Com quem mais eu iria querer?

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Como podia uma pessoa com tanta sede de dar um abraço, de sentir o calor humano, especificamente daquela que era o amor de sua vida, ser tão desajeitada quando tinha finalmente essa oportunidade?

Sana abriu os braços e não soube ao certo como abraçar Tzuyu.

Talvez apoiar os braços na parte inferior, a abraçar por cima, quem sabe rodear o pescoço dela e não soltar nunca mais?

De novo, se sentiu uma pamonha.

Tzuyu revirou os olhos. E o primeiro toque que Sana teve dela, foram as mãos tocando delicadamente seu rosto.

— Eu esperava mais iniciativa sua, gatinha. — Tzuyu riu ao falar, piscando várias vezes para fazer as lágrimas sumirem. Não queria ser dramática. Era a hora que tanto tinha sonhado. Que por não ter senso de realidade, teve que almejar. E então finalmente colou seu corpo com o de Sana, a abraçando forte.

Ter os braços da Minatozaki a rodeando foi como encontrar o encaixe perfeito. Sana sorriu. E a tirou do chão, dando algumas voltinhas no ar. Ela parecia mesmo um ursinho fofo. E cheiroso. Não deu para decidir o que era melhor, se era respirar o aroma de shampoo misturado com o do café em Tzuyu, ou se arrepiar inteira com a respiração dela em seu pescoço segundos depois.

A única coisa passando pela mente de Sana, era que de todos aqueles abraços diferentes, o preferido dela era o de Tzuyu. Não apenas por ser o dela, mas por ser o feito para encaixar.

— Eu já sabia que você era muito cheirosa, porque um dia você veio me aterrorizar incendiando o meu quarto com o seu perfume. — Tzuyu disse ainda ocupada no cangote de Sana. Deixou um beijo no limite entre o pescoço e o ombro. Deixou outro mais pra cima. E então se afastou, ou ficaria ali por longos minutos. — Mas caramba. Direto da fonte era o meu sonho.

Tzuyu sentiu as pontas dos dedos da Minatozaki em seu rosto. As mãos dela eram quentinhas e macias. Desenhando nos contornos, com os olhos atentos. Tal como uma artista e uma obra de arte. E os papéis poderiam facilmente se inverter, Tzuyu se encontrava hipnotizada por ela.

— Eu nunca te vi de tão perto. — Sussurrou. Quase poderia dizer que os olhos dela tinham um castanho mais claro escondido em algumas partes.

— E será que eu sou mais bonita de perto? — Sana sussurrou de volta, levando os dedos até os cabelos de Tzuyu.

— Eu não preciso dizer... — Tzuyu também explorava o outro território. Encostou a cabeça no ombro dela, fechando os olhos e parando para aproveitar aquele momento. Teve medo de que nunca acontecesse. E voltando ao drama, Tzuyu realmente nunca seria feliz sem sentir no mínimo o peso do corpo de Sana contra o seu. Como agora.

— Seus cabelos são muito sedosos, sabia? 

— Eu prefiro saber que você já sabe disso, porque está me fazendo um cafuné que eu te cobraria mais tarde. — Sussurrou, advinhando o sorriso brilhante do outro lado.

Porém não dava para controlar seu coração dando uma de doido. Era maravilhoso sentir cada toque dela, com tanto carinho e também curiosidade. Só que Chou Tzuyu nunca foi muito fã de esperar pelas coisas. E um dos maiores períodos de espera de sua vida provavelmente foi por Sana.

Ter ela tão próxima era o caos. A maravilha. E o caos. Porque sentia a respiração dela, sentia suas mãos, seu corpo tão ao alcance...

Não era possível controlar a inquietação.

Se desencostou dela, a encarando de perto.

— Você vai me beijar de uma vez, alma penada, ou eu vou ter que ser bruta e te agarrar? — Tzuyu perguntou impaciente, erguendo as sobrancelhas. 

A Bruxa Tá SoltaOnde histórias criam vida. Descubra agora