Minutos antes do mundo cair e todos serem obrigados a mudar de entretenimento graças a falta de luz, Park Jihyo estava cada vez mais...Irritada.
Não necessitava mais de Son Chaeyoung. Talvez nem necessitasse mais de acordos com as outras duas bruxas. Não quis desvendar o porque teve um vislumbre de sua magia em seu último despertar, o suficiente para acabar curando alguns enfermos, e agora, era todo o seu poder. Vindo de uma vez só. Finalmente agora teria meios de conseguir a liberdade com as próprias mãos.
Porém, na única vez em que o efeito do feitiço não poderia falhar, ela nem sentia mais a atração do cemitério. Não, não era um bom sinal. Jihyo não se arriscaria a cair adormecida por cinquenta anos outra vez.
Sua cabeça doía como um prego sendo martelado, seu corpo inteiro entrava em parafuso. Ânsia, tontura. Era pior do que seus ápices quando era mais jovem. Os que resultaram em acabar aprisionada.
Jihyo se apoiou numa mesa vazia de um barzinho na rua em que passava.
— Não vou conseguir nada desse jeito.
Se sentou na cadeira, na tentativa de dar uma melhorada. E por alguns segundos uma luz acendeu fraca em sua mente. O feitiço estava enfraquecendo. Mas ainda continuava lá, tentando trazê-la de volta para o mausoléu. Ela nunca descobriu quem teria dado a palavra final. Porém, no fundo, Jihyo sabia que não fariam isso sem a autorização do membro mais importante do clã em que vivia: Seu pai.
— Espero que o seu namorado não tenha chegado. Ou melhor, que você não tenha. — Jihyo foi distraída por uma voz masculina. Um homem teve a audácia de se sentar junto a ela na mesa, sem ser convidado. Tinha cabelos castanhos e uma barba por fazer. — Está com cara de quem precisa de uma bebida. Não tem problema, eu já pretendia te pagar uma.
A Park revirou os olhos e se levantou para ir embora. E quando o tipo segurou seu braço, ela não entendeu porque se controlou. Poderia ter queimado ele vivo de dentro pra fora naquele momento.
— Já vai embora? Você acabou de chegar.
— Não é humilhante pra você, ter que ser tão desagradável para conseguir se provar? — Jihyo disse com nojo, puxando seu braço de volta. — Nenhuma mulher que tenha o mínimo de respeito por si mesma, vai aceitar o seu lixo de bebida ou companhia. Então, desista.
Jihyo deu as costas e seguiu seu caminho. O pior de tudo não era cruzar com um homem desagradável. O pior de tudo era seus poderes se manifestarem tanto de maneira involuntária, e quando realmente poderia ter feito bom uso, nada aconteceu. Nem por querer, nem por acidente.
Mas as coisas já caminhavam para acabarem no escuro. Nunca que aquele cara aceitaria levar desaforo pra casa, na frente de todos os seus amigos naquele bar.
Enquanto Jihyo notava a construção diferente por onde passava, cheia de fios elétricos, ainda pensava nos altos e baixos de seus poderes desde que haviam retornado. Por que era tão complicado? Por que não seguiam um padrão?
Parou de andar no segundo em que o carro que a acompanhava fez o mesmo. Ele não estava sozinho. E aquela situação a trazia péssimas lembranças.
Demorou muito para confiar nas pessoas, depois do que um homem miserável tentou em um de seus despertares.
Era 1922, e realmente foi ajudada por ele. Ele era jovem, simpático, um príncipe. Não parecia ter segundas intenções. Conseguiu lhe dar moradia, comida. Roupas novas. Apenas para no dia seguinte, ver que ele era como muitos outros. Entrando em seu quarto no meio da noite.
Jihyo só escapou quando percebeu que pelo menos um uso de suas habilidades ainda era possível. O matou. Sugando toda a sua vitalidade.
— Seria menos pior pra você, se tivesse aceitado a bebida.
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A Bruxa Tá Solta
FanfictionChaeyoung estava ferrada. Realmente ferrada. E por isso fez um pacto com duas bruxas, Mina e Sana. Daria sua vitalidade a elas, em troca receberia dinheiro de Mina, e a ajuda preciosa de Sana em sua vingança contra Tzuyu por ter a traído com outra...