O conto de um velho afortunado

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Tzuyu sempre foi meio bichada. E era uma pessoa com uma pressão não muito resistente. Pela vez que deveria ser a oitava no mês, a pressão da Chou despencou. Ela só não ficou mais branca que a suposta alma penada, porque ela sim tinha tomado um susto. Sana só teve tempo de empurrar a porta e trancar o mais rápido possível.

— Merda, merda, merda! — A japonesa se encostou na madeira e respirou fundo. Um silêncio permaneceu do outro lado. Tzuyu ficou plantada encarando a porta. Levou a mão no peito e fez a mesma coisa que Sana.

— Só pode ser urucubaca. — Tzuyu disse baixinho tentando assimilar o que tinha acabado de acontecer. Definitivamente ela não conseguia fazer isso. — Eu preciso de ar.

Depois de alguns minutos, Sana criou coragem para olhar no olho mágico. Viu Tzuyu sumindo no corredor.

— Acabou pra mim. É. Foi divertido.

Enquanto Tzuyu andava na rua sem destino certo, sua melhor amiga se arrependia amargamente de ter assinado um contrato. Im Nayeon era linda, charmosa, e muito boa no que fazia? Sim. Mas não teria prazer que tirasse a irritação de Jeongyeon naquele momento. Deixava a casa de um jeito, e na volta encontrava um lugar totalmente diferente.

— E qual é a dificuldade de fechar as coisas que você abre? — A Yoo fechou a porta do armário da cozinha. Nayeon apenas observava fazendo pouco caso, se encontrava concentrada demais no potinho de sorvete para prestar atenção nos sermões dela. — E trocar o pano de louça!

— Você tem toc com essas coisas, com certeza. Foi só uma porta, e o pano nem tá sujo. — Nayeon deu de ombros recebendo um olhar furioso. — Sério, tá agindo como se a casa estivesse um chiqueiro!

— E não está?

A Im terminou o sorvete e jogou o potinho no lixo, depois se virou para encarar Jeongyeon.

— O potinho é no saco lá na lavanderia, plástico é reciclável sabia?

— Defintivamente você tem transtorno obsessivo compulsivo.

— E você nunca deve ter convivido tempo suficiente com outra pessoa em uma casa! — Jeongyeon suspirou. — Eu sabia que não daria certo. Você é muito desorganizada.

— Não, você que é muito chata, Jeongyeon. E reclamar não adianta, você assinou um contrato. Agora vai ter que cumprir ele!

— Posso me virar em trinta, mas pago a multa.

Jeongyeon ia sair da cozinha, até ter seu braço segurado por Nayeon. Ela sabia bem que aquilo era sério. E não tinha planejado tudo por meses a toa, todas as contas, valores, fez até planos contando com o dinheiro que pouparia naquele esquema.

— Não é tão simples assim.

— Mesmo que não seja. Um dia nós vamos chegar em um ponto muito pior. Você quer esperar esse dia? — Jeongyeon ergueu uma sobrancelha.

— Quero. Vamos fazer um acordo certo? Eu tento mudar. E você tenta mudar.

— Eu não preciso mudar, você que está errada.

— Ok. Vamos supor que isso seja verdade. — Em uma escala de fraquezas, a mais nova fraqueza de Nayeon, eram os lábios de Yoo Jeongyeon. Ia chegando perto, e mais perto, até não ter mais forças para se afastar dela. — Você pode aceitar esse acordo?

— Acho que eu posso.

Pena que aquele beijo que já avançava todos os sinais, teve que ser interrompido pela campainha. Com muita dificildade Nayeon se afastou de Jeongyeon, e foi abrir a porta. Assim que viu quem era, fechou o punho e acertou com toda força naquela carinha de modelo.

A Bruxa Tá SoltaOnde histórias criam vida. Descubra agora