A Bruxa Tá Solta

Isso aqui é apenas uma......

Sana

É definitivamente o que estou vivendo que chamam de ápice da felicidade.

Você não vê o tempo correndo por fora, de tão focada que está em viver o momento. Quando me dei conta, o sol já estava indo embora, dando seus últimos raios de adeus. Vai ficando mais frio, as luzes naturais apagam e as luzes artificiais acendem.

Como aqui, onde a Tzuyu mora. Cheia de comércios. Com aqueles balões amarelos indo de um lado até o outro da rua estreita.

— No que você está pensando? — Ouço a voz dela pertinho do meu ouvido, combinada a seus braços me abraçando por trás. — Uma das linhas passando aí dentro eu sei. Acho que é "minha nossa, como é bom sentir a Tzuyu. Ela é mesmo uma deusa." Não foi você que disse que conseguia saber meus pensamentos sem muito esforço?

— Já era de se esperar que um belo dia você iria adquirir essa habilidade...

Fecho os olhos, apenas pra me focar ainda mais nela. Porque é mesmo muito bom sentir Chou Tzuyu. Com toda a certeza é a melhor coisa do mundo. E eu não gostaria que fosse nenhuma outra pessoa no lugar dela.

Me viro de frente e olho para Tzuyu.

— Já percebeu que lindo o fato das suas roupas ficarem ótimas em mim, e das minhas ficarem ainda melhores em você? — Ela desce o olhar para o casaco grosso xadrez que eu visto.

Infelizmente e felizmente ela sabe ser elegante, eu não precisei usar magia pra recuperar nenhuma peça de roupa rasgada. Mas está um frio enorme, e como em todas as vezes que eu vim pra cá, eu vim despreparada. Usar um modelito inteiro dela tá longe de ser um problema.

— Gostou do meu pijama alternativo, gatinha? — A puxo pra perto.

— Gostei, mas não adianta muito. — Tzuyu desliza os dedos pelo meu pescoço, me causando um arrepio. Como ela vem gostando muito de fazer. — Se depois eu vou tirar ele de você.

— É só nisso que você pensa...Chou Tzuyu? Em tirar a minha roupa?

— Me diz você, Minatozaki Sana. — Ela ergue uma sobrancelha.

As nossas mentes provavelmente estão em sincronia. Porque o vento gelado atrás de mim e o quentinho do corpo dela na minha frente, são muito propícios pra isso.

— É só nisso que você pensa. E eu também, mas tem uma outra coisinha.

— Me conte. — Tzuyu afasta a cabeça, mas continua com as mãos apoiadas na janela.

— Um dia as nossas roupas vão se misturar. E se a gente facilitar isso? — É terrível de tão fofa que ela fica com as ruguinhas interrogatórias no início do nariz. — Só precisamos decidir a localização do guarda-roupa. Midtown ou Chinatown?

— Tá me chamando pra morar naquele apartamentão chique?

— Ou...Me convidando pra morar no seu.

Tzuyu me encara pensativa. Avaliando só os prós das opções, porque os contras por enquanto estão difíceis de se achar. Pra mim realmente não faz tanta diferença. Já que essa é a minha segunda casa.

— Acho que... — Ela volta a colar seu rosto com o meu, deixando longos e maravilhosos beijos na minha pele. — Eu estou afim de bagunçar o seu guarda-roupa.

— Então assim será. Mas antes, você vai ter que arrumar uma mochila. Temos uma última pendência.

— E eu sou envolvida por quê?

— Porque sim? Você quer ter uma vida comigo, Chou Tzuyu? — Levanto uma sobrancelha, e na mesma hora ela abre um sorrisinho todo animado.

— É só o que eu quero.