Estudo de Corpo

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Dois dias passaram.

E apesar de não ser do feitio de Sana, ela decidiu dar uma folga para Tzuyu. Ela não tinha aparecido mais mesmo. E a japonesa queria cortar pela raiz aquela coisa estranha que sentia. Uma ansiedade aleatória para vê-la de novo. Sana então resolveu voltar pra casa depois de um tempinho fora. Mina já era acostumada com essas saídas de dias, então nem se preocupou.

Por outro lado, Tzuyu também voltou pra casa. Apenas para encontrar um apartamento vazio e silencioso. Procurou em todos os cômodos um mínimo sinal de outra presença, e não achou nada.

Deve ter ido atazanar a vida de outra pessoa.

Finalmente um dia de paz.

E naquela manhã ensolarada, beirando a hora do almoço, Mina e Sana tiraram a poeira do videogame e disputavam partidas de um jogo de tiro. Chaeyoung olhava suas notificações e mensagens no celular novo, mais moderno que o antigo, mas nada muito chique.

— Opa! Essa é minha! — Ela ficou animada ao ler uma das mensagens. Respondeu e por sorte a pessoa estava online. — Vocês não acreditam! Uma mulher da faculdade me indicou pra outra, e me chamaram pra fazer um ensaio!

— Que ótimo!

— Aquelas fotos que você tirou dos jogadores de futebol, ficaram belíssimas. — Sana elogiou sem tirar os olhos da televisão.

Fotografia era uma das maiores paixões de Chaeyoung. Sempre que tinha uma oportunidade de fazer isso ela agarrava, as vezes fazia álbuns até de graça. Agora imagina a felicidade dela sabendo que ganharia mais um dinheirinho por isso? Arquitetura realmente era pra pagar a promessa. Chaeyoung queria um futuro com a câmera na mão.

— É, uma pena que eu ainda queira matar aquele time inteiro. — Chaeyoung lembrou do incidente criminoso. Teve sorte que não deram queixa, o que era um sinal de que viriam atrás dela a qualquer momento.

— Mas eu já falei, a hora que você quiser eu faço isso. — Mina reforçou. Não seria a primeira, nem a última em seu histórico.

— Pois você pare. Esse serviço é o tipíco meu.

— Quando eu ia prever que duas bruxas se ofereceriam de capanga pra mim?

Uma hora depois de Chaeyoung se despedir e avisar que voltaria só no final da tarde, Mina e Sana nem chegaram a almoçar por preguiça. Mas justo quando a Myoui planejava comprar alguma coisa na rua, Sana apareceu pronta para sair de novo.

— Fala aí, onde é que você está indo a semana inteira? — Mina perguntou. — Porque cliente não é que eu sei.

— E por que o interesse?

— Porque eu quero saber, se o motivo do seu sorriso contente é a desgraça da pessoa que eu imagino. — A loira deu de ombros. — Ainda se divertindo as custas da dita cuja?

— Sim. Até mais do que eu esperava.

— Sabia que eu nunca vi você perturbando uma pobre alma por mais de uma semana, sem enjoar? — Ela disse como se fosse um dado estatístico curioso. — É interessante.

Sana parou na porta.

— Vamos dizer que é...Um estudo. — A japonesa meses mais nova mandou um beijo e foi embora.

— Estudo de corpo, só se for.

[...]

Sana chegou e se sentou na poltrona. Pegou uma revista largada no sofá para ler. Tzuyu estava no banho cantarolando como se o problema finalmente tivesse sido resolvido. Até desmarcou seu segundo encontro com a mãe de santo. Enquanto isso, o espírito suposto agia já como quem era de casa. E não só uma visita.

A Bruxa Tá SoltaOnde histórias criam vida. Descubra agora