Capítulo 26

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POV Sam

Podia ouvir o ressonar baixo de Mon no meu ouvido vindo do outro lado do telefone e fiquei alguns minutos apenas apreciando aquele som tão familiar e reconfortante pra mim. Já sentia tanto sua falta e fiquei sonhando acordada em minha cama, imaginando nossa vida juntas onde eu pudesse ouvir aquele ressonar todas as noites antes de dormir. Sussurrei baixinho no telefone antes de desligar para que não a acordasse.

- Boa noite meu amor, eu te amo.

Ouvi seu baixo resmungo, como se inconscientemente ela também me desejasse uma boa noite e resolvi desligar a ligação, com um imenso sorriso nos lábios, meu celular já estava quase sem bateria por ficarmos em ligação até duas horas da manhã.

Coloquei o aparelho para carregar e resolvi descer até a cozinha atrás de uma xícara de leite. Eu havia dormido antes de Mon me ligar e estava sem sono no momento, talvez o leite me ajudasse a mudar isso.

Desci as escadas da imensa casa da minha avó que agora se encontrava em completo silêncio. Estranhei por um momento a falta de movimentação de seguranças, mas imagino que por conta de toda a confusão de mais cedo, Neung tenha que ter dispensado muitos criados fiéis à minha avó. Isso seria um real problema para nossa segurança se eles continuassem rodando por aqui.

Assim que cheguei na cozinha fui atrás do que eu precisava. Diferente do que era na minha casa onde eu fazia absolutamente tudo, apenas a limpeza ficando a cargo da empregada que eu havia contratado, aqui na mansão tudo tinha sempre sido servido para mim, desde que eu era pequena até os últimos dias em que fui mais prisioneira nesta casa do que a moradora. Mas eu definitivamente não iria acordar nenhuma empregada apenas para esquentar um copo de leite para mim, eu era plenamente capaz de fazer isso.

Após encher a xícara com o líquido e colocá-lo para aquecer no microondas, fiquei olhando pela janela, para a noite escura que fazia lá fora. Suspirei baixinho e ouvi o aparelho apitar informando que minha bebida estava aquecida. Assim que me virei, senti meu coração ir parar na minha boca. A sombra de um homem parado no parapeito me assustou, me fazendo levar as mãos até meu coração para acalmá-lo.

O homem veio para a luz e eu pude ver quem era.

- Kirk? O que você tá fazend...?

Não pude completar a pergunta. Kirk veio sobre mim com rapidez, tapando minha boca e meu nariz com um pedaço de pano que tinha um cheiro forte e desconhecido. Mal tive tempo de lutar contra, apenas senti meu corpo amolecer e minha visão escurecer até eu rapidamente ficar incosciente.

(...)

Assim que retomei a consciência, a primeira coisa que percebi é que estava em movimento. Era estranho, mas sabia que era o movimento de estar em um carro em movimento, ou algo do tipo. Respirei profundamente, percebendo que aquele cheiro forte e estranho havia sumido, um perfume forte e masculino que eu vagamente tinha consciência de conhecer invadia meu olfato. Fui abrindo os olhos lentamente, notando a silhueta de alguém no banco da frente do carro e percebi enfim que estava deitada no banco de trás, com as mãos amarradas. Viro o rosto para a janela tentando me situar mas nada consigo perceber, apenas a noite escura passando lá fora, alguns flashes de luz de algum poste vez ou outra.

- Kirk?

Sinto minha voz fraca e minha boca seca, meus pulsos amarrados puxavam e machucavam minha pele, e minha cabeça doía devido a droga que ele havia usado para me deixar inconsciente. Kirk me olha então pelo espelho retrovisor com um sorriso macabro e me desespero pensando onde ele está me levando, o que ele queria comigo.

- Kirk, onde você está me levando? O que tá acontecendo?

- Estou te levando pra sua amada, não é o que você tanto queria?

Amor entre a Guerra (MonSam)Onde histórias criam vida. Descubra agora