De onde ela surgiu?

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— Quem são vocês? Por que estão aqui?

Em perfeita sincronia e covardia, Mina e Sana engoliram em seco. E não souberam mais como se abria a boca para responder.

Com um vestido branco que entregava os anos em que passou naquele mausoléu, desbotado e empoeirado, os cabelos longos e os olhos curiosos. Cheios de vida. Ainda que não tivesse a chance de viver como deveria.

Park Jihyo parecia um anjo.

E ao mesmo tempo, um ser de poder muito maior que um simples anjo.

— Eu não vou voltar pra esse lugar. Não vão me prender mais.

— Meu deus... — Uma quarta voz surgiu no ambiente. E no rápido segundo em que as japonesas olharam para trás, Jihyo aproveitou a deixa e fugiu.

— Ai que droga! — Mina foi atrás.

— De que cama você caiu pra estar aqui, Chaeyoung? — Sana colocou as mãos na cintura tal como uma mãe prestes a dar bronca.

— Você achou mesmo que eu ia perder isso?

— A Myoui vai te matar.

— É...Falando em matar, ou quase matar, precisa vir comigo. — Chaeyoung coçou a cabeça, e Sana previu que o caldo tinha entornado de alguma maneira. Seguiu a Son até uma rua perto dali, e viu Tzuyu andando de um lado para o outro, enquanto as duas capangas da ordem estavam apagadas e amarradas uma na outra.

— Tzuyu! Você veio! Que avanço, parabéns Chaeyoung! — Sana cumprimentou Tzuyu com o melhor que fazia, um sorriso caloroso. — O que você disse pra arrastar ela pra cá?

— Papo de coach. — Chaeyoung deu de ombros. Tzuyu rolou os olhos e soltou um suspiro inquieto.

— Tá, cadê a bruxa barbie e a escolhida da profecia hein?

— Em algum lugar que eu não sei, mas pretendo descobrir. — Tzuyu deu um pulo de susto quando Mina surgiu atrás dela. — Bruxa Barbie hein? Isso te torna quem, a Susi ou a Polly Pocket?

— Tzuyu está mais pra Susi. — Sana fez sua observação.

— Ninguém vai falar nada dessas duas?

— Que belo estrago vocês fizeram. Como isso rolou? Quebraram garrafas nelas?— Sana se abaixou e viu os cacos no chão.

— Exatamente.

— Pegaram as armas? — Mina perguntou.

— Sim. — Chaeyoung mostrou os bolsos do sobretudo que por sinal, era de Mina. Se sentia imponente carregando aquele peso consigo.

— Ok, então é o seguinte. Mina e Tzuyu, vocês vão atrás da Jihyo, ela não deve ter ido tão longe. Eu e Chaeyoung vamos cuidar dessas duas. — Sana deu os comandos, fazendo Tzuyu e Mina se encararem feito dois cachorros separados por um portão. — Andem, andem! — Bateu palmas. As duas desistiram de reclamar e então seguiram caminho. Dessa vez sem nenhuma lanterna acesa.

— Qual é a sua ideia?

— Levar elas pro carro, trancar no porta malas...E depois nós tomamos um café bem quentinho.

— Ótima ideia. Me ajuda aqui. — Chaeyoung se abaixou esperando Sana fazer a mesma coisa. Por um segundinho se esqueceu. E se lembrou quando viu ela cruzar os braços e dar risada. — Ah que ótimo mesmo! Eu sozinha não aguento, Sana.

— Deixa eu pensar. Feitiço direto nelas não funciona...Como nós vamos fazer...— Sana deu alguns passos, pensativa. — Já sei! A corda! Onde conseguiu as garrafas?

A Bruxa Tá SoltaOnde histórias criam vida. Descubra agora