados aos meus, de onde nunca mais sairiam.

Os últimos meses tinham sido muito difíceis e turbulentos para mim, para Mon, e toda nossa família. A morte da minha avó, causada pela mãe de Mon ainda na prisão, a condenação à pena de morte da mulher e a sentença aplicada em menos de seis meses haviam balançado nossa alegria de estarmos juntas finalmente e felizes.

Por mais dor que ambas tivessem nos causado, ainda eram família, ainda eram nosso sangue e nos magoava ver que nem toda nossa família viveria feliz como desejávamos. Tudo era ainda pior para Emily. E nos atentávamos a cada movimento seu para nos assegurarmos de que ela obtivesse todo apoio, amor e terapia que precisasse.

Foi difícil, mas conseguimos passar pelo luto, pela dor, pelas preocupações e seguir em frente. Conseguimos planejar nosso casamento, nossa felicidade e futuro. Não só isso. Muita coisa havia mudado em nossa vida nos últimos meses.

Mon havia largado a faculdade de Direito e seguido seu sonho, seus esforços junto com o pai para que ela alcançasse tudo pelo que ela havia sonhado sua vida toda tendo os resultados que eu já esperava desde o início. Eu sabia o quão incrível ela era, que todos se apaixonariam por Mon no momento em que a conhecessem como aconteceu comigo. A diferença é que o amor que ela compunha e cantava seria sempre só voltado para mim.

Seus covers desde o início viralizando e conquistando mais e mais fãs, atraindo a atenção de produtores musicais e enfim assinando seu primeiro contrato, gravando seu primeiro álbum com todas as músicas escritas por ela. Escritas por ela mas dedicadas a mim, ao seu amor por mim e a nossa história. Eu sempre teria todos os motivos para me gabar de ser a musa inspiradora de Mon Saenthong, a nova cantora pop queridinha da Tailândia. Era questão de tempo até ela começar a iniciar seus shows pelo país e claro, comigo, sua esposa ao seu lado. Nada iria nos separar, nunca mais.

No meu caso, eu já havia me formado. Tínhamos entrado no consenso de que esperaríamos minha formatura para nos casar e foi a melhor decisão que fizemos. Mesmo planejando todo o casamento ao mesmo tempo que finalizava minhas provas e me formava, tive toda a ajuda de nossas amigas e de minha irmã Neung que agora nunca mais saia do meu lado. Por mais que tivéssemos contratado uma equipe para cuidar de todos os detalhes e tornar nossas expectativas no casamento perfeito em realidade, todo o processo era longo e necessitava de nossa atenção constante.

O casamento foi realizado pouco depois da formatura. Mas, assim que voltássemos da lua de mel, assumiria ao lado de minha irmã os negócios da família, que mesmo depois de todos os escândalos de minha avó, teve um controle de danos muito bem conduzido por Neung. Eu sempre tive o desejo de ser a advogada de respeito e renome que tanto minha avó quanto eu queríamos que eu fosse, esse realmente era a minha vontade e parte dos meus sonhos. Mas assumir tudo com Neung era um sonho que eu não sabia ter e que agora via o quão incrível era.

Mon e eu caminhamos de mãos dadas até a porta da limosine que nos aguardava para nos levar para nossa lua de mel. Nos viramos para nossos convidados para nos despedir, trocando um delicado e apaixonado beijo antes de entrar no carro e seguir caminho aonde passaríamos as próximas duas semanas.

Me virei para minha esposa que olhava pela janela observando com um lindo sorriso Emily com seu lindo vestido de daminha correndo atrás do carro, o rostinho vermelho e suado depois de tanto se divertir na festa do nosso casamento.

- Emily vai querer que nos casemos todos os meses só pra ela ser sempre daminha.

Ri baixo de seu comentário enquanto Mon se virava para me olhar. Levei sua mão ainda entrelaçada com a minha até meus lábios, deixando ali um beijo delicado. Minha mulher brilhava de tanta alegria, e eu sentia o poder que uma cerimônia que nem poderia ser oficial ainda causava em nós duas. Poder celebrar nosso amor diante das pessoas que amávamos valia mesmo muito a pena.

Amor entre a Guerra (MonSam)Onde histórias criam vida. Descubra agora